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PIB cresce 9,7% no trimestre encerrado em maio, revela pesquisa da FGV

PIB cresce 9,7% no trimestre encerrado em maio, revela pesquisa da FGV

Alta foi puxada por expansão de 29,3% nos investimentos

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 9,7% no trimestre encerrado em maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O dado é do Monitor do PIB, divulgado hoje (16), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Na comparação com o trimestre finalizado em fevereiro deste ano, no entanto, a economia brasileira teve perda de 0,9%. Considerando-se apenas maio, o PIB teve altas de 1,8% em relação a abril deste ano e de 13,4% na comparação com maio de 2020.

“Em maio, com relação a maio de 2020, a economia seguiu no ritmo de intenso crescimento observado desde abril por conta da baixa base de comparação em 2020. Isso é reflexo do crescimento em todas as atividades econômicas e componentes da demanda. Apesar disso, a economia ainda se encontra 0,7% abaixo do nível que detinha em fevereiro de 2020, período anterior ao início da pandemia no país. Esses resultados mostram que ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia” disse o pesquisador da FGV Claudio Considera.

A alta de 9,7% do trimestre encerrado em maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020, foi puxada por crescimentos de 29,3% da formação bruta de capital fixo (investimentos) e de 10,1% do consumo das famílias.

As exportações também cresceram (12,3%), mas as importações tiveram uma alta bem mais acentuada (28,5%).

Câmara aprova MP que cria documento eletrônico para transporte de cargas

Câmara aprova MP que cria documento eletrônico para transporte de cargas

Transportador será dispensado de portar versão física de documentação

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (15) a Medida Provisória 1051/21, que cria o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), de emissão exclusivamente digital e obrigatória para autorizar os serviços de transporte de cargas no País. A MP será enviada ao Senado.

A intenção é reunir em um único documento todos os dados, obrigações administrativas, informações sobre licenças, registros, condições contratuais, sanitárias, de segurança, ambientais, comerciais e de pagamento, inclusive valor do frete e dos seguros contratados.

Sua implantação seguirá um cronograma proposto pelo governo federal, que poderá firmar convênios com os governos municipais, estaduais e distrital para incorporar outras informações de competência desses governos, como sobre tributos e outras obrigações relacionadas ao transporte de cargas e dutoviário.

Segundo o texto do relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), o ente federado que aceitar participar de forma integrada do DT-e deverá providenciar o fim dos documentos físicos de forma gradativa dentro de 12 meses.

A unificação de documentos e demais obrigações no DT-e deverá dispensar o transportador ou o condutor do veículo de portar versão física dos mesmos documentos durante o transporte.

Emissão do documento

O serviço de emissão do documento será de competência da União, que poderá delegá-lo usando concessão ou permissão por meio do Ministério da Infraestrutura.

A União deverá fiscalizar as entidades geradoras do DT-e, reajustar tarifas do serviço e criar comitê gestor com a participação de órgãos e entidades da administração pública federal, entidades representativas do setor de transportes e da sociedade civil. Esse comitê terá a finalidade de propor, coordenar e acompanhar a pública do DT-e.

Para a fiscalização das operações de transporte, os órgãos de fiscalização terão acesso ao banco de dados do DT-e, inclusive a Polícia Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e as polícias rodoviárias estaduais e órgãos fazendários estaduais, mediante convênio.

Já os órgãos de segurança pública terão acesso por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp).

“O DT-e vai diminuir muito o custo do sistema de transporte no Brasil e melhorar o funcionamento da logística, eliminando burocracia”, afirmou Goergen.

Dispensa

A MP permite que um regulamento fixe os casos de dispensa do DT-e segundo características, tipo, peso ou volume total da carga; se a origem e destino são na mesma cidade ou cidade contígua; se o transporte for de produtos agropecuários perecíveis diretamente do produtor rural; ou se o transporte se referir apenas à coleta de mercadorias a serem transportadas para o destino final de forma conjunta.

