A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) encerra o ano de 2017 com a certeza de mais um recorde histórico de movimentação de cargas. A expectativa é chegar a 129.176.497 toneladas, suplantando em 13,5% a movimentação do ano passado (113.815.752 t) e em 7,7% a de 2015, maior movimentação anual até então registrada (119.931.880 t). Para o próximo ano a projeção da Autoridade Portuária aponta para 133.325.897 t, um crescimento em torno de 3,2% sobre a movimentação esperada para este ano.
Segundo o diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, uma safra nacional de grãos que superou as expectativas, a retomada da confiança dos consumidores e dos empresários brasileiros, bem como a aceleração da atividade econômica nas principais economias desenvolvidas e o forte desempenho da economia chinesa e de outros importantes países em desenvolvimento propiciaram o cenário ideal para que o Porto de Santos estabeleça novo recorde histórico de movimentação de cargas neste ano.
Como destaca o Fundo Monetário Internacional (FMI) na edição de outubro de 2017 do seu World Economic Outlook, o desempenho da Zona do Euro, do Japão, dos países emergentes da Ásia e Europa, bem como da Rússia superaram as expectativas, compensando o desempenho abaixo do esperado para os Estados Unidos e o Reino Unido. Neste cenário de expansão da riqueza global a demanda por commodities agrícolas cresceu significativamente e foi acompanhada pela oferta decorrente das boas safras. A estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada no seu Segundo Levantamento da Safra 2017/2018, aponta que a produção brasileira de grãos na safra 2016/2017 atingiu o patamar de 238,0 milhões t, uma expansão de 27,5% sobre a anterior.
Para o diretor de Relações com o Mercado, Cleveland Sampaio Lofrano, ainda que o desempenho da atividade econômica brasileira se mantenha abaixo do seu potencial, há claros sinais de recuperação centrada em um excepcional desempenho do agronegócio brasileiro e a retomada da confiança dos empresários e consumidores.
A atividade econômica começou a ganhar maior ímpeto a partir da queda na taxa de juros e da melhora gradual nos indicadores de desemprego, a partir do segundo semestre, que contribuiu para o aumento da massa salarial e da confiança dos consumidores. Esses fatores e o fortalecimento das economias dos principais mercados importadores de produtos brasileiros levaram o Porto de Santos a apresentar um desempenho acima do esperado na movimentação de cargas conteinerizadas.
Os granéis sólidos também apresentaram um bom desempenho em 2017, decorrente da safra recorde e do histórico vínculo do Porto de Santos com o agronegócio, sobressaindo-se os volumes embarcados de açúcar, soja em grão e milho.
As mercadorias provenientes do agronegócio devem atingir 49,5% da movimentação total de cargas pelo Porto de Santos em 2017, superando a participação em 2016 (47,6%).
Previsões para 2017
A previsão de fechar o ano com 129,2 milhões t reflete um aumento estimado em 14,5% nas cargas de exportação e de 11,0% nas de importação em relação ao ano passado. O movimento de granéis sólidos deve ficar 18,1% acima do registrado em 2016, totalizando 64,0 milhões t, a carga geral em 10,2%, chegando a 48,3 milhões t, e os granéis líquidos em 6,9%, atingindo 16,8 milhões t.
Quanto aos granéis sólidos, espera-se que os volumes embarcados de açúcar e soja registrem novos recordes neste ano e o milho suplante, amplamente, as estimativas iniciais da Codesp, atingindo aumentos de, respectivamente, 4,7%, 13,5% e 78,7%. Nessa modalidade de cargas devem apresentar bons desempenhos, ainda, as exportações de farelo de soja, com crescimento de 11,8%, e as importações de adubo, com aumento de 14,8%. Na importação, o trigo deve crescer 2,9%. Ao se confirmar esse cenário, haverá um aumento de 9,8 milhões t no volume de granéis sólidos movimentados por Santos, sendo 6,3 milhões t de milho, 2,5 milhões t do complexo soja e 602,5 mil t de açúcar.
O açúcar encerrará o ano como a carga mais movimentada, favorecida por uma oferta abundante e pela expansão do Tiplam, que passou a operar essa commodity, soja e milho. A expectativa é que o volume anual fique em torno de 21,2 milhões t.
A soja em grãos vem a seguir no ranking, favorecida pela excelente safra 2016/2017. O volume exportado da commodity somou 16,5 milhões t, o melhor desempenho anual para essa carga até hoje. Desse total, 85,4% foram embarcados para a China. O forte aumento da oferta nacional de soja em grãos nos últimos anos e a tendência ascendente no crescimento do consumo mundial de proteína animal, resultaram na expansão do volume embarcado de farelo de soja no Porto de Santos. O prognóstico para 2017 é que os embarques cheguem a 5,1 milhões t, um incremento de 11,8% em relação a 2016 (4,5 milhões t).
