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Comércio e logística vão puxar geração de empregos no Ceará até o fim de 2021

Comércio e logística vão puxar geração de empregos no Ceará até o fim de 2021

Avanço da vacinação tem gerado otimismo no mercado e impulsionado contratações

O avanço da vacinação e o vislumbre do fim da crise sanitária têm sido os combustíveis principais para o otimismo do mercado em relação à retomada econômica. Mesmo sendo o último componente a se recuperar após uma crise, já é possível observar maiores contratações, que devem se intensificar até o fim do ano.

É o que aposta Vladyson Viana, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Ele baseia a previsão a partir do saldo positivo de vagas no Ceará mesmo durante a segunda onda da pandemia este ano.

“A medida que tem o aumento da cobertura da vacina e a flexibilização dos decretos, há o surgimento de novos postos. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) vem confirmando essa curva positiva”, afirma.

Somente em junho, dado mais recente do Caged, o Ceará registrou a criação de 9,7 mil novos postos formais de trabalho, totalizando 33,2 mil no primeiro semestre. Este ano, somente em março o Estado teve mais demissões que contratações, mês que coincide com o endurecimento do isolamento social.

Entre os segmentos que têm puxado a geração de vagas, Viana aponta o comércio e serviços por serem setores que respondem mais rápido durante a retomada.

“Acreditamos que nesse segundo semestre também sejam os setores que irão puxar a criação de novos postos. Historicamente, esse período do ano já é marcado por uma maior oferta de vagas do mercado pela sazonalidade, o que deve contribuir para essa recuperação”, ressalta.

Dentro do setor de serviços, o presidente do IDT detalha que a atividade administrativa tem se destacado, com contratações para telefonista, recepcionista, auxiliar administrativo e toda a cadeia. No comércio, o carro-chefe é o posto de vendedor.

Ele acrescenta que vagas na indústria, por exemplo, devem demorar um pouco mais a deslanchar, tendo em vista que só há contratações com a expansão ou abertura de novas plantas industriais, que requerem alto investimento.

“Além disso, comércio e serviços é a natureza da economia cearense”, argumenta.

LOGÍSTICA EM ALTA

Saindo da camada que baseia a economia local, o setor de logística tem ganhado força durante a pandemia e promete ser uma boa aposta para quem busca recolocação, conforme a coordenadora de recrutamento e seleção da RH Nossa, Eliane Catalano.

Com mais compras online e a necessidade de um volume maior de entregas, a atividade tem gerado oportunidades para os mais diversos níveis, desde posições estratégicas a encarregado, almoxarife e operador de empilhadeira.

Em breve, a Amazon deve inaugurar um Centro de Distribuição no Ceará, em Itaitinga, o que mostra a força crescente do setor.

Também relacionada ao e-commerce, a área de vendas é outro destaque, inclusive com vagas sendo geradas por Microempreendedores Individuais (MEIs).

A coordenadora da RH Nossa também pontua que já está começando uma movimentação para contratações no turismo. Após um longo período de baixa por conta da pandemia, ela acredita que as pessoas estão ansiosas por viajar, o que gera a necessidade de mão de obra.

“Eu fiquei impressionada no mês passado com a quantidade de vagas para agente de viagem no Nordeste. As agências estão buscando esses profissionais da área”, afirma.

Catalano também ressalta a oferta de vagas temporárias, que deve incrementar significativamente as contratações nos próximos meses. Apesar de ser um contrato com prazo definido para acabar, é uma oportunidade dos empregados mostrarem um bom trabalho e serem efetivados.

“No momento, nós temos 1,5 mil vagas abertas com a RH Nossa. Até o fim do ano, isso deve dobrar, especialmente com essa oferta de temporários”, revela.

COMO SE PREPARAR

A coordenadora de seleção e recrutamento aconselha os candidatos a se autoconhecerem e saberem no que eles são bons, aliando perfil técnico e comportamental com disponibilidade de horário e capacitação constante.

Ela também alerta para que a documentação dos participantes esteja sempre em dia, para não correr o risco de falta não conseguir resolver a tempo e algo na nessa etapa da contratação.

