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Presidente quer discutir preço dos combustíveis na volta ao Brasil

Presidente quer discutir preço dos combustíveis na volta ao Brasil

Foto: Fernando Fazao/Agência Brasil

Segundo Bolsonaro, a Petrobras programa novo aumento em até 20 dias

Em visita à cidade de Anguillara Veneta, na Itália, nesta segunda-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro disse à imprensa que soube “extraoficialmente” que um novo aumento dos combustíveis está sendo planejado pela Petrobras para daqui a 20 dias. Segundo ele, o assunto será prioridade em seu retorno ao Brasil que aconteceu ontem (2).

“Esta semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras, porque eu indico o presidente, quer dizer, tem que passar pelo conselho, não sou eu que indico, e tudo que de ruim acontece lá cai no meu colo. O que é bom não cai nada em meu colo”.

O ideal, na visão do presidente, é tirar a estatal “das garras do Estado”, com a privatização da empresa. “Isso é o ideal, no meu entender, que deve acontecer. Agora, isso aí não é colocar na prateleira e vender amanhã. Esse processo vai durar mais de ano”, admitiu.

Ainda na avaliação de Bolsonaro, um novo reajuste não pode acontecer. “A gente não aguenta porque o preço dos combustíveis está atrelado à inflação e falou em inflação, falou em perda do poder aquisitivo. A população não está com salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem”, disse.

O presidente disse que está disposto a rediscutir a de preços da companhia, mas sem interferir nos “rendimentos dos acionistas”.

O presidente Bolsonaro acrescentou que o governo federal não tem interesse nos dividendos recebidos pelos lucros da Petrobras. Nesse sentido, disse que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que esses recursos sejam revertidos para abater o preço do diesel.

O presidente atribuiu a alta nos preços dos combustíveis à corrupção de governos passados e às leis antigas. Bolsonaro defendeu o congelamento dos impostos e apontou como “vilão” do custo final na bomba o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Na semana passada, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do qual integram secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento do valor do ICMS cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias.

Privatização dos Correios: entenda pontos do projeto que divide os senadores

Privatização dos Correios: entenda pontos do projeto que divide os senadores

Foto: Correios

A privatização dos Correios — cujos serviços postais iniciaram-se há 358 anos — divide senadores na análise do projeto de lei que atualiza o marco regulatório do Sistema Nacional de Serviços Postais (SNSP). Após a leitura do relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pedido de vista coletiva, na terça-feira (26), os parlamentares acordaram deliberar sobre o PL 591/2021 na próxima reunião do colegiado, marcada para 9 de novembro.

Até então, o relator da matéria, senador Marcio Bittar (PSL-AC), não havia modificado qualquer item do substitutivo elaborado na Câmara pelo deputado federal Gil Cutrim (Republicanos-MA). Bittar também rejeitou as cinco emendas apresentadas pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA).

Na defesa do privatização, o relator destacou que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não se submete a planos de metas que determinem obrigações de cobertura e de qualidade do serviço prestado e que o órgão estatal incumbido de regulamentar e fiscalizar a operação da empresa pública — a Anatel — não dispõe de estrutura para fazê-lo.

Se aprovada na CAE, a matéria irá ao Plenário. Mas alguns senadores, como Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Paim (PT-RS), questionam o porquê de o texto não ser analisado antes pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação declaratória de inconstitucionalidade do projeto que sustenta a privatização dos Correios. Segundo Paim, o próprio procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu em seu parecer a inconstitucionalidade dessa privatização.

Primeiro signatário do pedido de vista, o senador Paulo Rocha (PT-PA) disse não entender a pressa para análise da matéria:

— Os Correios são patrimônio público e cultural do Brasil, uma empresa de mais de 300 anos. Privatizar não vai resolver os problemas do governo — expôs o senador.

Mas o relator Marcio Bittar argumenta que a falta de recursos orçamentários, associada a uma operação incapaz de gerar recursos próprios para cobrir os investimentos necessários, tem sido justificativa suficiente para que o serviço postal não atinja a qualidade esperada pelos cidadãos.

— O usuário do serviço prestado pela ECT não dispõe de uma estrutura para recepcionar e tratar suas reclamações. Essa situação resulta da falta de contratualização e de um adequado grau de institucionalização na relação entre a entidade estatal que elabora a e suas metas, e aquela responsável por executá-la — afirmou Bittar na leitura do seu relatório.

