Pelo ângulo da utilização da capacidade instalada, a indústria já superou a crise do último governo petista e os impactos da pandemia
O otimismo predomina entre os dirigentes industriais. Expectativas e dados francamente positivos fundamentam esse clima, constatado pela Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Produção em crescimento e emprego em alta estão entre os dados mais relevantes da pesquisa.
A produção industrial está aumentando pelo terceiro mês consecutivo, o emprego não cai há 13 meses e a utilização da capacidade instalada é a melhor para essa época do ano desde 2013.
O ano utilizado como base de comparação deste último indicador, convém não esquecer, é aquele em que a economia brasileira ainda crescia a ritmo intenso. Essa tendência seria interrompida nos anos seguintes, por causa da crise POLíTICA e econômica que marcaria o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e culminaria com seu impeachment em agosto de 2016.
Pelo ângulo da utilização da capacidade instalada, assim, a indústria já superou a crise do último governo petista e os impactos da pandemia.
“As expectativas do empresário são positivas”, afirma o boletim da CNI. Razões para isso não faltam. “A indústria espera crescimento da demanda e das exportações e, com isso, também espera aumentar seu número de trabalhadores e suas compras de matérias-primas para a produção.”
Mais produção, maior demanda de insumos, matérias-primas e componentes e mais empregos formam um conjunto positivo para toda a economia, pois a indústria tem poder para dinamizar outros segmentos.
E, se mantido, esse cenário deve levar à expansão das fábricas. “A expectativa de aumento de demanda, associada à alta utilização da capacidade instalada, sinaliza uma necessidade de ampliação da capacidade de produção”, completa o estudo da CNI. O índice de intenção de investimento aferido pela entidade está crescendo há quatro meses e alcançou 59,0 pontos em julho, acima da média histórica de 50,5 pontos.
O cenário econômico, porém, pode ensombrecer em alguma medida esse quadro constatado pela CNI. A evidência da crise nas finanças públicas, a aceleração da inflação e suas consequências, a persistência de altas taxas de desemprego e a insistência do chefe do Executivo federal em manter a tensão no plano político são parte desse cenário.
Obra sob responsabilidade do Governo Federal finalmente foi liberada ao tráfego na última sexta-feira (20)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) liberou ao tráfego na sexta-feira (20) o último trecho duplicado de 168 quilômetros da BR-163/BR-364, entre Cuiabá e Rondonópolis, no Mato Grosso.
De acordo com o Dnit, a obra é importante para a infraestrutura de transportes do Mato Grosso. Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a partir de agora, os caminhoneiros podem ir de Cuiabá até Rondonópolis – outro grande polo do agronegócio do Estado -, em uma rodovia com pistas totalmente duplicadas. “Isso significa menor tempo de viagem, redução de custos e, consequentemente, maior competitividade do produto nacional lá fora”, disse.
Tráfego intenso
De acordo com o Dnit, no primeiro semestre de 2021, mais de 30 mil veículos trafegaram diariamente no trecho das rodovias, entre Cuiabá e Rondonópolis. No último segmento entregue, além da construção de quatro viadutos, também foram implantadas e revitalizadas as pistas marginais da rodovia, possibilitando a separação entre o trânsito pesado de caminhões e o fluxo local dos veículos que acessam os bairros residenciais da região. Isso traz mais segurança ao trânsito e reduz o tempo de viagem dos usuários.
Menos acidentes (sinistros)
Segundo a Autarquia, com a duplicação finalizada, haverá melhoria no fluxo de caminhões rumo aos portos do Sul do país, de onde as cargas são embarcadas para o mercado internacional. O setor produtivo estima que quase 10 milhões de toneladas por ano de soja e milho passam pela rodovia. Outra obra a ser realizada é a construção do contorno do município de Jaciara, já em fase de elaboração do projeto.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), serviços incluem limpeza, capina manual, recomposição de base, correção na pista e recomposição de placas de sinalização
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) inicia a semana com a execução de diversos serviços de manutenção, conservação e recuperação nas rodovias federais sob sua responsabilidade localizadas no Paraná. Esta atividade contínua visa preservar a infraestrutura viária, garantindo boas condições de trafegabilidade.