“A gente tem sentido dificuldade na hora do processo admissional. Às vezes a pessoa não está regularizado com o título de eleitos, carteira de reservista, CNH atrasada, comprovante de histórico escolar. Então, é aconselhável que haja uma atualização constante”, orienta.

Faturamento do agronegócio deve ultrapassar R$ 68 bilhões em MS

Faturamento do agronegócio deve ultrapassar R$ 68 bilhões em MS

Apesar do aumento no faturamento, altos custos com a produção foram destaques na safra de grãos. (Foto: Arquivo)

A estimativa sugere um aumento de 18,29% se comparado a 2020

O agronegócio sul-mato-grossense continua em alta, o que é refletido no aumento de estimativas do Valor Bruto da Produção (VBP). Segundo levantamento divulgado pelo IBGE e Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Mato Grosso do Sul deve alcançar R$ 68,75 bilhões em receita em 2021.

A estimativa sugere um aumento de 18,29% se comparado a 2020, que somou R$ 58,12 bilhões.

Em faturamento real, a previsão é de que da agricultura atinja R$ 46,8 bilhões, quase 20% superior aos R$ 39 bilhões alcançados em 2020. Na pecuária, esse aumento chega próximo aos 15%, saindo de R$ 19 bilhões, em 2020, para R$ 21,9 bilhões, em 2021.

“Os números refletem a expressiva valorização nos preços da agropecuária, compensando a menor produtividade de algumas lavouras como milho e cana-de-açúcar e a queda de produção no segmento da pecuária, bovino, aves e leite”, explica a analista técnica da Famasul, Eliamar Oliveira.

Apesar da estimativa de aumento para 2021, os altos custos para a produção também foram destaques, principalmente, pela elevação no valor de insumos agrícolas no mercado nacional, ocasionado pela desvalorização do real frente ao dólar, que encareceu as importações.

Na safra de soja 2020/21, a média do custo operacional por hectare foi de R$ 3,4 mil. Desse valor, 52,4% foram gastos com insumos agrícolas. A segunda safra do milho em 2021, também teve valores “salgados” de produção, com um custo operacional de R$ 3,2 mil por hectare. A manutenção da lavoura foi responsável por 63,62% desse valor, uso de fertilizantes 27,92% e sementes com 16,26%.

Em formato inédito no Brasil, Sitran e SEST SENAT firmam convênio para ampliar atendimentos em Palmitos/SC

Em formato inédito no Brasil, Sitran e SEST SENAT firmam convênio para ampliar atendimentos em Palmitos/SC

Dando sequência ao protagonismo e ineditismo iniciado em 2020, Santa Catarina segue na vanguarda e se mantém pioneira. Mais uma vez, em ação arrojada para ampliar o atendimento de assistência em saúde aos trabalhadores em transporte, o SEST SENAT firmou convênio com uma clínica para ofertar os atendimentos de odontologia na cidade de Palmitos, onde hoje não há Unidade Operacional.

O lançamento foi no dia 11 de agosto, com lideranças do Sistema Fetrancesc e autoridades locais, na prefeitura de Palmitos. Participaram do evento o presidente da Fetrancesc, Transpocred e Conselho Regional do SEST SENAT Santa Catarina, Ari Rabaiolli, presidente de honra do Conselho Superior da federação, Valdir Tombini, presidente e vice do Sitran, Ivalberto Tozzo e Luiz Framento, além do prefeito de Palmitos, Dair Jocely Enge, e, representando o presidente da Câmara de Vereadores, Cassiano Sartori, o vereador Moacir Delazere. Também acompanharam o evento a relações institucionais da Fetrancesc, Márcia Calderolli, a gerente de comunicação da federação, Heloiza Abreu, a diretora executiva do Sitran, Keily Machado, e o jurídico do sindicato, Ariel Silva, bem como a diretora do SEST SENAT Chapecó, Geila Beck, e a coordenadora do SEST Chapecó, Neurides da Luz.

Na prática, a iniciativa “tem a prerrogativa conceder estes serviços ofertados pelo SEST SENAT, sujeitas a uma série de regras impostas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em termos de transparência”, explicou Fiedler. E, acrescentou: “a que mais oferece destaque (a regra) é que o funcionário deve ter o cadastro válido no SEST SENAT”.

