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Infraestrutura rodoviária precária eleva custo de produção de soja

Infraestrutura rodoviária precária eleva custo de produção de soja

Foto: Agência CNT de Notícias/Flickr

Produtor brasileiro gasta 4 vezes mais do que o norte-americano com logística

As condições precárias da infraestrutura rodoviária brasileira tem causado grande impacto no escoamento de grãos. Maior produtor de soja do mundo, com o grão como o principal item da exportação do agronegócio nacional, o Brasil precisa resolver os problemas de infraestrutura para garantir a competitividade e qualidade dos produtores brasileiros no exterior.

“A logística é um dos grandes desafios para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Um dos motivos para isso é que temos um país com dimensões continentais entre cortado por rodovias, que levam mais da metade nossa produção, segundo estimativas do DNIT. Apesar dos esforços recentes do ministério da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, de entregar novos trechos, licitar terminais e desenvolver nossa infraestrutura logística, temos um longo caminho ainda pela frente”, afirma o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara dos Deputados.

Com o mercado cada vez mais internacionalizado, quanto mais competitivo for o setor melhor. “Só que no Brasil, a ineficiência da infraestrutura tem aumentado muito o custo tanto na entrada do insumo quanto na saída do produto”, considera o deputado estadual Tião Medeiros, que foi eleito para deputado federal.

O produtor brasileiro gasta quase quatro vezes mais do que o norte-americano no transporte do grão. De acordo com o deputado, o custo logístico para a exportação de soja em grão é de US$ 91 no Brasil, de US$ 89 na Argentina e de US$ 23, nos Estados Unidos. “A falta de uma estrutura logística torna o custo da produção muito caro no país”, diz Medeiros.

As más condições das rodovias deixam o transporte somente da soja e do milho R$ 3,8 bilhões mais caro, conforme levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

“Em nossas rodovias, há desafios com trechos não finalizados ou esburacados nos estados. Ainda mais com as recentes chuvas que atingiram estados como Espírito Santo e o Paraná. Aliás, aqui no Paraná, um trecho da BR-376 ficou completamente interditado por causa de um deslizamento de terra que atingiu pelo menos seis caminhões e quinze carros”, lembra Lupion.

Segundo dados da CNT, 73% das rodovias sob administração pública mostraram irregularidades, acarretando um acréscimo estimado de 35,2% nos custos operacionais. Além disso, 71,8% dessas estradas possuem o pavimento classificado como regular, ruim ou péssimo. Essas condições refletem diretamente no frete. Em média, quando um caminhão roda em uma via de qualidade regular, o valor aumenta em 41%. Em condições ruins 65,6%, e em péssimas condições o valor quase dobra, chegando a 91,5%.

Estima-se, inclusive, um consumo desnecessário de 956 milhões de litros de diesel, em 2021, devido à má qualidade do pavimento. Dados da NTC&Logística informam que os custos de manutenção, seguros e pneus apresentaram variações de 6,54%, 22,06% e 17,06%, respectivamente, em relação a 2020.

“O fato é que a infraestrutura não consegue acompanhar o crescimento da produção nacional, que cresceu quase 60% em uma década e a infraestrutura não cresceu na mesma proporção”, diz o deputado. Como o governo não tem orçamento suficiente para suprir toda essa deficiência, a saída é fazer concessões para o mercado privado aportar capital para destravar obras. “O governo precisa priorizar o investimento na infraestrutura, ainda que seja com consórcios entre o público e o privado, porque há uma defasagem muito grande”, complementa.

Qualidade da semente

Estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (EsalqLog) estima que, em 2020, o agronegócio perdeu 1,58 milhão de toneladas de soja. Enquanto os problemas de infraestrutura não são solucionados, o setor tenta buscar alternativas para tentar minimizar o impacto da falta de infraestrutura. A quebra de grãos, por exemplo, foi diminuída com os novos caminhões, que já estão mais preparados para evitar que o alimento fique pelo caminho. “Mesmo com esses desafios, seguimos confiantes no produtor rural brasileiro. Enfrentamos uma pandemia, não ficamos em casa, pelo contrário, fomos ao campo produzir alimentos para o mundo todo. E há anos conseguimos manter nossa balança comercial favorável”, finaliza Lupion.

Minfra certifica 20 novos estabelecimentos como Pontos de Parada

Minfra certifica 20 novos estabelecimentos como Pontos de Parada

Foto: Iveco/Divulgação

O Ministério da Infraestrutura, certifica 20 novos estabelecimentos como Pontos de Parada e Descanso – PPD, considerando que os estabelecimentos estejam em conformidade às condições sanitárias, de segurança e conforto elencados na Portaria nº 45/2021, do Ministério da Infraestrutura, bem como, na Portaria nº 1.343/2019, do Ministério da Economia, em obediência à lei nº 13.103/2015.

As certificações terão validade de 4 anos, a partir da publicação desta portaria.