Longevidade

Os primeiros serviços postais no Brasil datam de 1663, com a criação do Correio-Mor. A atual estrutura de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — empresa pública federal — é de 1969.

Maior operador logístico do Brasil, os Correios alcançam todos os municípios brasileiros, com serviços prestados por cerca de 100 mil empregados. Atualmente, a iniciativa privada já participa da exploração dos serviços postais e de entregas de encomendas por meio de franquias.

Privatização

Com a desestatização, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) passaria a ser nominada Correios do Brasil. O senador Bittar destacou que a eventual alienação de controle societário da ECT está condicionada à aprovação do marco legal do Sistema Nacional de Serviços Postais, assim como à contratualização com empresa privada para oferta dos serviços.

O relator considera ainda que a reformulação do marco regulatório proposta pelo PL “é essencial para criar a segurança jurídica de que os investidores privados precisam para decidir pelo aporte de recursos no setor postal”.

— O PL deve ser percebido como uma proposta de equilíbrio tênue entre a migração para um cenário de maior robustez institucional e de contratualização das condições de prestação de serviços postais básicos em todo o país, por meio de uma empresa privada com melhores condições de investir, e a permanência do status quo, com uma empresa pública deficitária e cujas condições de competir e agregar valor para a sociedade continuarão se deteriorando.

Demissão voluntária

Por pelo menos cinco anos caberá à ECT manter o monopólio para carta, cartão-postal, telegrama e correspondência agrupada (vários objetos reunidos em único despacho postal, com ao menos um deles de exclusividade estatal).

A privatização só poderá ocorrer ainda com a observação de algumas diretrizes, entre elas a prestação dos serviços com abrangência nacional e a celebração de contrato de concessão, de modo contínuo e com modicidade de tarifas dos serviços postais universais.

Também fica vedada a dispensa sem justa causa dos empregados da ECT por 18 meses após a desestatização. A eles será ofertado o Plano de Demissão Voluntária (PDV), com indenização, aos que aderirem, no valor de 12 meses de remuneração, além de manutenção do plano de saúde por igual período e plano de requalificação profissional.

O projeto veda o fechamento de agências essenciais para a prestação do serviço postal universal em áreas remotas do país e garante a manutenção da prestação de serviços de interesse social.

Serviço postal

A concessão de serviços públicos postais às empresas não implicará a perda de titularidade por parte da União, que sempre deverá ser responsável pela supervisão e regulação.

— A atividade postal é considerada serviço público essencial não apenas doutrinariamente. Cumpre ao Estado garantir sua universalização a valores módicos, bem como a continuidade e um nível mínimo de qualidade na sua oferta à população — expôs o relator.

A cada cinco anos, o Poder Executivo deverá revisar o escopo do serviço postal universal, que abrange carta, impresso, objeto postal sujeito à universalização, telegrama e outros definidos como essencialidades do serviço.

A estrutura tarifária, com reajustes e revisões, caberá ao órgão regulador — no caso, à Anatel, que passará a ser nominada Agência Nacional de Telecomunicações e Serviços Postais.

Essas tarifas poderão variar geograficamente a partir do custo do serviço, da renda dos usuários e dos indicadores sociais. Poderão ainda ser reajustadas periodicamente, conforme o índice de preços previsto no contrato de concessão, com possibilidade de haver fator de desconto.

O PL também determina a criação de tarifa social para atendimento aos usuários que não tenham condições econômicas de custear o serviço.

À Anatel caberá ainda regular os chamados serviços parapostais, como emissão e comercialização de selos, de peças filatélicas, de fórmulas de franqueamento e de chancelas comprobatórias de pagamento, entre outros. Dessa forma, a ECT perde a atribuição de definir temas e motivos dos selos postais, o que estará a cargo do Poder Executivo.

Universalização

A União deverá garantir a prestação do serviço postal universal por meio ou de empresa estatal (desde que já existente) ou de contrato de concessão comum, podendo haver coexistência dos dois modelos.

Caberá ao operador postal cumprir as metas estabelecidas no plano de prestação do serviço postal universal, considerando indicadores e parâmetros definidores da cobertura e da qualidade do serviço estabelecidos pela Anatel.

