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ANTT fiscaliza cumprimento das novas regras para pesagem de caminhões

ANTT fiscaliza cumprimento das novas regras para pesagem de caminhões

Com o objetivo de garantir o cumprimento das novas regras de pesagem, estabelecidas pela Medida Provisória (MP) nº 1050/2021, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) iniciou nesta semana uma série de visitas nos principais Postos de Pesagem Veicular (PPV’s) do país.

Na manhã da última segunda-feira, 24 maio, os diretores da Agência, Alexandre Porto e Davi Barreto, visitaram o Posto de Pesagem Veicular (PPV) localizado na BR-050, em Ipameri (GO).

Dentre as principais alterações promovidas MP que faz parte das iniciativas do programa “Gigantes do Asfalto”, destaca-se, o fim da tolerância de peso por eixo para os veículos com peso bruto total (PBT) inferior a 50 toneladas. Para estes veículos, será permitido até 5% de excesso no peso.

Já para as combinações de veículos de carga (CVC’s) com peso bruto total (PBT) superior a 50 toneladas, a MP nº 1050/2021 amplia para 12,5% a tolerância de excesso de peso por eixo. Antes da publicação da do documento, a tolerância era de 10%.

Segundo o Governo Federal, com essas mudanças, o caminhoneiro, que carrega o caminhão dentro do limite do PBT, não será penalizado por não conseguir aferir o peso por eixo no momento do carregamento, já que algumas cargas são difíceis de serem distribuídas uniformemente na carroceria. E para o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, “O impacto disso na manutenção das rodovias é mínimo”.

Confira na íntegra a MP nº 1050/2021: CLIQUE AQUI

SEST SENAT inaugura hoje unidade operacional de R$13,7 milhões no Paraná

SEST SENAT inaugura hoje unidade operacional de R$13,7 milhões no Paraná

O SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) inaugura, na quinta-feira, dia 27 de maio uma nova unidade em Cascavel. O valor total de investimento é de R$ 13,7 milhões. A capacidade é de 53 mil atendimentos ao ano. A cerimônia seguirá os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades de saúde.

A nova estrutura, mais ampla, moderna e eficiente, vai oferecer novos serviços. Entre eles, estão: o simulador de direção de caminhão, carreta e ônibus — tecnologia de ponta utilizada no aperfeiçoamento de motoristas profissionais, com foco na prevenção de acidentes e na condução eficiente e econômica; atendimentos de psicologia; atendimentos de nutrição; além da ampliação dos serviços de odontologia e fisioterapia que já eram disponibilizados na antiga unidade. Todos os serviços são gratuitos para os trabalhadores do transporte das empresas contribuinte e transportadores autônomos também contribuintes. A comunidade local também pode usufruir dos serviços.

O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT, Vander Costa, explica que, com a inauguração da unidade de Cascavel, o SEST SENAT reforça seu compromisso de contribuir com o desenvolvimento do transporte no país. “Onde tem mercado transportador, tem SEST SENAT. A nova unidade permite ampliar a eficiência das empresas de transporte no Paraná. Temos a convicção de que a capacitação profissional aliada à qualidade de vida, oferecida pelos nossos serviços de saúde, é capaz disso. Queremos continuar induzindo o desenvolvimento regional e contribuindo para o aprimoramento do setor e dos trabalhadores do transporte da região”, afirma.

A região Oeste do Paraná é estratégica para a economia do Paraná. Seu capital empresarial emprega milhares de pessoas em diferentes setores, incluindo o de transporte de cargas e passageiros.

“É uma honra poder entregar uma unidade deste porte a empresários, profissionais do transporte, seus familiares e para a sociedade. O Sest Senat vai agregar valor nos serviços voltados a qualificação das pessoas bem como nos cuidados da saúde de quem utiliza dos serviços prestados. Ainda em 2021 faremos novas inaugurações de unidades deste porte em outras regiões paranaenses”, adianta o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Paraná – FETRANSPAR e do Conselho Regional do SEST SENAT no Paraná, Coronel Sérgio Malucelli.

Estrutura

A nova estrutura tem 1.826,70 m² de área construída e conta com sala de treinamento no simulador de direção, com capacidade para 15 alunos; três salas de aula com capacidade para 25 alunos cada; e um laboratório de informática, com capacidade para 18 alunos.