Para mais informações, segue o link da Portaria nº 1.516.

Pavimentação da MG-414, na ligação de Minas com Goiás, é iniciada no Triângulo

Pavimentação da MG-414, na ligação de Minas com Goiás, é iniciada no Triângulo

Foto: Divulgação

Obra é uma demanda antiga dos moradores da região e faz parte do Provias

A pavimentação de 24,3 quilômetros da rodovia MG-414, que liga Araguari, no Triângulo Mineiro, ao estado de Goiás já é realidade. As equipes do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) executam os serviços de terraplenagem em cerca de seis quilômetros da via. Além disso, cerca de dois quilômetros já foram pavimentados.

A obra é uma demanda antiga dos moradores da região e faz parte do programa estadual Provias. A previsão é de que sejam investidos R$ 84.482.000. O prazo de execução contratual é de 720 dias consecutivos, contados a partir da ordem e início das obras emitida em 25/7/2022.

A pavimentação está sendo realizada no trecho entre o distrito de Amanhece, em Araguari, até a divisa com Goiás, mais especificamente na cidade de Anhanguera (GO).

A rodovia é importante rota para o escoamento da produção do agronegócio existente ao longo da estrada, que é baseada na suinocultura, avicultura, extração de barro para as olarias de Araguari, além de fornecimento de areia para a construção civil da cidade. A mineração de calcário também será beneficiada com o asfaltamento da via.

Provias

O Provias, lançado em abril deste ano pelo Governo de Minas, tem como objetivo reverter a situação precária em que se encontram muitas rodovias mineiras devido ao baixo investimento realizado por gestões anteriores na manutenção das estradas. O programa vai beneficiar 100 intervenções em todas as regiões do estado.

Dos R$ 2 bilhões em recursos destinados ao Provias, o valor de R$ 1,4 bilhão é proveniente do Acordo Judicial assinado com o objetivo de reparar danos decorrentes do rompimento das barragens da Vale S.A, que tirou 272 vidas e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o estado de Minas Gerais. Além disso, cerca de R$ 120 milhões têm origem no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre o Governo de Minas e a Fundação Renova. O restante é fruto convênios e emendas parlamentares estaduais e federais, parcerias com empresas e convênios com prefeituras.

COMUNICADO DE 10 MARÇO DE 2022 – Enfrentamento Emergencial do Aumento do Diesel

COMUNICADO DE 10 MARÇO DE 2022 – Enfrentamento Emergencial do Aumento do Diesel

A Petrobras anunciou hoje (10) um reajuste de 24,9% no diesel. Mais uma mudança para uma situação crítica para o transportador, que ainda está negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento que aconteceram em 2021.

Acreditava-se que, com a previsão de término da pandemia, os preços voltassem a ficar mais estáveis, porém a guerra entre Rússia e Ucrânia vem acarretando elevação do preço do barril de petróleo nunca vista, com graves reflexos no diesel.

Fonte: ANP

O Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado da NTC&Logística (CONET), em sua última reunião de fevereiro deste ano, constatou a necessidade da recomposição do preço do frete em razão dos aumentos dos insumos do transporte. Na ocasião, foram apurados os índices a serem aplicados no serviço de cargas fracionadas (18,58%) e, na carga lotação (27,65%). O aumento de hoje do preço do diesel, da ordem de 24,9%, acarreta a necessidade de reajuste adicional no frete de, no mínimo, 8,75%, fator este que deve ser aplicado emergencialmente nos fretes, acumulando um reajuste total de 28,96% na carga fracionada e 38,82% na carga lotação.

A NTC&Logística reitera a importância do transportador negociar a inclusão nos contratos antigos e colocar nos novos contratos um gatilho para os aumentos do diesel.

Fonte: DECOPE/NTC&Logística

Esta é a única solução para o problema trazido pelos constantes aumentos no preço do diesel e para os altos índices de reajuste que vem ocorrendo.

Destacamos que o diesel é um dos maiores custos nos insumos da atividade de transporte, chegando a média de 35% para uma transportadora e podendo chegar a 50%.


Brasília, 10 de março de 2022

Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística

Comunicado na íntegra, abaixo:

Fórum sobre conectividade nas rodovias será realizado hoje

Fórum sobre conectividade nas rodovias será realizado hoje

Com transmissão pelo canal da CNT no YouTube, evento debate tecnologia 5G, free flow e concessões rodoviárias

O ITL (Instituto de Transporte e Logística), ligado à Confederação Nacional do Transporte, realiza, nesta quarta-feira (9), a primeira edição do FIT – Fórum ITL de Inovação do Transporte sobre o tema “Novas tecnologias e conectividade nas rodovias brasileiras”.

O Fórum será transmitido pelo canal da Confederação Nacional do Transporte no YouTube, a partir das 14h.

O evento debaterá a tecnologia e o seu papel decisivo para o desenvolvimento econômico e social do país, com apresentação de questões e debates que possam auxiliar empresas, governos e a sociedade na construção de caminhos para a implantação de rodovias inteligentes no Brasil.