Usuários deverão ser informados das condições de acesso ao serviço postal universal, com referência à cobertura geográfica, aos tipos de serviços, aos prazos de entrega, às indenizações e às tarifas aplicáveis a cada serviço.

O operador postal não poderá se eximir da prestação de serviços de interesse social, quando assim lhe forem designados pelo órgão regulador, como no caso dos procedimentos de justificação eleitoral.

À Anatel, o operador postal deverá fornecer relatórios financeiros, indicadores de qualidade e eficiência requisitados, divulgação dos valores cobrados e dos descontos praticados para os serviços que exploram, entre outras obrigações.

Todos os serviços que compõem o SNSP devem garantir aos usuários direitos irrefutáveis como inviolabilidade do sigilo da correspondência, ressalvadas as exceções legais; preservação do caráter confidencial e à proteção de seus dados pessoais, acesso ao serviço postal universal adequado, preservação da integridade de objetos postais, propriedade e à rastreabilidade dos objetos postais remetidos até a sua efetiva entrega ao destinatário, entre outros.

Anatel

A par da competência de implementar, regular e fiscalizar a política postal brasileira, caberá à Anatel aplicar sanções, quando cabíveis.

A agência reguladora terá de definir as regras para o cadastro dos operadores postais e adotar medidas que promovam a competição justa e a diversidade dos serviços. É de sua responsabilidade também definir os pesos e as dimensões que caracterizam o objeto postal e vedações para a postagem de objetos. 

Número de acidentes em rodovias federais caiu 40% nos últimos 10 anos

Número de acidentes em rodovias federais caiu 40% nos últimos 10 anos

Foto: PRF

Atlas de Segurança Viária da PRF mostra redução no número dos acidentes, mas o custo das mortes no trânsito soma R$ 132 bilhões por ano.

Em maio de 2011 foi promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a ‘Década de Ação pela Segurança no Trânsito’, com base em estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que registrou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Diante dos números alarmantes, a ONU recomendou aos países membros a elaboração de um plano diretor que norteasse ações nessa área, tendo como meta reduzir em até 50% os sinistros em todo o mundo.

Após completar o período determinado em 2020, foi possível verificar uma queda no número de acidentes. É isso que pretende mostrar o Altas de Segurança Viária lançado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no último mês de setembro (2021). Conforme a Corporação, as ações resultaram em uma redução de cerca de 40% das mortes no trânsito nas rodovias federais e inspira policiais, órgãos de trânsito, governos e sociedade civil para a promoção de um trânsito mais seguro e sustentável.

O estudo foi realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica (IPEA). Ele detalha que, nos últimos dez anos, aproximadamente 43 mil pessoas, a cada ano, foram vítimas do trânsito no Brasil.

Raio X das rodovias brasileiras

Segundo informação de 2019 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Brasil conta com 1.563,6 mil quilômetros de malha rodoviária, sendo 94,7% rodovias estaduais e municipais, e 5,3% federais (76,5 mil quilômetros). Contudo, apesar das vias monitoradas pela PRF representarem a menor parte dessa fatia (5,3%), elas concentram 90% de todo o tráfego federal.

Por essa abrangência e relevância, os dados da PRF vêm sendo amplamente utilizados em estudos sobre acidentes nas rodovias brasileiras. Isso porque a cobertura do Datatran (banco de dados abertos da PRF) incorpora os mais diversos perfis de usuários das vias, de norte a sul do país, em especial nos acidentes que envolvem o grupo dos chamados mais vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas). Tudo é disponibilizado ao público,  possibilitando o acompanhamento sistemático da situação dos acidentes de trânsito nas rodovias federais do país.

Custo anual com acidentes de trânsito no Brasil

O custo anual dos acidentes em rodovias federais brasileiras alcançou a cifra de R$ 132 bilhões por ano. Destacam-se, por exemplo, os custos relativos à perda de produção das vítimas e às despesas hospitalares.

O maior valor estimado é referente à perda de produção (41,2%). Ou seja, quanto de renda uma vítima de trânsito deixa de alcançar tanto ao longo do período em que esteja afastada das atividades econômicas quanto, no caso de morte, em relação à sua expectativa de vida.