Além disso, a oferta é feita pelo SEST SENAT, em parceria com o Sitran. “A partir de agora teremos capacidade de até 128 atendimentos por mês. E, se chegarmos ao limite, poderemos ampliar na mesma cidade ou mesmo em algum município vizinho. Isso significa progresso para o nosso setor, uma vez em que estamos investindo no nosso maior patrimônio: o nosso colaborador”, salientou Rabaiolli.

O presidente da Fetrancesc disse, ainda, que “é um marco e uma conquista do SEST SENAT/SC para levar onde os empresários estão, se estiverem longe das Unidades Operacionais”.

À frente deste projeto, Ivalberto Tozzo destacou que “este convênio, capitaneado pelo nosso sindicato, é um novo modelo que serve de exemplo para outros sindicatos e outras regiões do País. Palmitos é um município importante para o segmento de transporte e merece este respaldo”.

O prefeito de Palmitos ressaltou o protagonismo do setor empresarial para assistir aos colaboradores do setor. “É natural que este tipo de serviço seja transferido para o Poder Público. E o setor de transportes está de parabéns por tomar a frente e garantir atendimento de saúde de qualidade para os seus funcionários”, finalizou.

Vale ressaltar que, os atendimentos de odontologia são voltados para os trabalhadores de transporte de Palmitos e Região. Entretanto, motoristas em trânsito também serão atendidos, desde que estejam com a carteira de convênio em mãos.

Setores da indústria e construção civil empregam 50 mil pessoas no Acre, aponta IBGE

Setores da indústria e construção civil empregam 50 mil pessoas no Acre, aponta IBGE

Dados do IBGE são do último trimestre que mostra um crescimento de 7% na Indústria geral e de 5% no setor de construção.

Os setores da indústria e construção empregam pelo menos 50 mil pessoas no Acre somando os dois setores juntos. Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana.

De forma separada, a indústria em geral emprega 26 mil pessoas e a construção outras 24 mil, conforme os dados. Com esse número, o estado apresentou um crescimento em relação ao semestre anterior.

No período de janeiro a março, o setor empregou 38 mil pessoas, com 19 mil postos em cada um. O crescimento foi de 7% e 5% na indústria e construção respectivamente.

Conforme os dados, o maior número de pessoas ocupadas no estado está no setor público, com 82 mil pessoas, seguido do Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas que emprega 57 mil pessoas, e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura com 48 mil.

No Brasil, a construção foi o segmento com maior crescimento da ocupação, com 1 milhão de novos trabalhadores.

Desemprego no Acre

A população desocupada no Acre chegou a 62 mil pessoas entre abril e junho de 2021, conforme os dados do Pnad.

A taxa de desocupação no estado foi de 15,9% e manteve uma estabilidade em relação ao trimestre anterior que apresentou taxa de 16,8%, entre janeiro e março deste ano. E teve alta de 1,7% em relação ao mesmo trimestre de 2020 (14,2%).

Os dados deixaram o estado com a oitava maior taxa de desemprego do país, ficando atrás apenas dos estados de Pernambuco (21,1%); Bahia (19,7%); Sergipe (19,1%); Alagoas (18,8%); Maranhão (17,2%); Amapá (16,4%); Rio Grande do Norte (16,4%).

A taxa média de desocupação no Acre é maior do que a registrada no Brasil, que alcança 14,1%, que corresponde a 14,4 milhões de pessoas desempregadas.

Pessoas subutilizadas

O contingente de pessoas subutilizadas no Acre chegou a 173 mil, mas conforme os dados, também ficou estável frente ao trimestre anterior (171 mil pessoas) e cresceu 29,7% (39 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2020.

O contingente classificado pelo IBGE como trabalhadores subutilizados reúne, além dos desempregados, os desalentados, aqueles que estão subocupados (trabalham menos de 40 horas semanais), e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.

Ainda conforme os dados, o percentual de empregados com carteira de trabalho assinada chegou a 63,1% no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos), já em relação ao número, verificou-se 65 mil pessoas, com queda de 7,2% (5 mil pessoas) frente ao trimestre anterior.