Segurança

As empresas registradas perante o Ministério da Infraestrutura para emitir o DT-e deverão usar sistemas que permitam sua integração com os sistemas das centrais de serviços eletrônicos de registro civil (cartórios) ou sua verificação por meio de assinaturas eletrônicas emitidas por autoridades certificadoras credenciadas na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

Para os Transportadores Autônomos de Carga (TAC), enquanto pessoas físicas, os serviços de validação ou autenticação serão gratuitos.

Os sistemas de emissão do DT-e deverão ser capazes de trocar informações com o Banco Central, com bancos e com instituições de pagamento.

Pagamento eletrônico

O substitutivo de Goergen prevê ainda que as instituições de pagamento que realizam pagamentos eletrônicos de frete deverão participar obrigatoriamente do PIX, sistema de pagamentos instantâneos implementado pelo Banco Central.

Se a instituição não cumprir os requisitos para participar do PIX e não for capaz de oferecer meio de pagamento semelhante, deverá encerrar esse tipo de serviço relacionado ao frete.

Cessão de crédito

Outra novidade no parecer do relator é a permissão para o TAC ceder a um credor seu os direitos de pagamento de fretes que tem a receber.

Nesse caso, os pagamentos serão feitos pelo contratante do serviço diretamente ao credor, com notificação ao caminhoneiro autônomo. Entretanto, o TAC não contará com dispensa de tarifas bancárias e outros custos da operação de pagamento.

Na situações em que ele não ceder os recursos do frete, os valores poderão ser depositados em conta indicada pelo titular, que podem ser de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral até o segundo grau civil.

Atualmente, o depósito é possível apenas em conta de sua titularidade.

A vantagem para o credor será a possiblidade de usar, sem antecipação de custas, o protesto digital e demais serviços da Central Nacional de Serviços Eletrônicos Compartilhados, a cargo dos cartórios.

Associações e sindicatos

O texto permite ainda que o caminhoneiro autônomo contrate pessoa jurídica para administrar seus direitos relativos ao frete, podendo ser inclusive as associações ou sindicatos da categoria. Dessa forma, elas serão responsáveis pelas obrigações fiscais e pelo recolhimento de tributos.

No entanto, o texto de Goergen proíbe que a pessoa jurídica seja vinculada a distribuidora ou varejista de combustíveis.

O DT-e deverá conter informações sobre o contrato celebrado com o transportador e sobre a indenização devida a ele no caso de ultrapassagem do prazo máximo de carga e descarga do veículo ou de não pagamento do vale-pedágio obrigatório de forma antecipada.

A verificação das informações deverá ocorrer por meio da troca de dados com bancos e instituições de pagamento.

Anistia

O texto de Jerônimo Goergen também concede nova anistia, até 31 de maio de 2021, ao transportador que não tenha seguido a tabela de frete mínimo prevista na Lei 13.703/18.

A penalidade por não seguir a tabela é de indenização ao transportador em valor igual ao dobro da diferença entre o que foi pago e o valor devido.

Dados de frete

A MP determina ainda que o DT-e deverá conter informações da carga, da origem e do destino, da forma de pagamento do frete e indicar expressamente o valor do frete pago ao contratado e ao subcontratado e do piso mínimo de frete aplicável.

Pontos rejeitados

Os deputados rejeitaram todos os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar o texto. Confira:

– emenda do deputado Bohn Gass (PT-RS) pretendia restringir apenas às entidades representativas dos transportadores autônomos de carga (TAC) a possibilidade de administrar os pagamentos de frete recebidos pelos caminhoneiros;

– destaque do PT pretendia retirar dispositivo do texto que especificava não haver relação trabalhista entre o TAC e o proprietário da carga, ainda que o trabalho seja com exclusividade;

– emenda do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pretendia proibir a emissão do DT-e se nele constassem valores de frete menores que os fixados pela política de frete mínimo; e

– destaque do Republicanos pretendia retirar do texto dispositivo que permite às centrais de serviços eletrônicos de cartórios fixarem os preços e gratuidades por seus serviços.