Na área de saúde está equipada para prestar atendimentos em fisioterapia, psicologia, nutrição e odontologia clínica em quatro consultórios. A unidade também oferece um centro de eventos e uma quadra de areia para a prática de atividades esportivas e de exercícios que integram o tratamento de fisioterapia. A construção do espaço é resultado de uma parceria entre o Sintropar e FETRANSPAR, visando agregar a qualidade de vida do Transportador.

“Temos um setor bastante atuante aqui na região. Este espaço para a prática esportiva é fruto de uma decisão focada no incentivo para que o profissional também possa ter momentos de lazer, pratique exercícios, bem como para àqueles que precisam de apoio em eventual recuperação, possam usufruir de um local a mais como alternativa para exercícios em prol de sua recuperação física”, diz o presidente do Sintropar, Antonio Ruyz.

Homenagem

A unidade recebe o nome de Otto dos Reis, empresário do setor de transporte e voz ativa na defesa da atividade no estado do Paraná.

Expansão

A unidade de Cascavel é a segunda ser inaugurada em 2021. Ela integra o plano de expansão e melhoria da rede física do SEST SENAT em todo o Brasil, que, desde 2017, já inaugurou 31 novas estruturas. A ampliação das unidades permite ao SEST SENAT oferecer mais e melhores serviços aos trabalhadores do setor e, assim, garantir mais eficiência para as empresas.

O SEST SENAT mantém 12 unidades em funcionamento no Paraná. Em todo o país, são 156 unidades.

SERVIÇO
O quê: Inauguração da unidade do SEST SENAT Cascavel
Quando: 27 de maio, às 17h
Onde: Rua da Pampulha, 204 – Cascavel Velho

Devido à pandemia da covid-19, a cerimônia seguirá todos os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades de saúde

Mercedes-Benz GenH2 Truck movido a hidrogênio encara rigorosa bateria de testes

Mercedes-Benz GenH2 Truck movido a hidrogênio encara rigorosa bateria de testes

Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Série de testes é mais um marco importante de progresso rumo à produção em série do caminhão

A Daimler Trucks iniciou no fim de abril, uma rigorosa bateria de testes com o primeiro protótipo do Mercedes-Benz GenH2 Truck, caminhão movido a célula de combustível com base em hidrogênio apresentado em setembro de 2020.

Com foco total em células de combustível com base em hidrogênio para a eletrificação de caminhões, atendendo desde a distribuição urbana até o transporte de longas distâncias, a Daimler Trucks busca atingir uma autonomia de até 1.000 quilômetros ou mais em um só tanque de hidrogênio, sem precisar parar para reabastecer.

A extensa e exigente série de testes tem como foco a operação contínua, diferentes condições climáticas e de vias e diversas manobras de direção.

Segundo o plano de desenvolvimento da Daimler Trucks, o caminhão também será testado em vias públicas antes do final deste ano e os testes com clientes estão programados para começar em 2023. Já os primeiros Mercedes-Benz GenH2 Truck produzidos em série devem ser entregues aos clientes a partir de 2027.

“Estamos constantemente focados em nossa estratégia de tecnologia para a eletrificação de nossos caminhões. Queremos oferecer aos nossos clientes os melhores caminhões neutros de emissões locais de CO2 – movidos por baterias ou célula de combustível com base em hidrogênio, dependendo da aplicação. Estamos dentro do cronograma e estou muito satisfeito que os rigorosos testes com o Mercedes-Benz GenH2 Truck tenham começado com sucesso.”, afirma Martin Daum, Presidente do Conselho de Administração da Daimler Truck AG e membro do Conselho de Administração da Daimler AG.

“A propulsão por célula de combustível com base em hidrogênio se tornará indispensável para o transporte rodoviário de longas distâncias neutro em CO2 no futuro. Isso também é confirmado por nossos muitos parceiros com os quais estamos trabalhando a todo vapor para colocar essa tecnologia na estrada em veículos de produção em série. Além disso, um impulso considerável está sendo dado pelo claro compromisso assumido pelas agências reguladoras nacionais e europeias quanto ao uso de hidrogênio para o transporte rodoviário de mercadorias. O apoio político desempenha um papel importante para a criação de uma infraestrutura para o hidrogênio verde e para tornar o uso de caminhões com célula de combustível economicamente viável para nossos clientes”, acrescenta Daum.