Na BR-277, em Paranaguá; BR-376, em São José dos Pinhais; BR-476, em Araucária; BR-116, em Curitiba; e na BR-476, entre São Mateus do Sul e União da Vitória, são realizados trabalhos de limpeza, capina manual, recomposição de base, correção de defeitos na pista e recomposição de placas de sinalização, entre outros.
Já na BR-163, entre Realeza, Cascavel e Toledo; e na BR-467, estão sendo realizados serviços de remoção de emborrachados e sucatas, roçada, limpeza de dispositivos drenagem, fresagem e recomposição com Concreto Betumisoso Usinado a Quente – CBUQ (massa asfáltica), pintura de faixa horizontal, fresagem contínua e descontínua, entre outros.
Na rodovia BR‐153, passando pelos municípios de Joaquim Távora, Imbituva e União da Vitória, os trabalhos abrangem a poda de árvores, limpeza de dispositivos de drenagem, sarjeta e meio-fio, remendo profundo, roçada, capina, tapa-buracos, remoção de árvores, galhos e materiais diversos, remoção de barreira em solo e rocha, caiação, escavação e recomposição de placas de sinalização.
Já na BR-487, nos trechos localizados entre os municípios de Cruzeiro do Oeste a Campo Mourão e da divisa MS/PR a Porto Camargo (PR); na BR-158, no trecho da divisa SP/PR; na BR-272, no segmento da divisa SP/PR que contempla Goioerê a Guaíra, e na BR-158, entre Campo Mourão e Roncador, são realizados serviços de limpeza de dispositivos de drenagem, reconformação de revestimento primário, melhorias na sinalização horizontal com tachas refletivas e roçada e capina manual, entre outros.
Os portos de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, geridos pela Portos RS, movimentaram 26.735.005 toneladas nos sete primeiros meses do ano, um incremento de 7,18% em relação ao mesmo período do ano passado e de 13,05% em relação aos sete meses de 2019.
O complexo portuário do Superporto do Rio Grande, que envolve o porto público, os cinco terminais arrendados, os dois estaleiros e os quatro terminais de uso privado, foi responsável pela maior parte deste montante: foram 25.285.651 toneladas no período de janeiro a julho, um aumento de 6,01% na comparação com o mesmo intervalo de 2020.
Em julho, o Superporto registrou seu terceiro melhor desempenho, com o total de 4.475.949 toneladas movimentadas. Os destaques ficaram por conta das cargas de madeira, que aumentaram s movimentações em 319,99%, seguido pela ureia (76,62%), farelo de soja (28,48%), trigo (17,24%) e celulose (11,73%).
O Porto de Pelotas registrou um aumento de 100,50% nas movimentações realizadas no mês de julho em relação ao mesmo período do ano passado. As duas principais mercadorias do porto pelotense são toras de madeira e clínquer.
O Porto de Porto Alegre foi o responsável pela movimentação de 449.609 toneladas de fertilizantes, que junto a cevada, trigo, sal e outros atingiram 616.743 toneladas no período de sete meses.
Rodovia Presidente Dutra foi uma das primeiras privatizadas do País
O edital do leilão da rodovia Presidente Dutra, publicado na quarta-feira, 18, mostra que a disputa pelo ativo será uma briga de gigantes. Com investimentos previstos da ordem de R$ 14,8 bilhões em 30 anos de contrato, as regras sinalizam que os participantes deverão ter fôlego financeiro de curto e longo prazo. Além disso, o governo federal testa pela segunda vez um novo modelo de concorrência, que prevê menor tarifa de pedágio combinada a maior valor de outorga. O foco no critério tarifário é apontado como uma fonte de problemas no passado, e a percepção no mercado é de que experimentar uma modelagem inovadora em uma concessão do porte da Dutra pode ser um risco.