Os impactos da perda de produção recaem sobre a previdência social e também sobre a família, em função de seu empobrecimento. Além disso, o segundo maior custo é o hospitalar, representando cerca de 20% do total.

A pesquisa aponta também que é possível combater várias causas de acidentes em rodovias federais com a realização maciça de campanhas educativas.

Essas devem chamar a atenção dos condutores para os principais motivos associados aos acidentes. Como, por exemplo: a desatenção no trânsito (o uso de celular na direção se encaixa nesse grupo), o consumo de álcool e o desrespeito a normas elementares de trânsito, como a ultrapassagem em locais proibidos e o excesso de velocidade.

Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, reforça que promover um trânsito seguro é papel de todos.

“Os acidentes de trânsito causam impactos profundos na economia, na sociedade e na vida das pessoas. Nesse sentido, é preciso que todos tenham consciência disso e do seu papel para a redução de acidentes de trânsito. É imprescindível seguir as normas de segurança e apoiar as soluções de diminuição da velocidade. Bem como promover a educação para um trânsito seguro, pois tudo isso ajuda a salvar vidas”, comenta.

Grupo CCR ganha leilão de concessão das rodovias Dutra e Rio-Santos

Grupo CCR ganha leilão de concessão das rodovias Dutra e Rio-Santos

Foto: CCR Nova Dutra

O grupo CCR venceu hoje (5) o leilão de concessão de 625,8 quilômetros das rodovias BR-101 (Rio-Santos) e BR-116 (Presidente Dutra) nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O certame ocorreu na B3, a bolsa de valores de São Paulo.

O leilão foi feito com critério de julgamento híbrido: pelo maior desconto nos valores dos pedágios (limitado a 15,31%) e o maior valor de outorga fixa. A CCR ofereceu desconto máximo, de 15,31% e outorga de R$ 1,77 bilhão. A outra concorrente que participou da disputa, o grupo EcoRodovias, ofereceu desconto de 10,6%.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a concessão, de 30 anos, prevê investimentos de R$ 14,83 bilhões, custos operacionais de R$ 10,9 bilhões e geração de 218,7 mil empregos (diretos, indiretos e efeito-renda).

O trecho concedido na rodovia BR-116 (rodovia Presidente Dutra) terá 355,5 quilômetros, do entroncamento da rodovia com a BR-465, no município de Seropédica (RJ), até o entroncamento da BR-381 e a SP-015 (Marginal Tietê), na capital paulista. Já a concessão da rodovia BR-101 (Rio-Santos), terá 270,3 km: do entroncamento da rodovia com a BR-465, no município do Rio de Janeiro (bairro Campo Grande), até Ubatuba (SP).

No total, nos trechos concedidos, a companhia vencedora do leilão deverá realizar a construção de 590,9 quilômetros de faixas adicionais; 25,2 km de faixas reversíveis; 46 km de barreiras antirruído; 144 km de vias marginais; 4 postos de descanso, e 129 passarelas, entre outras obras. Também está prevista a duplicação de 80,1 quilômetros na rodovia Rio-Santos (do km 416 ao km 496,1), o que deverá ocorrer a partir do sexto ano da concessão.

Serão instaladas dez praças de pedágio nas rodovias concedidas: na BR-116, no trecho paulista, em Arujá (duas praças), Guararema, Jacareí (duas praças), e Moreira César. No trecho do Rio de Janeiro, haverá um pedágio em Itatiaia. Já na BR-101 haverá três praças: em Paraty, Mangaratiba e em Itaguaí.

Segundo previsão do valor dos pedágios divulgada pela ANTT, antes do leilão, os preços variarão de R$ 3,83, em Arujá e Guararema; a R$ 14,49, em Moreira César.

“Eu fico imaginando o que vai ocorrer daqui a poucos anos com as obras dessa concessão, quantos empregos, quantos pais de família trabalhando, quanto desenvolvimento. O Brasil vai ser um grande canteiro de obras porque tem hoje o maior programa de infraestrutura do mundo”, destacou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Espírito Santo deve ganhar eficiência na logística de portos com a chegada do 5G

Espírito Santo deve ganhar eficiência na logística de portos com a chegada do 5G

O estado tem uma estrutura portuária responsável por 25% do comércio exterior do Brasil, setor que será fortemente impulsionado pela eficiência da rede móvel

A chegada da internet 5G no Espírito Santo deve mudar a perspectiva de conectividade dentro e fora das empresas. Tudo o que é ligado a automação, como centros de distribuição (CD), logística e movimentação mecânica, deve ganhar velocidade. A estrutura portuária do estado é responsável por 25% do comércio exterior do Brasil, setor que deve ser fortemente impulsionado pela eficiência da rede móvel 5G, que é 20 vezes mais rápida.