1,2 milhão de quilômetros em testes

Os engenheiros de desenvolvimento da Daimler Trucks estão projetando o Mercedes-Benz GenH2 Truck de forma que o veículo e seus componentes atendam aos mesmos requisitos de durabilidade de um Actros convencional comparável. Isso significa 1,2 milhão de quilômetros na estrada em um período de dez anos e um total de 25.000 horas de operação.

Durante as primeiras semanas de testes, o veículo já percorreu centenas de quilômetros sob carga contínua em uma bancada de teste da estrada para a plataforma e passou por muitas situações extremas com base nas condições operacionais da vida real. Os exemplos incluem frenagem de emergência e passagem sobre o meio-fio ao longo da pista de teste.

Além disso, o protótipo é carregado durante os testes com uma carga útil de até 25 toneladas para um peso bruto do veículo de cerca de 40 toneladas, que é idêntico às especificações planejadas para a versão de produção em série do GenH2 Truck.

Vantagens do hidrogênio líquido

Segundo a Daimler Trucks, a preferência pelo hidrogênio líquido é justificada pelo fato de que neste estado, o portador de energia tem uma densidade energética muito maior em relação ao volume do que o hidrogênio gasoso. Com isso, os tanques de um caminhão com célula de combustível usando hidrogênio líquido são muito menores e, devido à pressão mais baixa, significativamente mais leves, o que garante aos modelos uma maior capacidade de carga. Além disso, também é possível carregar ainda mais hidrogênio, ampliando assim a autonomia dos caminhões GenH2 e tornando-os aptos para operações de longas distâncias.

Ainda segundo a Daimler Truck, especialistas estão avançando no desenvolvimento de tecnologias de tanques para hidrogênio líquido com base em um plano de desenvolvimento predefinido. Até o final deste ano, os engenheiros planejam ter o novo sistema de tanque protótipo suficientemente maduro para ser usado nos exigentes testes em andamento do GenH2 Truck. Até que isso possa ser feito, os extensos testes usarão um sistema de tanque de hidrogênio gasoso como solução provisória. Assim, a Daimler Trucks está demonstrando que ambas as versões – gasosa e líquida – são tecnicamente viáveis.

Presidente Francisco Pelucio participa do Link Fenatran e defende um olhar mais atento das autoridades para o setor

Presidente Francisco Pelucio participa do Link Fenatran e defende um olhar mais atento das autoridades para o setor

Ontem (25), aconteceu o primeiro dia do Link Fenatran. A ocasião reúne uma série de eventos virtuais ao longo do ano, ampliando a jornada da maior comunidade de transporte e logística da América Latina impulsionada pela FENATRAN. O presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio foi convidado para participar da abertura das atividades.

Na oportunidade, parabenizou a organização pela realização do evento on-line, “Está é uma iniciativa muito importante e os eventos virtuais vieram para ficar, parabéns aos organizadores e também aos palestrantes que trarão conteúdo sobre o mercado transportador”.

O debate, mediado por Fred Carvalho e Marcelo Fontana, reuniu outros nomes importantes do setor, como o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes e o Diretor Presidente da Braspress, Urubatan Helou. O trio foi convidado para debater os entraves do crescimento do setor de caminhões.

Na discussão, foi levantada a necessidade de renovação de frotas sustentáveis, os obstáculos jurídicos do setor e uma prospecção para os próximos anos.

A transmissão contou ainda com um balanço do desempenho histórico do setor de caminhões realizado pelo presidente da Anfavea. Moraes ressaltou que após a crise nos anos de 2015 e 2016, o setor vem se recuperando a cada ano, juntamente com o crescimento do volume de veículos pesados. Além disso, afirmou que o desempenho de média é visivelmente melhor para 2021, mas evidenciou a dependência de tal crescimento com o aumento do PIB e da economia.

Quanto a movimentação de cargas no Brasil, o presidente Francisco Pelucio relatou que em 2020 a média de falta de transporte para cargas era de 50% e hoje já é possível enxergar uma melhora, chegando de 20% a 25%. Ao finalizar, apontou: “É necessário que o governo destrave suas amarras e veja de perto as necessidades do setor.”