Os embarques de milho apresentaram significativa recuperação em relação a 2016, favorecidos por uma safra recorde e uma forte demanda internacional pelo produto. A expectativa é finalizar o ano com 14,2 milhões t, um crescimento de 78,7% em relação ao período anterior (7,9 milhões t), que se caracteriza como o segundo melhor desempenho anual para essa mercadoria, atrás apenas de 2015, quando foram embarcadas 15,6 milhões t.
A modalidade de carga geral traz como carro chefe a carga conteinerizada que deve apresentar um aumento de 7,5%, atingindo 3.831.825 teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), nova marca histórica para o movimento de contêineres no Porto de Santos. No mês de setembro também foi registrado novo recorde mensal para essa carga, com 360.281 teu. É esperado um crescimento maior para as atividades de transbordo de contêineres, reforçando a posição de Santos como importante polo concentrador de cargas no hemisfério sul. Os embarques de carne também se sobressaíram e devem atingir aumento de 17,0%. Já para as exportações de café em grãos e celulose espera-se queda de, respectivamente, 7,6% e 7,2%. Apesar da diminuição verificada nos embarques de celulose, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, nesse período, o Porto de Santos manteve em 25% a sua participação nas exportações brasileiras do produto.
Esse segmento de carga apresentou significativa recuperação em 2017, devendo encerrar o ano com um volume estimado em 48,3 milhões t. O crescimento ocorreu tanto na movimentação de carga geral solta (13,1%), impulsionada pela recuperação na operação de veículos (+66,4%), que deve atingir 320,9 mil unidades, quanto na movimentação de carga conteinerizada (9,9%), cuja expectativa é chegar a 3,8 milhões teu, que se constitui em novo recorde histórico para essa modalidade de carga. Com relação aos veículos, será o melhor desempenho anual desde 2013, quando foram movimentadas 321.890 unidades. O bom desempenho das exportações se deve ao aumento das compras de tradicionais mercados consumidores, como Argentina, Chile e Uruguai, além do México, Peru e Colômbia.
A retomada no crescimento da movimentação de contêineres em 2017 superou as expectativas e foi um dos grandes destaques no Porto de Santos, que apresentou uma participação no total nacional de 41,2% em outubro último, conforme dados da Antaq. Santos também se manteve na liderança entre os portos da América Latina no ranking dos principais portos do mundo na movimentação de contêineres, divulgado pelas publicações especializadas “One Hundred Ports – 2017”, da Lloyd List, e “Conteinerisation International”, ocupando a 42ª posição no ranking global.
O segmento de granéis líquidos deve encerrar o ano com 16,8 milhões t, um avanço de 6,9% em relação a 2016. Entre os granéis líquidos destacam-se, em volume, os embarques e descargas de óleo diesel e gasóleo, com 4,4 milhões t (+28,0%); a exportação de sucos cítricos, com 2,0 milhões t (-5,6%); os embarques de óleo combustível, com 1,5 milhão t (+0,3%) e gasolina, com 1,2 milhão t (+20,1%) e a movimentação nos dois fluxos de álcool, com 1,3 milhão t (-3,2%). A operação de combustíveis foi intensificada neste ano, especialmente no segmento de óleo diesel e gasóleo, devido, principalmente, ao significativo aumento das importações. Considerando que o consumo interno de combustíveis é superior à capacidade nacional de refino, criou-se um novo cenário que incentivou as empresas privadas a buscarem diretamente os combustíveis no exterior.
O fluxo de navios em 2017 deve atingir 4.869 embarcações, representando um aumento de 3,1% sobre o registrado no último ano (4.723). Já a consignação média dos navios que frequentam o Porto de Santos deverá apresentar um incremento de 9,5%, saltando de 24.824 t/navio (2016) para 27.182 t/navio (2017). O aumento do porte dos navios contêineiros foi um dos fatores favoráveis a essa elevação. No comparativo do acumulado até outubro, a movimentação de 36,9 milhões t de cargas conteinerizadas (+10,4%), em 1.752 navios resultou num salto da consignação média dos navios dedicados a essa modalidade para 21.054 t/navio (aumento de 11,0%).
Considerando todos os navios cargueiros, até outubro, ocorreu aumento de 2,2% no fluxo de embarcações atracadas, com aumento de 11,7% no volume de cargas transportadas no período. Considerando, ainda, navios de cruzeiros marítimos, da Marinha e de apoio às operações portuárias, o aumento nas atracações foi de 1,6%. Em setembro foi registrado o recorde mensal de consignação média (29.503 t/navio), com operação de 12,2 milhões t em 415 embarcações. O esforço da Autoridade Portuária para manter as profundidades de projeto do Porto e a continuidade das obras de compatibilização da profundidade dos berços de atracação com a do canal de navegação vêm incentivando a vinda de navios de maior capacidade para o Porto de Santos.