Segundo o deputado federal Evair Melo (PP-ES), essa característica comercial do estado deve ser diretamente beneficiada, permitindo reduzir as distância e otimizar o tempo. “Essa conexão de máquinas vai trazer a tecnologia para relação direta na vida das pessoas. O Espírito Santo vai poder a partir da capital Vitória, que será uma das primeiras capitais contempladas, ter a tecnologia e naturalmente vai disponibilizar para a maioria das pessoas. Com certeza o nosso estado será ainda mais competitivo”, disse.

Tráfego de carga coordenado e autônomo para passageiros, logística totalmente automatizada e controle nos portos são alguns pontos que a digitalização trará ao tráfego hidroviário, se tornando um impulso ao setor de infraestrutura.

O deputado destacou, ainda, que a tecnologia deve trazer naturalmente um grande número de oportunidades, pois o investimento em infraestrutura é uma maneira eficaz de impulsionar o crescimento econômico, já que, além de incentivar a criação de postos de trabalho, reduz também os custos operacionais e deve fomentar o desenvolvimento urbano dos municípios do estado a médio e longo prazo.

Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet, a revolução tecnológica causada pelo 5G deve impactar sobretudo o setor produtivo. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, afirmou.

Para chegar a toda a população, a nova tecnologia de transmissão ainda vai demandar das empresas de telefonia investimentos em equipamentos para que o sinal chegue em todo o país. O planejamento do Governo Federal é alcançar todas as capitais brasileiras até meados de 2022 e o país inteiro até 2028.

Leilão de frequências

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para 4 de novembro o leilão das faixas de frequência do 5G no Brasil, que deve movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões devem ser desembolsados pelas empresas vencedoras para pagamento das outorgas (direito de explorar comercialmente o 5G). Esse valor irá para o caixa do governo, se todos os lotes ofertados forem arrematados. E outros R$ 39,1 bilhões terão que ser investidos pelas empresas vencedoras para cumprir as contrapartidas, ou seja, as exigências previstas no edital.

No leilão, serão ofertadas quatro faixas de frequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz; e 3,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz é a que desperta mais interesse das empresas de telefonia, por exigir menos investimentos para a implantação da tecnologia.

O edital prevê, para cada uma das quatro faixas, exigências que terão que ser cumpridas pelas empresas vencedoras do leilão, como disponibilizar 5G nas capitais do país até julho de 2022, levar internet 4G para as rodovias e a construção de uma rede privativa de comunicação para a administração federal.

Indústria do Paraná aposta na contratação de mulheres e jovens. Veja os números

Indústria do Paraná aposta na contratação de mulheres e jovens. Veja os números

Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Mulheres, jovens e trabalhadores com Ensino Médio completo foram os preferidos nas contratações formais (com carteira assinada) da indústria paranaense em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Das 3.336 novas vagas abertas, 1.850 foram preenchidas por elas e 2.119 trabalhadores têm entre 18 e 24 anos. A qualificação mínima também teve relevância. Dois mil trezentos e trinta e três admitidos já concluíram o Ensino Médio.

Parte do perfil dessas novas admissões se explica pelo aumento da empregabilidade em setores que são grandes demandantes de mão de obra feminina e especializada, como de confecções e artigos do vestuário, que liderou as contratações do setor em setembro, com 738 novos postos de trabalho preenchidos. “Essa é uma boa oportunidade para quem quer entrar no mercado de trabalho e, também, para as empresas que necessitam formar novos profissionais para atender à demanda do mercado, que está aquecido. O ganho é mútuo”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Thiago Quadros. “Este movimento segue uma tendência nacional, já que o setor de confecções também foi o segundo que mais gerou vagas de emprego este ano no país”, completa.