Por fim, foi debatido sobre as três ondas de Impactos de Custo, rentabilidade, crescimento positivo em meio a crise e uma nova visão de rota tecnológica. Com boas perspectivas para o setor em 2022, ao final do encontro virtual, Pelucio parabenizou a Fenatran pelo grande evento.

Empresários do segmento e representantes de entidades participaram discutindo sobre implementos rodoviários, como João Bessa, presidente da TransJordano, Antonio Fernandes Martins, presidente do SIMEFRE e José Carlos Sprícigo, presidente da Anfir.

O evento continua hoje, e você ainda pode participar por meio do link: https://link.fenatran.com.br/#

A importância do programa trainee no setor de transporte de cargas e logística

A importância do programa trainee no setor de transporte de cargas e logística

Aumento da produtividade, melhora do clima organizacional e vantagem competitiva do mercado são alguns fatores que podem ser adquiridos com treinamentos apropriados

Os programas trainees, instaurados nas maiores empresas do Brasil, visam abrir portas e aperfeiçoar novos profissionais que buscam o máximo de oportunidades de emprego no mercado. Por meio de treinamentos teóricos e práticos que ampliam a capacitação profissional e pessoal do candidato é possível desenvolver ocupações em posições estratégicas no futuro das organizações, gerando cada vez mais resultados.

Além disso, o mercado está ainda mais concorrido, e se tornam necessários diferenciais para se destacar. Um levantamento realizado com 94 empresas no Brasil indica um aumento de 78% de contratações de estagiários, trainees e recém-formados de julho a setembro de 2020 em comparação ao total de contratações nas mesmas posições em todo o segundo semestre de 2019. Esse aumento representa 1.467 posições a mais.

As vantagens de se possuir um programa trainee justificam o investimento. O aumento da produtividade, a melhora do clima organizacional, a vantagem competitiva do mercado e a credibilidade aos clientes são alguns fatores que podem ser adquiridos com treinamentos apropriados. Isso também se adequa ao setor de transporte de cargas (TRC).

Aplicar treinamentos aos motoristas é um dos maiores investimentos que uma transportadora pode fazer, afinal são eles que transportam e entregam a carga, fazendo com que o negócio se desenvolva. Um motorista de caminhão treinado terá o domínio de diversas informações que servirão para prevenir possíveis situações indesejadas e para favorecer a produtividade da empresa, aumentando a eficiência no transporte de cargas.

Assim é feito no Grupo Scapini, uma renomada rede de transporte de cargas situada em Lajeado, RS, atuante há mais de 40 anos no mercado. Com suas 29 unidades espalhadas pelo país e 3 filiais internacionais, a transportadora desempenha diariamente as prestações de serviços nas operações de transporte e logística com foco na qualidade e nos resultados.

Para isso, é adotado o programa trainee aos motoristas da companhia, coordenado por instrutores e monitores que possuem especializações em diversas áreas como aplicação de embreagens, direção defensiva, gerenciamento de pneus para frota, transporte de produtos perigosos, condução econômica, gestão de oficina, gestão de equipes e argumentação de peças.

Sandra Fagundes, psicóloga organizacional do Grupo Scapini, explica: “Pelo programa trainee contratamos profissionais já habilitados que buscam uma oportunidade de dirigir uma carreta pela primeira vez. Eles permanecem durante uma semana em treinamento teórico e prático, além de processos psicológicos, e passam por todas as áreas da companhia. Depois, praticam por 10 km junto com um monitor”.

Todo o processo é pensado unicamente no bem-estar e na melhor qualidade de ensino para o profissional, visando proporcionar uma ótima experiência e uma tranquila e segura entrada ao time do Grupo Scapini. Isso amplia o número de colaboradores na área de transporte de carga e logística e aumenta o quadro de funcionários da instituição para que, juntos, possam concluir os serviços com excelência. Além de formar motoristas, o programa busca formar melhores pessoas.

“Para nós é muito bom. Podemos dar oportunidade para aqueles que, muitas vezes, veem suas portas fechadas no mercado pela falta de experiência. Conseguimos ir lá na raiz de cada um e moldar de acordo com a empresa, trabalhando desde o início o melhor treinamento para cada um. Hoje, nosso quadro de motoristas é formado por cerca de 50% a 60% de profissionais que vieram do programa trainee”, finaliza Sandra.