Transporte rompe barreiras geográficas, analisa representante da Fieg

Transporte rompe barreiras geográficas, analisa representante da Fieg

Foto: reprodução

Dando continuidade ao tour pelo Brasil, nesta semana Portogente publica a entrevista com o posicionamento da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), que tem como porta-voz o assessor econômico Cláudio Henrique Oliveira.

Para Oliveira, Goiás, que tem na base atual da sua economia a alta produção de commodities e depende dos portos da costa leste do Brasil, carece de um eficiente modal de transporte – especialmente o ferroviário – e armazenamento, referenciados com estudos de logística e de atração de desenvolvimento. Ele aponta que “o maior desafio é a agregação de valor nos produtos goianos. A venda de commodities não pode ser o carro chefe de nosso estado no tocante às exportações”.

Para romper as barreiras geográficas, é fundamental o término de obras estruturantes para interligar Goiás com os portos do litoral brasileiro. “Dando velocidade ao escoamento de nossos produtos e redução de custos, pois o modal ferroviário é um dos mais baratos. A estruturação de uma política industrial com foco no agronegócio se apresenta necessária e sua continuidade, entre governos, é um fato que precisa ocorrer”, avalia Oliveira.

Para ele, medidas paliativas ou rasas não trarão negócios para o Brasil, que precisa superar o déficit “em tecnologia, infraestrutura, pesquisa e inovação”.

Em 1993 foi criada a lei da modernização dos portos brasileiros. Quais foram os avanços e ganhos econômicos que essa lei proporcionou para a economia brasileira?

O processo de planejamento portuário desempenha um papel-chave na determinação da posição de um porto na hierarquia marítima. Uma das mudanças importantes que se tem identificado nos anos recentes é a expansão do porto além de seus limites históricos. Ou seja, o ambiente portuário atual não se restringe mais à concepção clássica, estendendo e além dos limites locais e das aproximações tradicionais. Para Akabane, Gonçalves e Silva (2008), o novo estilo de planejamento portuário não é mais baseado exclusivamente nas opiniões de especialistas em infraestrutura, economistas, gestores de transporte e advogados. Requer agora as recomendações de peritos ambientais, planejadores urbanos, consultores financeiros, especialistas em comunicação e profissionais de marketing. A autoridade portuária do passado não pode mais dar respostas adequadas ao cenário atual em que estão inseridos os portos, caracterizado por redes de negócios de alcance global e complexos sistemas logísticos, desenvolvidos em situações de elevada incerteza (NOTEBOOM, 2007). Para responder efetivamente às atuais dinâmicas do mercado, é necessário o exame de uma situação totalmente nova, em que a autoridade portuária terá a necessidade de negociar com outras entidades e instituições, estando mais vulnerável em função de uma maior interferência externa e, consequentemente, menor independência (AKABANE; GONÇALVES; SILVA, 2008). Em resumo, o foco da competividade portuária vem gradualmente se deslocando do porto em si para o conjunto da comunidade ou cluster portuário (NOTEBOOM, 2007). É nesse contexto que se deve considerar a governança portuária e as ações a ela associadas.

Vinte e oito anos depois dessa lei, quais as mudanças necessárias para o sistema portuário nacional, considerando a realidade de Goiás? E por quê?

Um dos modais mais adequado para a indústria e a logística no Brasil, o transporte marítimo ainda não tem todo o seu potencial devidamente exercido. Sua importância está ligada a intermodalidade, à geração de empregos, a alta na movimentação de cargas no país e a consolidação do setor de logística no mercado nacional. Mesmo com todas as dificuldades que enfrenta – com portos ainda inadequados, burocracia e altas tarifas, para citar apenas algumas – o setor movimenta mais de 350 milhões de toneladas ao ano. Fica fácil prever o quanto este número pode melhorar se houver uma preocupação e um trabalho efetivo para alterar este quadro. Há muita burocracia e os portos nacionais ainda não têm o mesmo preparo que os europeus ou asiáticos. Falta preparo e maiores investimentos para sustentar um aumento significativo nas exportações. As prioridades dos portos brasileiros não são devidamente atendidas, fazendo com que eles não acompanhem o avanço tecnológico dos transportes marítimos. Estes demandam águas cada vez mais profundas, desocupação de berços de atracação maiores, e instalações especializadas e de grande amplitude para a movimentação de contêineres. Para Goiás o maior desafio é o custo do modal e as perdas existentes, pois até então, o sistema ferroviário, que poderia fazer a diferença, pelo preço e volume, não está efetivado.