Projeções para 2018
No próximo ano, os desafios para suplantar o novo recorde a ser estabelecido em 2017 serão maiores, principalmente, por conta de uma projeção mais modesta para as safras de soja e milho, que foram destaque neste ano. As previsões iniciais apontam para embarque de 94,7 milhões t (+1,6%) e descarga de 38,6 milhões t (+7,4%) de mercadorias.
Granéis Sólidos
Para os granéis sólidos é projetado um aumento de 0,8% (64,5 milhões t), para os granéis líquidos de 4,4% (17,6 milhões t) e para a carga geral de 6,0% (51,2 milhões t).
Dentre os sólidos a granel devem apresentar as maiores movimentações o açúcar (21,1 milhões t), -0,2%; a soja em grãos (16,7 milhões t), +1,6%; o milho (12,8 milhões t), -9,2%; o farelo de soja (5,5 milhões t), +8,5%; o adubo (4,8 milhões t), +19,1%; o enxofre (2,0 milhões t), +14,2% e o trigo (1,2 milhão t), +9,8%.
Açúcar – As perspectivas para o açúcar são contidas. Conforme estimativas divulgadas pela União da Indústria de Cana de Açúcar (Única), o balanço da safra atual deverá atingir 585 milhões t na Região Centro-Sul do país, correspondendo a uma produção inferior em 22 milhões t à safra anterior. Esse desempenho pode ser atribuído a fatores climáticos que afetaram a produtividade e a qualidade das plantações. De acordo com pesquisa da Agência Reuters para a próxima temporada, as usinas do Centro-Sul deverão processar na safra 2018/2019 um volume de cana ligeiramente maior na comparação com 2017/2018, cujos trabalhos estão se encerrando, devendo ocorrer disparidade entre a produção de açúcar e etanol, visto que o setor se volta ao biocombustível nos últimos meses, com preços mais atrativos.
Soja em grãos – De acordo com o 2º Levantamento da Safra 2017/2018 da Conab, a produção de grãos da safra 2017/2018 deve ficar entre 223,3 e 227,5 milhões de toneladas, equivalendo a uma redução entre 6,2% e 4,4% em relação à safra passada. Isso se deve ao excelente desempenho da última safra e leva a administração portuária a projetar volumes menores para o próximo ano.
A estimativa da Conab para a safra de soja 2017/2018 é de redução em torno de 5,7% em relação à safra 2016/2017, devendo ficar no patamar entre 106,4 e 108,6 milhões t. Os fatores climáticos devem exercer efeito negativo que tendem a afetar a produtividade da oleaginosa. O atraso no plantio de soja pode, também, interferir na disponibilidade de área para a 2ª safra do milho.
Considerando apenas a Região Centro-Oeste, principal origem da embarcada no Porto de Santos, a estimativa atual é de uma produção entre 46,9 e 47,8 milhões t, correspondendo, em média, a uma queda de 5,6% frente à safra 2016/2017. Mesmo diante desse cenário, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima um incremento de 2,9% nas exportações brasileiras de soja (alcançando 65,0 milhões t).
Farelo de Soja – Apesar da expectativa moderada para a soja em grãos na safra 2017/2018, estima-se que no próximo ano o crescimento da movimentação de farelo de soja chegue a 8,5%, totalizando um volume de 5,5 milhões t.
Milho – As estimativas da Conab apontam para uma redução entre 6,25% e 4,4% na produção de milho para a próxima safra em relação à 2016/2017, devendo totalizar 92,3 milhões t, devido à trajetória de queda na produção da primeira safra (com destinação de áreas para o cultivo de soja) e os possíveis efeitos do atraso previsto para encerramento da colheita de soja e início do plantio da segunda safra de milho. Segundo a Conab, os baixos preços do cereal no mercado disponível, reflexo da oferta excessiva do milho de segunda safra, tende a desestimular o cultivo da cultura na temporada 2017/2018.
Segundo estimativas do USDA, a safra brasileira de milho deve resultar numa produção de 95,0 milhões t, queda de 3,6% em comparação à safra anterior, enquanto que para as exportações é estimado um volume de 34,0 milhões t (-5,6%). Com isso estima-se que no próximo ano sejam embarcadas por Santos 12,8 milhões t do produto.