Segundo a psicóloga organizacional, o treinamento conta com cinco monitores. Um deles é o Itamar do Prado Curvelo, motorista monitor, que, no início de sua carreira no Grupo Scapini, participou do programa trainee para se qualificar e hoje faz parte da equipe de instrutores que aplica esta capacitação: “Em 2013 eu já estava com a minha CNH-E e precisava de uma oportunidade. Procurei em algumas empresas, e a que deu certo, graças ao programa trainee, foi a Scapini. A empresa dá a chance para quem tem essa CNH, mesmo sem experiência, começar a ser um motorista carreteiro. Me deram todo o apoio e assistência em todos os processos até a efetivação”.

Governo Bolsonaro tem que dar certo pelo bem do País, diz deputado Paulo Caleffi

Governo Bolsonaro tem que dar certo pelo bem do País, diz deputado Paulo Caleffi

“Coloco a reforma administrativa em primeiro lugar, e a tributária em segundo; reduzir burocracia e impostos”, afirma deputado Paulo Caleffi

Paulo Vicente Caleffi (PSD) tomou posse no dia 4 de maio como deputado federal. Aos 72 anos, o empresário de setor de logística e transportes assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados no lugar do colega de partido Danrlei de Deus, que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Esportes e Lazer do Rio Grande do Sul.

Natural de Bento Gonçalves, Caleffi é o primeiro político oriundo da “Capital do Vinho” a assumir uma vaga no Congresso desde 1991, quando Darci Pozza e Paulo Mincarone deixaram seus mandatos de deputados federais. Em sua cidade natal, Caleffi ficou segundo lugar nas eleições para a prefeitura municipal em 2020, uma disputa que ainda está sendo travada na Justiça Eleitoral, devido a um processo para cassação da chapa vencedora.

Ex-presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), Caleffi critica a criação da tabela do frete para o transporte , medida tomada pelo governo de Michel Temer (MDB) após a greve dos caminhoneiros de 2018. Segundo o deputado, a tabela não soluciona os problemas da remuneração da categoria. “Não vai ser um canetaço que vai resolver as questões da lei de mercado”, destaca.

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Caleffi fala sobre as ações governamentais nas áreas de transportes e suas expectativas para a aprovação de reformas na Câmara dos Deputados, entre outros temas.

Jornal do Comércio – Apesar da grande importância econômica de Bento Gonçalves para o Rio Grande do Sul, fazia 30 anos que a cidade não tinha um deputado federal. Pode-se dizer que a cidade tem força econômica, mas não ?

Caleffi – Não diria que a força política de Bento Gonçalves é fraca, mas seus políticos não conseguiram se destacar. Mesmo eu, não fui eleito deputado, fui eleito suplente de deputado. Conseguimos juntar 19 mil votos de Bento mais 12 mil votos da região para eu ficar na primeira suplência do PSD. É muito difícil, principalmente na nossa conjuntura eleitoral, para uma pessoa que não faz parte da política conseguir se eleger, 40 dias para fazer campanha é muito pouco tempo. Temos agora um deputado que nunca fui uma pessoa que ocupou um cargo político, vai direto de empresário para deputado federal.

JC – O senhor tem uma atuação de muitos anos no setor de transporte e logística. Deve dar ênfase a esses temas no seu mandato?

Caleffi – Meu conhecimento sempre foi na área de gestão. Trabalhei em uma empresa de transportes, presidi sindicato e federação de empresas rodoviárias e fui secretário-geral durante 18 anos da Câmara Interamericana de Transportes, que abrange todos os modais, aéreo, marítimo, pluvial e ferroviário. Tenho mais conhecimento nessa área, mas fui professor de economia regional urbana, de análise microeconômica; durante 14 anos lecionei em universidade. Tenho formação como advogado, economista e trabalhei no setor privado, em empresas do ramo agropecuário, construção, estaleiro naval… Meu último cargo foi em tecnologia avançada, em uma empresa de dirigíveis para transporte de carga. Então, pela minha experiência, vou ocupar uma cadeira onde não serão apenas os setores de transporte e logística unicamente privilegiados.

JC – Como o senhor avalia o governo Jair Bolsonaro?