Rota digital Fenatran coloca em pauta o tema gestão de frotas

Rota digital Fenatran coloca em pauta o tema gestão de frotas

Um gestor de uma das maiores frotas do país, montadoras falando sobre comerciais elétricos, grandes empresas reunidas para discutir sobre serviços automotivos e um painel sobre o mercado de frotas no México. Essa é a pauta do segundo evento da Rota Digital Fenatran, que será realizado nos dias 27 e 28 de julho, já com inscrições abertas no www.fenatran.com.br.

Nos dois dias de debates transmitidos na plataforma digital da Fenatran, as principais vantagens competitivas neste segmento serão exploradas pelos painelistas.

Urubatan Helou Junior, diretor de frotas da Braspress, será o entrevistado especial desta vez, e vai abordar a importância de investimentos em inovação e a tecnologia e o bom gerenciamento aplicados na prestação de serviços. A Eletrificação Veicular será o tema para discussão de grandes montadoras, como Renault, com Adriano Castro, Gerente de Veículos Elétricos Latam; Volvo, representada por Alan Holzmann, Diretor de Estratégia de Produto; e VWCO, com o Ricardo Alouche, Vice-Presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas.

O evento vai abordar também uma perspectiva internacional ao trazer a visão do mercado de frotas no México nesse período de desafios do setor. Este assunto será exposto em um painel composto pelos representantes mexicanos Alejandro Mondragon, CEO da Scania no México, e Alex Theissen, Presidente da Associação Nacional de Transporte Privado (ANTP).

Já o painel sobre Serviços Automotivos, que irá abordar desde serviços, passando por peças até perspectivas de mercado, vai focar no bom gerenciamento do programa de manutenção. Automação visando menor custo operacional e prevenção serão temas discutidos pela Bosch, com o Delfim Calixto, Presidente Automotive Aftermarket; pela Grammer, com o Samuel Barletta, Diretor de Vendas e Marketing; pela Pacaembu Autopeças, com a Diretora Ana Paula Cassorla; e pelo Grupo WLM de Concessionárias Scania, com a Francine Amaral, Gerente de Serviços.

“O tema Gestão de Frotas é crucial para o setor de transporte e logística e não poderia faltar na Rota Digital. Estamos, mais uma vez, reunindo nomes relevantes neste segundo momento do calendário de 2021, quando abordaremos assuntos mais verticais. Entregamos valor para a comunidade Fenatran ao promover a conexão com temas-chave para o setor”, comenta Ana Paula Pinto, gerente da Fenatran.

E-Book Link Summit Fenatran

Seguindo no objetivo de levar valor para o mercado, a Rota Digital disponibiliza para o setor mais um conteúdo virtual, o e-book Link Summit Fenatran. Além de toda a cobertura do primeiro evento da Rota, realizado em maio e com a participação da Anfavea, Anfir, NTC, entre outros, o material traz entrevistas e artigos exclusivos de grandes players, como Scania, Volvo, Cummins, Rodofort e Synapcom. O e-book já está disponível para download no site www.fenatran.com.br

RTE Rodonaves fortalece ações de responsabilidade social e engaja colaboradores ao voluntariado

RTE Rodonaves fortalece ações de responsabilidade social e engaja colaboradores ao voluntariado

Empresa firma importantes parcerias com instituições sociais e consolida iniciativas que beneficiam sociedade e meio ambiente

A RTE Rodonaves, um dos maiores e mais reconhecidos nomes do país no setor de transportes e logística, reforça seu compromisso com a sociedade e o meio ambiente e, cada vez mais, vem realizando ações de responsabilidade social para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, além de atividades sustentáveis que minimizam os impactos ambientais. As iniciativas acontecem por incentivo próprio e, também, por meio de parcerias com instituições sociais, além de campanhas que engajam colaboradores e seus familiares.

O Projeto Semear RTE envolve uma série de atividades solidárias, com o objetivo de colaborar com o desenvolvimento e inclusão de pessoas em risco de vulnerabilidade social. Em 2020, mais de 5 mil colaboradores diretos e indiretos participaram de 803 iniciativas em todo o Brasil, beneficiando mais de 49 mil pessoas.