Granéis Líquidos
Para os granéis líquidos estima-se uma expansão de 4,4% na movimentação, em razão do aumento do nível de atividade, que deverá incentivar as importações de combustíveis e produtos químicos. Os destaques para essa modalidade devem ficar com o óleo diesel e gasóleo, com 4,7 milhões t (+7,3%); sucos cítricos, com 2,0 milhões t, ficando no mesmo patamar que no ano anterior; gasolina, com 1,2 milhão t (+2,6%); óleo combustível, com 1,5 milhão t (+2,6%) e álcool, com 1,3 milhão t (+0,5%).
Carga Geral
Para a carga geral foi projetado o maior percentual de crescimento, onde se destaca a carga conteinerizada, com cerca de 4,0 milhões teu, aumento de 4,4%. A movimentação de veículos deve somar 338.938 unidades, das quais 313.920 na exportação (+5,6%) e 25.018 na importação (+5,6%).
Em 2018 esse segmento de cargas deverá manter a trajetória de crescimento, devendo movimentar, aproximadamente, 51,2 milhões t (6,0%), novamente impulsionado pelas movimentações de contêineres e veículos e pelo impacto positivo da entrada em operação do novo terminal da Fibria, dedicado à movimentação de celulose. As projeções para esse produto são de 3,8 milhões t, um aumento de 31,4% sobre o resultado previsto para 2017.
O nível de atividade econômica no Brasil tende a se fortalecer, graças aos juros baixos para os padrões históricos, inflação controlada e recuperação do poder de compra da população. No cenário internacional as significativas taxas de crescimento observadas nos países desenvolvidos em 2017 trazem preocupações quanto a uma possível elevação dos índices de inflação nesses países que poderá exigir a prática de políticas monetárias mais restritivas, que contenham o ritmo de crescimento. Entretanto, as expectativas ainda são favoráveis para o crescimento das economias emergentes e do comércio internacional, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetando uma elevação de 3,7% na produção mundial e de 4,0% no volume de comércio. Com isso, o desempenho esperado para o nível de atividade doméstico e internacional tende a ser favorável à expansão da movimentação de contêineres e granéis líquidos no complexo portuário santista em 2018.
Fluxo de Navios
Com o crescimento esperado na movimentação de cargas conteinerizadas, carga geral solta e granéis líquidos, a estimativa é que o fluxo de embarcações atinja 5.090 atracações, um crescimento de 4,5%. Entretanto, com a queda esperada nos embarques de milho, estima-se que a consignação média em 2018 deve ficar em torno de 26.842 t/navio, uma redução de 1,2% em relação a este ano.
Gestão Portuária
O diretor-presidente, José Alex Oliva, explica que as atividades de planejamento estratégico da Codesp em 2017 priorizaram quatro frentes que englobam a elaboração do Planejamento Estratégico Institucional (PEI), o desenvolvimento do Projeto de Modernização da Gestão Portuária (PMGP), a implantação do Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO) e a automação de processos. Através de uma ação conjunta das superintendências da Companhia foi elaborado o PEI 2018 a 2020 e definidas a nova Missão, Visão, Negócio, Valores e POLíTICA de Sustentabilidade. Além disso, foram envolvidas as unidades de gestão e os guardiões dos objetivos estratégicos da Codesp para a definição dos indicadores de desempenho e suas metas, e das iniciativas estratégicas previstas para o período de 2018 à 2020.
Segundo o presidente, a expectativa é aprovar o Plano Estratégico Institucional 2018 à 2020 ainda neste mês de dezembro. Com isso, em 2018 deverá ser feito o acompanhamento do PEI por meio do monitoramento dos indicadores de desempenho e das iniciativas estratégicas.
O PMGP também avançou bastante em 2017 e a previsão é encerrar o ano com 97,4% de suas metas implantadas. Cinco novos processos foram mapeados e seus instrumentos normativos aprovados. Além disso, oito outros instrumentos normativos foram revisados e mais três passarão por esse processo até o final deste mês. O plano de capacitação do PMGP avançou 13,8% até outubro, saindo de 42,8% (em 2016) para 56,6%. O plano envolve um total de 344 treinamentos até dezembro de 2018, dos quais 139 já foram concluídos até outubro e 205 encontram-se em andamento ou pendentes.
Os trabalhos dentro do PMGP envolveram, também, a medição e monitoramento de 164 indicadores, criados dentro do projeto, que acompanham a execução da estratégia e estão segmentados em quatro categorias (política setorial, estratégicos, táticos e operacionais).
Os indicadores de Política Setorial objetivam comparar o desempenho das companhias docas e estão alinhados com o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP). Neste ano foram monitorados 49 indicadores nessa categoria. No caso dos indicadores estratégicos, táticos e operacionais, em 2017 a quantidade chegou, respectivamente, a 18, 39 e 58.