Caleffi – Eu preciso que o Bolsonaro dê certo, que o governo dê certo, porque é meu país, é o barco que nós estamos. Nós elegemos ele, por que eu vou trabalhar para que não dê certo? Fosse quem fosse que tivesse lá, eu faria de tudo para ajudar, porque depois de eleito, é o governante, tem que dar certo. Daí dizem, “ah, mas ele errou”, mas quem não errou? Nós temos que pensar em fazer com que erre o mínimo possível, vamos medi-lo pelos acertos muito mais do que pelos erros. Então, se tiver que brigar para que o Bolsonaro dê certo, eu brigo, eu preciso que esse país saia do estágio que vinha, para um novo patamar, o que foi prometido na campanha. Eu quero que esse novo estágio para nossa sociedade aconteça.

JC – Na última eleição nacional, em 2018, um dos grandes temas relacionados à área dos transportes eram as demandas dos caminhoneiros, que haviam feito uma grande greve naquele ano, afetando economicamente todo o País. Uma das soluções dadas na época foi o tabelamento do frete, para reduzir perdas do segmento. Como o senhor julga essa política? Ela tem resolvido as questões do setor?

Caleffi – Ela não tem resolvido. O Brasil ficou paralisado naqueles dias, e muitas coisas foram feitas erradas naquela época para contornar os problemas do segmento. Uma foi a tabela de frete, que é uma solução inconstitucional, que até agora o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não tomou uma posição a respeito por questões políticas. Mas a Constituição garante a liberdade econômica. Tanto as tabelas de frete não foram boas que o próprio caminhoneiro passou a encontrar muito mais concorrência do que tinha, em função de que as empresas de carga própria compraram milhares de caminhões para fazer o serviço. Com isso, diminuiu a possibilidade do uso dos caminhões de autônomos. Eu sempre disse que a tabela do frete foi um tiro no pé. Ela não foi uma solução, foi implantada apenas para acalmar os motoristas, mas tenho certeza que, em geral, não foi boa. Ela não espelha uma realidade, é uma tabela técnica que não consegue ser aplicada no mercado, tira competitividade do autônomo assim como tira a competitividade do País. Não vai ser um canetaço que vai resolver as questões da lei de mercado. No passado foram feitos grandes financiamentos para que todo mundo tivesse caminhão, e criamos uma bolha, a hora que ela estourou ocorreu a greve, mas a crise era fruto de um excesso de ofertas. Aí, com a caneta tentaram resolver de uma forma que não mostra a realidade dos negócios.

JC – Um dos pleitos dos caminhoneiros, em 2018, era a redução do preço do diesel, que na véspera da greve atingia valores médios que hoje, atualizados pela inflação, ficariam em torno de R$ 4,10 o litro. Mas a média nacional está acima desse patamar. Por que não ocorre hoje um movimento similar da categoria? O caminhoneiro perdeu força?

Caleffi – O caminhoneiro tem muita força, mas na época houve também um apoio popular. A população aderiu ao movimento e usou a paralisação dos caminhoneiros para atingir um objetivo, que era o repúdio ao governo. O problema é que a solução, que foi a tabela de frete, não foi suficiente. Mas a política de combustíveis do País precisa ser revista, considero errada a forma como é feita. Como o Paraguai consegue vender combustível com petróleo brasileiro pela metade do preço? A gente precisa analisar um pouco melhor essa questão da política de combustíveis, até para evitar que os caminhoneiros se rebelem mais uma vez.

JC – Recentemente, o governo federal lançou o programa Gigantes do Asfalto, com uma série de benefícios voltados para os caminhoneiros. Como avalia as medidas anunciadas?

Caleffi – Esse instrumento cria eixos na infraestrutura, serviços e incentivo à qualidade de vida dos profissionais da área. Vieram algumas medidas especificas de afago aos caminhoneiros, mas necessárias, como novos limites de tolerância na pesagem dos caminhões. Já a criação do Documento de Transporte Eletrônico (DTE), que seria reduzir burocracia, unificando documentos atualmente exigidos, assim como a antecipação dos recebíveis para motoristas autônomos, precisam de uma análise mais profunda, pois muda muito o que existia por parte das empresas, precisariam de ajustes para evitar mais gastos. O que me pareceu é que as medidas foram feitas sem consulta mais profunda com quem conhece o setor. Existem alguns pseudolíderes da categoria que ameaçam greves mas não têm representatividade real. As demandas deles merecem atenção, mas não a ponto de fazer alterações profundas no sistema de transporte nacional. Mas preciso que o governo acerte, e vou contribuir para que isso que foi decidido seja aplicado.