Na sequência dos segmentos que mais contrataram em setembro vêm produtos químicos (319), minerais não-metálicos (299), moveleiro (250) e máquinas e equipamentos (199). Das 24 atividades avaliadas pelo Novo Caged, apenas duas tiveram desempenho negativo. Setor de petróleo (-83) e fabricação de equipamentos de transporte, exceto veículos (-32).

Empregos na indústria em 2021

No acumulado do ano, o perfil do trabalhador admitido é parecido. De janeiro a setembro, dos 46.900 trabalhadores contratados pela indústria no estado, 32.431 concluíram o Ensino Médio e 25.772 estão na faixa de 18 a 24 anos. Porém, os homens foram maioria no período, ocupando 26.205 postos contra 20.782 das mulheres. O segmento do vestuário reponde por 6.854 novas oportunidades preenchidas, seguido de perto por alimentos (6.606), madeira (4.480), fabricação de produtos de metal (3.777), máquinas e equipamentos (3.416) e moveleiro (3.084). Apenas o setor do fumo (-59) ficou negativo.

No Paraná, a indústria soma nove meses seguidos de geração de novas vagas. Com exceção de dezembro, que é um mês de sazonalidade – em que há mais demissões do que contratações em decorrência dos empregos temporários para atender à demanda de fim de ano – desde junho de 2020, a indústria vem abrindo novas oportunidades de trabalho formal. Este ano, é o segundo setor da economia que mais admitiu profissionais, ficando atrás apenas de serviços (64,8 mil).

Apesar dos bons indicadores, o ritmo de geração de novas vagas vem desacelerando nos últimos meses. A queda na comparação com agosto é de 38% e, em relação a setembro do ano passado, chega a 50%. No resultado acumulado de 2021 o impacto forte da pandemia no ano passado ainda coloca a indústria em destaque, com saldo de janeiro a setembro quatro vezes maior do que registrado no mesmo intervalo de 2020. São 46.987 vagas agora contra 11.718 no ano anterior. “É preciso cautela ao analisar porque além do efeito da pandemia mais severo no ano passado, com fechamento temporário de algumas empresas, ainda temos, este ano, o avanço da vacinação, o aumento das atividades presenciais, maior circulação de pessoas e a economia tentando retomar à normalidade”, justifica. “A condição de agora, embora não seja ideal ainda, é mais favorável ao consumo – que gera aumento de demanda nas fábricas – do que foi em 2020”, informa Quadros.

No total, a indústria emprega quase 712 mil profissionais no Paraná, ligeira alta de 0,47% em relação ao resultado avaliado em agosto, que foi de 708.583 pessoas. “O resultado é bom, a indústria continua criando oportunidades, mas o ritmo de contratações está caindo. A velocidade de abertura de novos postos está em tendência de queda”, analisa o também economista da Fiep, Evânio Felippe.

De acordo com ele, alguns fatores de natureza e macroeconômica podem justificar esse comportamento. “O aumento nos custos de produção, gerado tanto pela cotação ascendente do dólar quanto pela crise hídrica e energética, a alta no preço dos combustíveis, que oneram o custo logístico para escoamento dos produtos, e a instabilidade política no país também impactam as condições no mercado de trabalho”, explica.

Um exemplo é o setor de carnes, que representa 10% do PIB industrial do Paraná e é grande empregador de mão de obra no estado, diz o economista. Há uma grande dificuldade com a elevação no preço de insumos utilizados em ração animal e que são cotados em dólar. Nos últimos 12 meses, a produção de frango, de acordo com boletim semanal de conjuntura da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, ficou 44,27% mais cara. Desde janeiro, o aumento de custos chega a 21%. “Nem sempre o industrial pode repassar a alta nos preços integralmente para o consumidor para não perder competitividade”, argumenta Felippe.

Ele explica que para ganhar fôlego no caixa o empresário revê suas intenções e segura investimentos, que já estão sofrendo o reflexo da alta na taxa básica de juros Selic, atualmente em 7,75% ao ano. “Nesse momento em que a economia tenta se recuperar, a retomada dos investimentos é fundamental porque se reflete em aumento de produção nas fábricas e, consequentemente, em criação de novos empregos. Frear essa intenção pode comprometer o resultado no mercado de trabalho nos próximos meses”, alerta o economista da Fiep.