A Codesp estima que doze novos processos sejam mapeados no próximo ano, entre os quais as políticas de segurança da informação e contábeis, bem como outros 29 sejam revistos. A conclusão dos 344 treinamentos do Plano de Capacitação está prevista para dezembro do próximo ano, assim, a meta é concluir o PMGP em 2018.
O Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO) é outra ação implementada em 2017 que merece destaque. Uma inovação na Codesp, o PMO – do inglês Project Management Office – permite acompanhar todas as fases do ciclo dos projetos, desde sua concepção até o encerramento, passando pelo planejamento e pela execução. A Gestão de Projetos é um dos destaques do PMGP, diante dos desafios das mudanças no setor nas últimas décadas e o PMO é uma resposta a esses desafios. O PMO dá suporte aos gerentes quanto à metodologia, ferramentas, boas práticas e processos de gerenciamento de projetos, programas e portfólio. Com o PMO, a Codesp busca estimular o planejamento das atividades a fim de aperfeiçoar a utilização dos recursos financeiros, materiais e principalmente humanos.
Neste ano a Cartilha do PMO foi divulgada em nível interno, permitindo que diversos projetos fossem desenvolvidos já seguindo a nova metodologia. Entre eles: os projetos de Implantação do Sistema SEI; do Sistema Hidroviário de Transporte de Cargas do Porto de Santos; de Elaboração do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos; de Acesso RODOVIáRIO à Ilha Barnabé; de Outsourcing de impressão e de Elaboração da Carta de Serviço ao Usuário.
As práticas aplicadas por meio da nova metodologia foram compartilhadas com a Secretaria Nacional de Portos (SNP) e com as sete companhias docas, durante workshop realizado no mês de junho, em Brasília. A meta é realizar no próximo ano o treinamento e certificação dos integrantes do PMO e do Comitê de Portfólio, para então implementar a estrutura proposta na nova metodologia e atuar no acompanhamento das 59 iniciativas estratégicas elencadas no PEI e implementar a metodologia de Gestão de Portfólio.
Ainda visando o aprimoramento de sua gestão, a Codesp, no segundo semestre deste ano, iniciou a implementação do MicroStrategy – Solução de Business Intelligence e da CA PPM – Solução de Gerenciamento de Portfólio de Projetos, duas ferramentas para automatizar os processos do setor de Planejamento Estratégico e Projetos. A expectativa é realizar, a partir de 2018, reuniões de acompanhamento estratégico no ambiente CA PPM (indicadores, metas e iniciativas estratégicas), além de automatizar a gestão dos indicadores do PMGP por meio da solução MicroStrategy.
Com relação à gestão de riscos, encontra-se em andamento a revisão da Cartilha de Gerenciamento de Riscos a ser enviada aos gestores da empresa visando informá-los sobre a metodologia a ser aplicada pela Codesp na avaliação de riscos dos processos de negócio (estratégicos, comerciais, operacionais e suporte).
Outra importante ferramenta colocada em operação neste ano foi o Sistema de Gestão de Contratos Administrativos (Gescon), por meio do qual ocorre a gerenciamento dos contratos, dados, tarefas, acompanhamento financeiro e de andamento/histórico dos contratos. Os colaboradores receberam treinamentos práticos sobre as funcionalidades do sistema e foi planejada a inserção das informações sobre as licitações e compras diretas no Gescon.
No que se refere aos certames licitatórios, a Codesp iniciou em 2017 um total de 109, nas modalidades de pregão eletrônico e presencial, convite e concorrência, dos quais 56 já foram concluídos. No segundo semestre deste ano foi desenvolvido o novo Regulamento Interno de Licitações e Contratos, em fase de aprovação, e encontra-se em andamento a padronização dos editais de licitação (todas as modalidades) que deverão entrar em vigor a partir de março de 2018.
Cabe destacar, ainda, a continuidade dos trabalhos com relação a revisão do Plano Mestre, atualização do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos (PDZPS), regularização fundiária dos imóveis da União na área do Porto Organizado e a revisão da poligonal do complexo portuário santista.
O diretor Cleveland Lofrano revela que a expectativa é que a apresentação do Plano Mestre, pela Secretaria Nacional de Portos, ocorra no início de 2018. “A Codesp vem trabalhando, também, no PDZ que deve ser apresentado dez meses após a publicação do Plano Mestre, o qual projeta o desenvolvimento do Porto num período de 50 anos, valorizando cada região navegável do estuário e afluentes, sob o conceito do Porto como pólo gerador de desenvolvimento para a Baixada Santista”, afirma o diretor.