Como convergir sustentabilidade, cidades e economia nos negócios portuários pensando a realidade do estado de Goiás?

A conversão dar-se-á se pelas vias de acesso de esgotamento de nossa produção aos portos. A logística empresarial engloba as atividades de movimentação e armazenagem, que atuam facilitando o fluxo de produtos do ponto de aquisição da matéria-prima ao consumo final, e também os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento. O que se busca é redução de custo e elevação da eficiência. O avanço no armazenamento consiste num desafio para Goiás pois, a produção de grãos vem aumentando ano a ano. A atividade de manutenção de estoques, por sua vez, envolve a necessidade de providenciar produtos no período entre a oferta e a demanda para atingir certa disponibilidade. Daí saber esperar para vender no momento certo. Equacionar a produção e distribuição, é imperativo. Quanto ao armazenamento e escoamento de produtos manufaturados, via portos, temos que o volume ainda não é elevado sobre a ótica de exportação. Porém, a importação de matéria prima e insumos é de grande volume para a indústria de transformação. Em relação ao embarque portuário, a atividade de movimentação de grãos nos portos, por exemplo, compreende vários problemas, dentre os quais é possível destacar a falta de infraestrutura adequada, que gera grandes congestionamentos no acesso terrestre ao porto e ao acesso marítimo, dada a dificuldade de atracação dos navios. Portanto, para garantir ganho econômico, tem-se como importante que o modal de transporte, principalmente o ferroviário, e o armazenamento, sejam referenciados com estudos de logística e política de atração de desenvolvimento, respeitando as vantagens comparativas de cada município, principalmente daqueles com alta produção de commodities.

Tendo em vista a produtividade cada vez maior do comércio mundial, qual é o caminho que o Brasil precisa seguir para ter seu espaço nesse cenário? E quais são os desafios para o estado de Goiás?

Com certeza o maior desafio é a agregação de valor nos produtos goianos. A venda de commodities não pode ser o carro chefe de nosso estado no tocante às exportações. Como se não bastasse, o término de obras estruturantes é fundamental para a interligação de Goiás com os portos. Dando velocidade ao escoamento de nossos produtos e redução de custos, pois o modal ferroviário é um dos mais baratos. A estruturação de uma política industrial com foco no agronegócio se apresenta necessária e sua continuidade, entre governos, é um fato que precisa ocorrer. Medidas paliativas ou medidas rasas não trarão negócios para o Brasil. Estamos deficitários em tecnologia, infraestrutura, pesquisa, inovação. Portanto, investimentos em desenvolvimento humano e em infraestrutura, bem como a redução de nosso custo, são prioridades que devem ser observadas. Na atualidade a agregação de valores aos produtos goianos é o desafio. Principalmente integrando as cadeias produtivas. O equacionamento das contas públicas garante uma melhor e maior capacidade de investimento para o estado. Enquanto para a iniciativa privada, desafio e a recuperação das perdas e a retomada sustentável de nossa produção. Como missão, a atração de novos investimos, contemplando nossas potencialidades e a distribuição destes investimentos é o desafio comum (público e privado).

Como avaliam os portos brasileiros em relação gestão, eficácia e eficiência? Quais são os mais modernos, confiáveis e competitivos?

Com certeza o Brasil avançou muito nos últimos anos em relação aos seus portos. Porém, melhorias na eficiência portuária se fazem necessárias para que sejam capazes de tornar a movimentação de cargas mais eficientes. O transporte possui um importante papel na tentativa de romper as barreiras geográficas existentes. No entanto, os portos públicos brasileiros ainda apresentam baixo nível de eficiência, custos elevados e reduzido volume de investimento, reflexo da atuação das Administrações Portuárias, estatais responsáveis pela gestão e operação dos serviços portuários As deficiências no setor estão relacionadas a problemas na atuação regulatória da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), falhas nos programas de dragagem, falta de empenho para a transferência das administrações portuárias ao setor privado e demora no processo de adequação dos contratos e realização de novos arrendamentos portuários.