Diversos temas abrem espaço para a realização desse debate, como o recente leilão da tecnologia 5G; a sanção da lei n.º 14.157/2021, que estabelece condições para a implementação da cobrança do pedágio proporcional ao trecho percorrido (o chamado de free flow); e as concessões rodoviárias que estão sendo realizadas pelo governo federal.

“As transformações estão acontecendo, de maneira muita rápida e intensa, em todos os setores da economia. E, no transporte, isso não tem sido diferente. No Brasil, já há tecnologia para acabar com os chamados pontos cegos (sem internet) das rodovias. Hoje, você consegue colocar rede wi-fi desvinculada da telefonia pública a um custo baixíssimo. Queremos contribuir, cada vez mais, com o desenvolvimento e o crescimento da atividade transportadora no Brasil, por isso, é tão fundamental debater um tema relevante como a conectividade nas rodovias”, destaca Vander Costa, presidente do Sistema CNT.

Entre as presenças confirmadas no evento, estão: Vander Costa, presidente do Sistema CNT; Marcelo Sampaio, secretário executivo do Ministério da Infraestrutura; Marcello da Costa, secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura; Natália Marcassa, secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura; Artur Coimbra, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações; Rafael Vitale Rodrigues, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); Marco Aurélio Barcelos, diretor-presidente da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias); além dos diretores da CNT, do ITL e do SEST SENAT.

O evento tem o patrocínio da Huawei, multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações.

Confira os temas dos debates

Painel I: Modernização das rodovias a serviço do setor de transporte – Caminhos para o transporte conectado.

Painel II: Estrutura regulatória para adoção de novas tecnologias no setor de transporte – Oportunidades e desafios.

Painel III: Inovações nas rodovias brasileiras – O sistema de livre passagem (free flow) e a segurança nas rodovias.

Painel IV: Conectividade nas rodovias e o desenvolvimento humano e social.

Sobre o FIT

O FIT tem como objetivo fomentar a discussão e a troca de conhecimentos sobre ferramentas e tendências inovadoras e tecnológicas aplicáveis ao setor transportador. Realizado em parceria com a CNT e o SEST SENAT, o evento reunirá, a cada edição, diversos atores para a construção de um novo pensamento sobre o setor de transporte.

Serviço

Fórum ITL de Inovação do Transporte – “Novas tecnologias e conectividade nas rodovias brasileiras”

Dia 9 de fevereiro, das 14h às 18h

Transmissão: https://youtu.be/e9Fe2yQbAW0

Empregos no transporte de cargas crescem 18,1% em 2021 no Brasil

Empregos no transporte de cargas crescem 18,1% em 2021 no Brasil

Foto: Divulgação: Mercedes-Benz

O número de empregos no setor de transporte de cargas cresceu 18.1% em 2021. Isso na comparação com 2020. As empresas fizeram 617.720 contratações e 522.982 demissões. Ou seja, o saldo positivo foi de 94.738 novos postos de trabalho. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

De acordo com o levantamento, o segmento de transporte puxou o bom resultado. Conforme os dados da CNT, de janeiro a dezembro de 2021, essas empresas contrataram 438. 546 profissionais. Por sua vez, houve 84.436 demissões. Seja como for, o saldo positivo foi de ´´41.685 postos de trabalho.

Na análise por região, o Sudeste se destacou. E somou a criação de 54.010 postos de trabalho em 2021. Em seguida, aparece a região Sul, com 11.324 contratações. Depois, vem o Nordeste com 11.324 novos empregos. Já no Centro-Oeste foram contratadas 7.090 pessoas. Por fim, no Norte do Brasil foram abertas 3.721 vagas.

Transporte de passageiros foi o que mais demitiu

As empresas de transporte rodoviário de passageiros estão em crise desde o início da pandemia. Houve uma grande retração no número de viajantes. Sobretudo no segmento de turismo. E, com a queda no número de viagens, caiu também a oferta de empregos.

De acordo com os dados do Caged, as empresas que atuam em operações urbanas são as que mais sofreram em 2021. Assim, de janeiro a dezembro foram contratadas 66.997 pessoas. Porém, fizeram 90.908 demissões. Como resultado, o saldo ficou negativo em 23.812 postos de trabalho.

As companhias do setor de transporte rodoviário de longas distâncias apresentaram situação parecida. Ao longo de 2021, fizeram 24.750 contratações e dispensaram 27.371 profissionais. O único que apresentou resultado positivo foi o segmento de transporte rodoviário por fretamento.

Isso tem a ver com a volta gradual do trabalho presencial. Por causa da necessidade de manter o distanciamento, as empresas tiveram de colocar mais veículos para transportar o mesmo número de passageiros. Assim, houve 43.390 contratações e 36.719 demissões. Ou seja, o saldo positivo foi de 6.671 postos de trabalho.