JC – O presidente do PSD, Gilberto Kassab, vem dando manifestações defendendo a candidatura própria do partido em 2022. O senhor acredita que o PSD tem condições para lançar uma candidatura própria?

Caleffi – No primeiro turno, tem. Pelo que senti do presidente Kassab, devemos ter um candidato próprio. Mas é uma posição particular, eu não falo em nome do partido.

JC – O Congresso Nacional tem agora como principal desafio votar as questões das reformas administrativa e tributaria. Como o senhor se posiciona em relação a esses temas?

Caleffi – Acredito que as reformas administrativa e tributária só vão acontecer quando existir uma reforma política, porque os entraves nascem exatamente desta questão. O que sinto no Congresso é uma grande disposição dos parlamentares em resolver esses assuntos, haja vista que há poucos dias foi aprovada uma reforma interna de regimento, para reduzir mecanismos que atrasam ou impedem a votação de projetos. Isso significa que o Congresso Nacional está preocupado em evitar obstruções, para que possamos decidir essas três reformas. Há, por parte dos parlamentares, muita disposição, muito interesse, com exceção de alguns, é lógico, para que esse país dê certo. Em relação às prioridades, lembro que existe um princípio da economia doméstica, que para fazer uma família estar bem é preciso ou alguém ganhar mais ou todos gastarem menos. Sou contra qualquer tributo novo ou aumento de tributo. Então, como prioridades, coloco a reforma administrativa em primeiro lugar, e a tributária e fiscal em segundo lugar. Temos que reduzir a burocracia e os impostos, e não aumentá-los.

JC – O presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), recentemente criou uma comissão para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, uma medida defendida pelo presidente Bolsonaro como necessária para evitar fraudes eleitorais. Qual é a sua opinião em relação a esse tema?

Caleffi – Sou a favor de tudo aquilo que leve a uma estabilidade do País e a uma tranquilidade do eleitor. Nós não podemos ficar com a dúvida, se alguma proposta for para tirar essa dúvida, sou favorável. Então, defendo o voto impresso paralelo para fim de comprovação.

JC – O senhor concorreu a prefeito de Bento Gonçalves em 2020, ficando em segundo lugar em uma eleição que depois foi marcada pela disputa judicial em relação à possível cassação da candidatura da coligação vencedora. O senhor acredita que a Justiça Eleitoral ainda pode dar uma decisão favorável ao senhor?

Caleffi – Os diplomas da chapa vencedora foram cassados, mas, como houve apelação, a decisão está sub judice. A Justiça Eleitoral é que deve dar o pronunciamento final. Mas o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul já definiu que haverá novas eleições no município de Putinga em julho, o que é um bom sinal.

JC – Pretende disputar a vaga da Câmara dos Deputados novamente?

Caleffi – Hoje, se precisar para ajudar a arrumar o País, eu sou candidato até a síndico do meu prédio (risos).

Perfil Natural de Bento Gonçalves, Paulo Vicente Caleffi, nasceu em 17 de agosto de 1948. É graduado em Direito e em Economia e pós-graduado em Marketing e em Pesquisa e Ensino pela Universidade de Caxias do Sul; pós-graduado em Logística (2007) e em Inovação e Competitividade (2009), pela Universidade de Miami (USA). Em 1985, liderou os empresários que fundaram o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Bento Gonçalves (Sindibento) e foi presidente da entidade por 12 anos. Como presidente do Sindibento participou da criação da Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), da qual também foi presidente de 2000 a 2019. Caleffi é diretor da Transportes Bertolini Ltda desde 1987. Em 1994 concorreu a deputado federal pelo PPR, hoje PP, mas não foi eleito. Voltou a disputar em 2018, pelo PSD, ficando como primeiro suplente. Em 2020, concorreu a prefeito de Bento Gonçalves. Ficou em segundo lugar, atrás do eleito Diogo Siqueira (PSDB). A eleição foi contestada na Justiça, que na primeira instância chegou a cassar a candidatura vencedora, mas a decisão foi suspensa. O processo será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral. No início do mês, Caleffi assumiu vaga na Câmara dos Deputados no lugar de Danrlei de Deus (PSD), que foi empossado secretário da gestão Eduardo Leite (PSDB).