Governo quer reforma tributária neutra, diz ministro Guedes

Governo quer reforma tributária neutra, diz ministro Guedes

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

PIB do segundo trimestre foi “pausa no crescimento”, afirmou ministro

O governo está trabalhando por uma reforma tributária neutra ou que gere pequena perda de arrecadação, disse hoje (3) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento virtual promovido por uma instituição financeira, ele voltou a dizer que o crescimento da economia nos próximos anos poderá compensar eventuais quedas de receitas.

Mais cedo, o secretário especial de Tesouro e Orçamento da pasta, Bruno Funchal, participou do mesmo evento e estimou em cerca de R$ 20 bilhões a perda de arrecadação no próximo ano, caso o Senado ratifique o texto aprovado pela Câmara. Apesar da projeção, Guedes disse que o crescimento recente na arrecadação federal pode financiar a redução de impostos.

“Estou tentando acertar uma reforma neutra. Mas se errar, eu prefiro errar para arrecadar um pouco menos. Mas não vai haver uma arrecadação menor, aí que está. Suponha que erramos o cálculo em R$ 20 bilhões na reforma. A arrecadação já subiu R$ 200 bilhões neste ano de forma imprevista. Então eu posso abrir mão de um pouco desse aumento, que aliás era nossa promessa de campanha”, declarou.

O ministro voltou a propor a transformação de qualquer excesso de arrecadação em queda de impostos. Apesar da crítica de estados e do setor financeiro, Guedes disse que o texto aprovado na quarta-feira (1º) pela Câmara dos Deputados está próximo do “ponto de equilíbrio”.

“Eu queria baixar 10 pontos porcentuais do Imposto de Renda das empresas, baixamos 8 pontos. A reforma é neutra, não é neutra? Vamos fazer uma consideração aqui. Os empresários dizem que a gente aumentou, os Estados dizem que baixamos. A gente não deve nem ter aumentado muito nem baixado muito, deve estar no ponto de equilíbrio. Isso quer dizer que a gente mais ou menos acertou a dose”, afirmou.

PIB

Guedes também comentou a queda de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) no segundo trimestre. Na avaliação do ministro, a retração foi uma “pausa” provocada por causa da segunda onda da pandemia de covid-19. Ele reafirmou acreditar que a economia brasileira está se recuperando em “V” (forte queda, seguida de forte alta).

“O segundo trimestre foi o mais trágico da pandemia, com maior número de mortes, quando estávamos voltando ao trabalho. Foi uma ligeira pausa, foi basicamente de lado, caiu 0,05%, e arredondaram para 0,1%. Se fosse 0,04%, teria arredondado para zero”, afirmou o ministro. Segundo ele, outros indicadores, como os empregos, a arrecadação e a contratação de investimentos, continuam fortes.

Em relação à expectativa de que o crescimento do PIB no próximo ano desacelere para menos de 2%, Guedes disse que os críticos são os mesmos que haviam previsto uma queda de 10% do PIB no ano passado e menosprezaram a recuperação em “V” neste ano. “Prefiro acreditar na economia brasileira, no desempenho e no vigor que ela tem exibido, do que acreditar em pessimistas de plantão”, comentou.

Emprego

O ministro chamou de “guerreiros da informalidade” os cerca de 38 milhões de trabalhadores informais que receberam o auxílio emergencial durante a pandemia. Para ele, o avanço da imunização facilitará o retorno ao mercado formal de trabalho. “Era um desemprego disfarçado em massa. Com vacina avançando eles estão retornando ao trabalho e veremos uma aceleração desse emprego informal, além do formal”, disse.

Sobre a regra de ouro, espécie de teto para a dívida pública que requer autorização do Congresso para ser superado, Guedes afirmou que a norma, definida pelo artigo 167 da Constituição, “transformou-se numa ficção” e que é descumprida há cinco anos por causa dos déficits nas contas públicas. “Quando o governo tem um déficit, não cumpre [a regra de ouro]”, completou.