A Dutra foi uma das primeiras rodovias privatizadas do País, em 1997, com a CCR como vencedora. É vista como a joia da coroa do pacote de concessões federais, por conectar os dois maiores polos econômicos do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
Além de manutenção e melhorias, o leilão prevê ampliações e a implantação da Serra das Araras, com 16,2 quilômetros de extensão. Por se tratar de um trecho que deve exigir alta capacidade de engenharia e envolver desafios ambientais, o projeto já exclui “aventureiros” por si só.
Do lado financeiro, há uma preocupação com o foco na questão tarifária. O edital prevê que o principal critério do leilão será o desconto sobre a tarifa básica de pedágio, com deságio máximo de 15,31%. Caso mais de uma proponente ofereça esse desconto, a disputa vai para o maior valor de outorga.
O sócio do Machado Meyer Advogados, Lucas Sant’Anna, explica que historicamente as concessões de rodovias do governo federal não previam valor de outorga, considerado uma das barreiras de entrada para assegurar financeiramente a execução do contrato. Para o especialista, governo tende a ter uma garantia maior de sucesso no longo prazo se as concessionárias tiverem maior fôlego financeiro e menos “estresse” na tarifa.
Ele acrescenta ainda que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realiza eventuais reequilíbrios de contrato via tarifa e, se essa cobrança já está no limite, a concessionária poderá ter problemas para cumprir suas obrigações. “Se a tarifa está muito estressada, não tem gordura para queimar durante a execução contratual. Este é um modelo considerado polêmico”, avalia. O modelo híbrido vem sendo discutido há algum tempo, relata, mas só foi implantado pela primeira vez em abril deste ano, no leilão da BR-153, que liga Goiás a Tocantins.
Para Sant’Anna, o foco na tarifa é uma forma de o poder público passar uma mensagem. “Com esse modelo, o governo diz que está pensando no usuário final.”
Conforme o advogado especializado em infraestrutura e sócio do Castro Barros Advogados, Paulo Dantas, a Dutra é um exemplo bem-sucedido de leilão de rodovias no País. “A CCR cumpriu o contrato desde o início, mas tivemos casos de concessões malsucedidas no País.”
Ele salienta, porém, que em qualquer cenário, este será um certame voltado apenas para gigantes, tanto pela complexidade quanto pelo porte de recursos exigidos. “O leilão da Dutra vai exigir um investimento muito pesado, somando capacidade financeira ao contexto econômico, o que vai limitar os participantes. O certame vai se resumir a grupos consolidados e, possivelmente, estrangeiros.”
Dantas observa que o vencedor terá que comprovar não só fôlego financeiro para investimentos, mas também no curto prazo. Segundo o edital, a garantia de proposta deverá ser realizada no valor mínimo de R$ 162,6 milhões, uma demonstração de que as cifras desse projeto não são para qualquer um. Além disso, há também uma garantia de execução para o vencedor que, se adotados os critérios da nova Lei de Licitações, pode chegar até 30% do valor total do contrato.
O edital prevê ainda outras inovações, como o compartilhamento do risco cambial. “Essa previsão é para atrair investidores estrangeiros. Ou seja, se a variação cambial for muito forte, para cima ou para baixo, os riscos e os ganhos seriam compartilhados pelas partes”, explica Dantas.
No operacional, há a previsão de implantação do sistema de pedágio sem cancelas (free flow), um grande teste para o setor. Usuários que utilizarem sistemas de pagamento eletrônico — as chamadas “tags” — terão desconto na tarifa e, caso haja recorrência, o valor deve diminuir progressivamente.
Gente grande
A candidata natural à Dutra é a CCR, atual concessionária da rodovia. Em manifestações públicas, o grupo vem reforçando o interesse no ativo. Na semana passada, ao comentar os resultados do segundo trimestre para o Broadcast, a superintendente de Relações com Investidores da CCR, Flávia Godoy, reiterou que a alavancagem do grupo segue “confortável” para participar de novas oportunidades.