Para a regularização fundiária dos imóveis do Porto, foi feito georreferenciamento para atualização cadastral. A perspectiva para o próximo ano é realizar a matrícula em cartório de imóveis e o encaminhamento para a Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Segundo Lofrano, a revisão da Poligonal do Porto de Santos já conta com sua versão final aprovada pelo Conselho de Administração da Codesp (Consad) e pelo Conselho da Autoridade Portuária (CAP). O processo será finalizado com a realização de audiências públicas, aprovação e publicação pela Secretaria Nacional de Portos (SNP).
Operações Logísticas
Portolog – A implementação de ferramentas para que o Porto de Santos funcione com eficiência avançaram significativamente em 2017. Neste ano os terminais da ADM, Copersucar, Cutrale, LDC, TEG, TEP, TGG, TGrão e XXXIX, que operam granéis sólidos de origem vegetal para exportação, foram efetivamente integrados ao sistema Cadeia Logística Portuária Inteligente (Portolog), uma dessas ferramentas. Desde o início de novembro deste ano esses terminais não repassam mais informações ao Sistema de Gestão de Tráfego de Caminhões (SGTC), mas sim ao Portolog.
Em julho deste ano foi criado o grupo de trabalho GT-Portolog Granéis Líquidos, envolvendo os representantes da Adonai, Ageo, Citrosuco, Cutrale, Granel Química, Louis Dreifus (LDC) e Vopak visando orientar as áreas operacional e de tecnologia da informação desses terminais para integrarem-se, também, ao Portolog. O diretor de Operações Logísticas, Carlos Poço, explica que o início do projeto piloto está previsto para 01 de fevereiro do próximo ano e a migração para o ambiente de produção foi estimada para abril. A Cutrale (divisão de líquidos) já está integrada e operando em produção. Os demais terminais devem iniciar os testes de integração na segunda quinzena de janeiro de 2018.
Com relação aos terminais da Stolthaven, Ultracargo e Vopak, a área de Operações Logísticas da Codesp constatou que não há qualquer impeditivo de integrarem seus sistemas individuais de logística e agendamento de veículos ao Portolog, visto que sua finalidade é ter uma visão global da logística do Porto. Além disso, foi criado outro grupo de trabalho para elaboração de estudo objetivando a implantação da infraestrutura para construção dos pré-gates das margens direita e esquerda e dos gate público 4, 5, 7, 8, 10, 11, 12, 14, 15, 17e 26.
Para o próximo ano, a área de Operações Logísticas da Codesp tem como metas para o Portolog publicar nova resolução com regramento do acesso terrestre para os terminais de granéis líquidos (fevereiro) e criar um grupo de trabalho, em março, para estudar a integração do Portolog com os terminais de contêineres, além de publicar nova resolução com regramento do acesso terrestre à esses terminais e iniciar a integração do projeto piloto do Sistema com esses terminais de contêineres em maio e concluir sua integração em julho. Estão previstos, ainda, a publicação do edital de contratação de infraestrutura do Portolog (abril); a conclusão da integração do sistema com os terminais de granéis líquidos (abril); a criação de um grupo de trabalho envolvendo o terminais de cargas gerais e veículos, em agosto e iniciar sua integração ao Portolog em setembro e concluí-la em dezembro do próximo ano.
VTMIS – A implantação do Sistema de Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (Vessel Traffic Management Information System), o VTMIS, também apresentou significativo avanço neste ano. Todos os equipamentos previstos para o sistema foram liberados para aquisição e vários deles já foram recebidos, entre eles os radares. As obras civis na estação remota Delta, na Ilha Barnabé, foram concluídas e houve um avanço para consolidação das liberações das demais áreas previstas no projeto.
Diversos estudos foram conduzidos para incorporar novas demandas e soluções que foram exigidas pelo projeto, a fim de tornar o sistema mais eficaz e seguro do ponto de vista operacional, evitando ajustes posteriores à sua entrega.
Para 2018 há previsão de liberação das áreas para a construção das demais estações remotas durante o primeiro trimestre, com conclusão das obras civis no decorrer do ano. A expectativa é iniciar no segundo semestre a operação assistida para posterior obtenção da homologação do sistema. Os futuros operadores do sistema já concluíram a primeira fase de treinamento visando conhecimento sobre assuntos específicos e o curso de Operador VTS está previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2018.
Tecnologia da Informação – Neste ano a Codesp deu um grande salto de produtividade com o desenvolvimento de novos sistemas e aprimoramento de outros já existentes, visando disponibilizar ferramentas que agilizem e automatizem os procedimentos da empresa.
O Sistema de Gestão de Arrendamentos é um deles. Desenvolvido para o setor de Contratos e Arrendamentos tem o objetivo de integrar informações sobre arrendatários, eliminando planilhas eletrônicas e papéis. O sistema abrange informações sobre os contratos e aditivos e gerencia licenças, apólices, inventários, garantias, certificações, investimentos, projetos, obras, além de acompanhar movimentação física e financeira.
