Segundo Vander Costa, a medida deve ser adotada de forma “bastante clara e transparente” para não afastar investidores do país.
O presidente da Confederação Nacional de Transporte (CNT), Vander Costa, defendeu nesta quarta-feira que os investimentos do governo em infraestrutura “fiquem fora” do teto de gastos, criado em 2016 para controlar as contas públicas. Segundo ele, isso deve ser feito de forma “bastante clara e transparente” para não afastar investidores do país.
“Existe a necessidade de abrir para o mercado privado [lançar concessões] onde tem interesse econômico. Onde não existe, é papel social do governo utilizar os recursos públicos para fazer o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e social”, afirmou Costa, no “12º Congresso ABCR Brasvias 2022”.
O presidente da confederação afirmou que o Brasil tem 110 mil quilômetros de rodovias, mas apenas metade tem viabilidade econômica capaz de atrair o investimento privado.
Na abertura do evento, o diretor-presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Marco Aurélio Barcelos, disse que a extensão das rodovias concedidas à iniciativa privada no Brasil, que atualmente totaliza 26,4 mil quilômetros, deve dobrar nos próximos cinco anos. Segundo ele, o segmento investiu o total de R$ 230 bilhões nos últimos 26 anos.
Em sua apresentação, Costa propôs que trechos de rodovias economicamente viáveis financiem projetos menos atrativos para o investidor privado. “Defendemos que o subsídio cruzado para que rodovias maduras possam pegar parte da arrecadação, parte da outorga, para promover o desenvolvimento econômico e social”, afirmou.