Além disso, a empresa se tornou mantenedora platina do programa Na Mão Certa, passando a integrar o Pacto Empresarial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras, e começou a desenvolver ações de conscientização e prevenção com os colaboradores. O programa é uma iniciativa da  Childhood Brasil, que faz parte do World Childhood Foundation, uma instituição com 22 anos de história e que tem como objetivo proteger crianças e adolescentes contra a violência sexual.

Sustentabilidade – Entre as diversas iniciativas realizadas pelo projeto está o programa Recicle, que tem como finalidade a conscientização da preservação do meio ambiente, desde 2007 já garantiu que 251 toneladas de materiais recicláveis não fossem descartadas indevidamente. A RTE Rodonaves também firmou parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica para o plantio de 40 mil mudas de árvores em áreas de mata nativa em todo o Brasil. Desde o início do projeto, a empresa já realizou o plantio de mais de 15 mil mudas, em uma área de seis hectares, o equivalente a 11 campos de futebol.

“Contribuir para a transformação da vida das pessoas tem um significado muito importante para nós. Uma empresa socialmente responsável está constantemente envolvida em ações sociais e comprometida em minimizar os impactos no meio ambiente”, comenta João Naves, presidente e fundador da RTE Rodonaves.

Voluntariado – Os Colaboradores do Bem da RTE Rodonaves também unem forças para ajudar aqueles que mais precisam. Na última Gincana Semeando o Bem, que arrecadou 60 toneladas de alimentos. Eles se dividiram em quatro equipes, que realizaram uma competição do bem e conseguiram juntar mais de 2.400 cestas básicas que beneficiaram mais de 4.800 famílias.

Outra iniciativa que faz parte do Projeto Semear é o Frete Solidário, que reverte parte do frete do dia 5 de novembro, data do aniversário da empresa. Em 2020, a doação foi feita ao Grupo de Apoio à Criança com Câncer, o GACC, de Ribeirão Preto. Ao todo, R$ 90 mil foram doados à instituição.

“Temos um time muito engajado nas questões de voluntariado e que está sempre disposto a fazer o bem. Nos últimos 4 anos, por exemplo, contamos com 323 colaboradores que participaram das nossas campanhas de doação de sangue e conseguiram beneficiar mais de 1292 pessoas. Por isso, acreditamos que cada um que puder colaborar com um pouco consegue ajudar positivamente o próximo”, complementa Vera Naves, vice-presidenta da empresa.

Indústria da borracha estima crescer 18% neste ano

Indústria da borracha estima crescer 18% neste ano

Entre os desafios enfrentados pela indústria de artefatos de borracha em Minas está a falta de mão de obra capacitada | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

A  indústria mineira de artefatos de borracha cresceu 10% em relação a 2020, já tendo retomado a produção pré-pandemia e já estima incremento de 18% neste ano. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Artefatos e Beneficiamento de Borracha e Elastômeros no Estado de Minas Gerais (SinborMinas), Roland Maria Goblirsch von Urban.

A reabertura do comércio, o crescimento da indústria automobilística e do setor de mineração está deixando o mercado otimista. Conforme Urban, a expectativa é que nos próximos meses o segmento cresça pelo menos mais  8%, acumulando uma expansão  de cerca de  18% em 2021.

“A demanda está aumentando. No início da pandemia, no ano passado, a produção chegou a cair aos poucos, fomos nos recuperando e agora já voltamos a crescer”, afirmou.

Sobram vagas

A expansão da indústria mineira de produção de artefatos de borracha, no entanto, está esbarrando em um problema incomum: a falta de mão de obra qualificada para preencher as vagas oferecidas pelo setor. Atualmente, as indústrias deste segmento em Minas geram cerca de 14 mil empregos diretos.

Embora não tenha uma estimativa exata de quantos empregos estão sendo oferecidos pelo segmento, conforme o presidente do SinborMinas, as empresas não estão conseguindo  ocupar os cargos oferecidos.

Ele acredita que isso acontece, porque, atualmente, muitos dos candidatos não preenchem os requisitos necessários para atender ao perfil de trabalhadores desejados por este tipo de produção industrial.