Outra ferramenta é o Sistema de Solicitação de Gravações desenvolvido para a área de Comunicação Social, com a finalidade de recepcionar pedidos de registros fotográficos e vídeos no Porto de Santos. Hoje as solicitações são viabilizadas por meio de plataforma Web, sem a necessidade de formalização através de papéis.
O Sistema de Credenciamento de Empresas para Coleta de Resíduos foi desenvolvido para atender a área ambiental, visando realizar o cadastramento de empresas e sua habilitação para a atividade de coleta de resíduos dentro do Porto de Santos. O pedido de credenciamento é realizado por meio de plataforma Web.
O Terminal Pesqueiro de Laguna também recebeu um novo sistema de faturamento que realizar, por meio de plataforma Web, a emissão de faturas referentes a tarifas e arrendamentos. Além do faturamento da empresa, o sistema possibilita a gestão operacional, contábil e emissão do Sistema de Inspeção Federal (SIF).
Já o Sistema de Gestão da Fiscalização permite acompanhar as operações em navios e emitir autos de inspeção sem a utilização de papéis. Esse sistema é integrado à Supervia Eletrônica de Dados (SED), permitindo mais agilidade ao processo.
O novo Portal do Porto de Santos caracteriza-se como um sistema integrado de administração portuária que permite a integração entre vários sistemas internos em um único ambiente. Sua gestão de acessos é integrada à Intranet da empresa.
O Sistema Supervia/Siap, utilizado pelas equipes de fiscalização documental, recebeu diversas melhorias nos módulos de protocolo EDI, responsável pela recepção das informações das agências marítimas e dos operadores portuários por meio do sistema Porto Sem Papel (PSP); o de recepção de Requisições de Atracação de navios; o de requisição de infraestrutura (faturamento), responsável pela emissão de requisição de infraestrutura realizada pelas agências marítimas por meio de integração do PSP com a SED e o de avaliação de corte de infraestrutura (programação de serviços), que faz a gestão e avaliação dos pedidos de corte de infraestrutura programada pelos operadores portuários.
O sistema para atendimento da Antaq também foi atualizado, com inclusão de novas funcionalidades para permitir o envio de informações exigidas pela Agência Reguladora. Uma nova funcionalidade que possibilita ao setor de faturamento o atendimento do envio do plano de contas, exigido pela Antaq, que permite a consulta para identificação de requisições de longo curso e cabotagem também foi implementada. O controle de transferência de contêineres entre terminais também recebeu melhorias, viabilizando o controle por ocasião da mudança de terminal por via marítima, nova modalidade de operação no Porto de Santos.
O Sistema SAP implantado na empresa também recebeu diversas melhorias. A ferramenta que possibilita a identificação de clientes inadimplentes recebeu alterações que integraram o cadastro negativo com a emissão de requisições de serviços e materiais, deixando o processo mais seguro e eliminando papéis no processo. Outros aspectos também foram melhorados nesse sistema, como o faturamento pró-rata; relatório de plano de contas SNP/Antaq; gestão de viagens, integração do faturamento de energia elétrica com medidores via telemetria e controle de faturamento parcial de viagens, que permite o faturamento parcial de navios que permanecem por tempo excessivo dentro do Porto.
Diversas alterações foram realizadas, também, para adequar a Codesp ao novo cenário de integração do sistema Porto Sem Papel com o Sistema Mercante, da Receita Federal. As informações de manifesto de carga do Sistema Supervia agora são provenientes do Sistema Mercante, proporcionando integridade e confiabilidade dos dados entre os dois órgãos públicos.
Outros projetos encontram-se em andamento, como os sistemas para melhorar a gestão da frota de veículos e dos recursos disponíveis; o Web de gestão financeira, visando a eliminação de papel e agilidade na disponibilização das informações para a diretoria da empresa; reformulação da Intranet; requisições de serviços e materiais para emissão via Web e gestão de atracação e controle de fila também em plataforma Web.
A Codesp está investindo, ainda, no Outsourcing de impressão, que é uma prática fundamental para o sucesso da gestão empresarial, que permite maior e melhor controle dos gastos e qualidade com reprografia. Em menos de sete meses foram constatados maior produtividade e eficiência, atualização tecnológica, qualidade e disponibilidade dos recursos de impressão, manutenção de suportes padronizados, aumento da velocidade de impressão, redução de custos, entre outros.
Obras e Projetos de Engenharia
A área de Engenharia da Codesp, além de dar continuidade a empreendimentos como a dragagem, recuperação de cais e melhoramentos do sistema rodoferroviário, desenvolveu durante este ano uma série de ações direcionadas à elaboração, revisão e aprovação de diversos projetos funcionais previstos para ampliar e modernizar a infraestrutura no Porto de Santos, preparando-se para, ao longo do próximo ano, deflagrar os processos licitatórios para contratação de projetos executivos e respectivas obras.