“Temos muito interesse em manter a Dutra em nosso portfólio. Estamos estudando e buscando alternativas que possam melhorar nossa competitividade”, disse a executiva. “A Dutra faz parte da nossa história, mas vamos participar com disciplina de capital e sempre buscando foco em rentabilidade. Se eventualmente a CCR não tiver sucesso, temos uma série de outras oportunidades”, acrescentou.
O mercado ainda vê como candidatas “naturais” ao leilão a EcoRodovias, que além de inúmeras concessões também mantém uma alternativa parcial à Dutra, a rodovia Governador Carvalho Pinto; a Arteris, que tem a canadense Brookfield por trás e ativos como a Fernão Dias no portfólio; e o grupo Pátria.
Na manhã desta quinta-feira (19), aconteceu a 10ª Conferência de Tarifas do SETCESP, que reuniu especialistas e empresários para comentar os dados da pesquisa Nacional de Transporte RODOVIáRIO de Cargas realizada pela NTC&Logística, e repercutiu os assuntos apresentados no CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), realizado em 6 de agosto em Belo Horizonte (MG).
A presidente executiva do SETCESP, Ana Jarrouge, deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos, intensificando também os protocolos sanitários de recomendação contra a Covid-19. O evento foi realizado de forma híbrida, com parte do público presencial e a outra a distância, acompanhando a transmissão virtual pela plataforma EAD da entidade.
Na sequência, Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, falou que o assunto central seria entender a composição tarifária do frete para uma cobrança de tarifa justa. “O transportador tem que ter rentabilidade”, afirmou.
Após isso, o assessor jurídico do SETCESP, Dr. Marcos Aurélio mostrou as propostas de reforma tributária que estão em tramitação e que podem significar um possível aumento na tributação. “No início, a expectativa era de simplificação, agora voltamos a nossa atenção para um possível aumento”, alertou ele.
Para falar da variação no preço dos insumos, a economista do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), Raquel Serini, apresentou os centros de custos que mais se elevaram no setor: o DAT (Despesas Administrativas e de Terminais), pneus, seguros, veículo e diesel. Ela apontou também que o principal índice que o transportador deve considerar para medir seus custos é o INCT (Índice Nacional de Custo do Transporte).
Já Lauro Valdívia, que é engenheiro de transporte e assessor da NTC&Logística destacou os componentes tarifários do TRC: frete peso (custos operacionais), frete valor (custo de risco), GRIS (Custo das medidas de combate ao roubo) e as generalidades (que abrange as excepcionalidades da operação).
Valdívia mostrou que segundo a pesquisa feita pelo Departamento de Custos Operacionais (DECOPE/NTC) 44% das empresas reajustaram o frete no primeiro semestre de 2021, enquanto que 25% mantiveram os preços e 16% até concederam descontos.
Visão dos empresários
Chamados para comentar o panorama apresentado pelos especialistas, os empresários subiram ao palco e falaram como foi e tem sido trabalhar diante do cenário exposto.
Guilherme Juliani, que é CEO da Moove+ Logística e Transporte e Flash Courier, preferiu comentar sobre a retomada econômica passado o momento mais crítico da pandemia. Enquanto isso, o CEO da JSL, Ramon Alcaraz, disse que vale um alerta frente ao cenário inflacionário, que faz com que seja preciso repassar os reajustes no valor do frete mais que uma vez ano, ponto de vista que ainda foi reforçado por Hassan Murad, sócio da Raça Transportes. “ Há no momento uma imprevisibilidade da cadeia produtiva, fala-se muito do preço do diesel, mas ele não é o único centro de custo”, afirmou Murad.
Por fim, Helou destacou a importância do setor estar unido e repassar uma cobrança de frete adequada: “o mercado deve ser regulado pelas variáveis que o compõem, importante o transportador estabelecer uma cobrança que mantenha a saúde do seu negócio”.
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