“Acredito que o ensino médio brasileiro deveria ter conteúdos mais técnicos para preparar os jovens ao mercado de trabalho. Não só para o segmento de borracha, mas também para  outros setores. Estamos encontrando dificuldades em encontrar profissionais qualificados. Desse modo,  as vagas ficam abertas “, afirmou.

Aumento de preços

Outra situação preocupante para a indústria produtora de artefatos de borracha em Minas, ainda conforme Urban, é o aumento da matéria-prima usada por este tipo de segmento.

“O  preço do aço aumentou 70% . Alguns insumos necessários à nossa produção como a borracha natural, os produtos ligados ao petróleo e as  substâncias químicas aumentaram cerca de 40%”, disse.

Para o presidente do SinborMinas, uma das causas do aumento dos insumos é o fato de o Brasil ter diminuído a fabricação de matéria-prima nacional, reduzindo, por exemplo, a produção do cultivo de seringueiras, árvores de onde se tira o látex, item essencial à produção de borracha.

“Ao contrário do que acontecia há alguns anos , o Brasil só produz 50% da borracha consumida pela indústria nacional. Isso nos obriga a importar esse tipo de matéria-prima, aumentando os custos de nossa produção”, reclamou.

Imunização

O avanço da vacinação no Estado, ainda conforme Urban, deve também provocar a retomada da participação dos industriais desse setor em feiras internacionais, principalmente, nos eventos ligados à mineração.

“Com isso, acreditamos que podemos ampliar mais as exportações de nossos produtos. Algumas indústrias mineiras já exportam, mas temos a expectativa de aumentar ainda mais as vendas para o exterior”, afirmou.

Diesel: aumento impacta custos em empresas de transporte

Diesel: aumento impacta custos em empresas de transporte

Levantamento aponta acréscimo de 3,7% no valor do combustível e de 6,3% da gasolina.

Na semana passada, a Petrobras anunciou um novo reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias, de 6,3% da gasolina e de 3,7% do óleo diesel. O oitavo reajuste desde janeiro deste ano, o que fez a gasolina encarecer 46,18% e o diesel 43,88% em 2021 para os distribuidores. Este aumento tem impactado o setor de transporte de cargas, de modo que as empresas precisam repassar esta elevação ao valor dos fretes.

“A única forma de reagir é reajustando os fretes. Aliás, muitos contratos já preveem um gatilho no aumento do frete, portanto o custo logístico brasileiro será impactado fortemente”, explica Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).

A pedido do sindicato, o Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC) elaborou uma pesquisa levando em conta os últimos reajustes. Segundo a pesquisa, a gasolina teve um acréscimo de 6,3% e o óleo diesel 3,7%, refletindo correções médias de R$ 0,16 e R$ 0,10 por litro, respectivamente.

Este cenário reflete diretamente no cotidiano das empresas de transporte, aponta Helou. “O óleo diesel é um dos principais custos de uma transportadora, especialmente para as empresas de carga lotação. Este tipo de combustível chega a representar 60% do custo da empresa, portanto gera grande impacto”, conclui.

Segundo o boletim técnico do IPTC, este último aumento sobre o preço do diesel na refinaria elevará os custos do transporte de cargas lotação em 12,57% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias (6 mil km) em 18%. Já para as operações de carga fracionada o impacto médio é de 4,87%.

Hovani Argeri, diretor geral de Operação da Via Trucks, concessionária DAF com unidades em Contagem (MG), Guarulhos (SP) e São Bernardo do Campo (SP), explica que para reduzir o consumo é preciso saber conduzir o veículo e também fazer a manutenção no tempo certo.

“Existe transportador que adia a manutenção para adiar os custos. Mas o que ocorre na prática é aumento do consumo e o transportador se coloca em risco de ter um problema e levar a um custo elevado por falta da manutenção preventiva, além de ficar sem o veículo que é um bem de produção parado. Outro fator é que hoje o motorista é um operador do veículo e deve operar dentro das normas de condução definidas pelo transportador e de acordo com as normas de condução econômica definidas pela montadora para o produto em específico”, disse o executivo.