Projetos
Dentre os diversos projetos desenvolvidos pela Diretoria de Engenharia ao longo deste ano, destacam-se o de duplicação do acesso rodoviário à Ilha Barnabé, recuperação estrutural do cais da Ilha Barnabé e do armazém 12, implantação da Avenida Perimetral, nos trechos Alemoa/Saboó e Guarujá, e a reurbanização e reordenamento viário na região da Bacia do Macuco.
Duplicação do Acesso Rodoviário à Ilha Barnabé – O projeto funcional foi apresentado à diretoria executiva em outubro deste ano e já conta com Termo de Referência para contratação de projeto básico e executivo. Trata-se da duplicação de 3.300 metros de extensão, contemplando recuperação de pavimento, drenagem, iluminação e sinalização, uma ponte e um viaduto ponte para transpor o pátio ferroviário da MRS.
Cais da Ilha Barnabé – Em novembro deste ano, foi concluída a revisão do projeto de recuperação estrutural da Ilha Barnabé abrangendo cerca de 310 metros do centenário cais que opera na movimentação de líquidos a granel. No momento, está em andamento a revisão da planilha orçamentária e termo de referência para, no início de 2018, publicar o edital de licitação das obras.
Recuperação Estrutural do Cais do Armazém 12 – O processo foi encaminhado à diretoria com Termo de Referência concluído para a contratação do projeto que apresentará a técnica e metodologia adequadas e início da elaboração do edital para licitação das obras. A ação contempla a recuperação de trecho de cerca de 150 metros do também centenário cais da região.
Perimetral Alemoa/Saboó – Trata-se de iniciativa visando melhorar o acesso rodoviário na região. O projeto executivo do Trecho 1 da Avenida Perimetral, entre o viaduto Alemoa/Porto e o trecho já executado pela Brasil Terminal Portuário (BTP), já está pronto, restando a revisão do projeto da vala de drenagem em função de linha de gás da Transpetro que intercepta aquela vala. A Transpetro contratou, em novembro último, empresa para efetuar a revisão do projeto do canal de drenagem da Alemoa. Está previsto para 2018 a publicação do edital para obras.
Perimetral do Guarujá – O projeto executivo já foi aprovado pela diretoria executiva e encaminhado à Secretaria Nacional de Portos (SNP) do Ministério dos Transportes Portos e Aviação Civil (MTPA). O empreendimento promoverá a segregação do tráfego portuário de cargas, adequação de passeios e ciclovias, bem como instalação de passarelas de pedestres, além da construção de ponte estaiada sobre a rodovia Cônego Domênico Rangoni e de viaduto sobre a Avenida Santos Dumont.
Reurbanização e Reordenamento Viário na Região da Bacia do Macuco – A ação visa a eliminação do conflito entre o tráfego urbano e portuário de cargas no entorno da Bacia do Macuco, além da reurbanização da área. Atualmente, seguem os estudos para elaboração do projeto funcional.
Novo Acesso ao Porto de Santos – Com relação aos estudos de alternativas viárias e desenvolvimento de projetos para viabilizar o segundo acesso ao Porto, na margem de Santos, foi elaborado pela Codesp projeto funcional, que está em análise pelas concessionárias ferroviárias.
A Autoridade Portuária, por meio de convênio firmado com a Secretaria de Logística e Transporte do Governo do Estado de São Paulo, direcionou recursos financeiros para a elaboração de projetos para a área urbana, voltados para melhorar o tráfego na entrada da cidade, bem como de acesso a zona noroeste de Santos.
Empreendimentos
Quanto aos empreendimentos e serviços, a Área de Engenharia atuou na coordenação da dragagem do canal, berços e acessos e deu início às obras de readequação da Avenida Perimetral em Santos, no trecho entre o canal 4 e a Ponta da Praia, na continuidade aos trabalhos de recuperação estrutural do trecho de cais entre o armazém 12A e o 23 e promoveu, através do contrato com a Portofer, diversas intervenções para revitalização da malha ferroviária interna.
Dragagem – A Codesp encerra o ano com a dragagem do canal de acesso às instalações proporcionando plena condição de navegação, garantindo tranquilidade aos usuários do Porto de Santos para operar, sem restrições, com calado operacional de 13,20 metros praticamente ao longo de 24 quilômetros, desde a Barra até o Terminal da Alemoa, excetuando-se extensão de cerca de 700 metros, na proximidade do Terminal da Alemoa, que opera com calado operacional de até 12,70 metros. Os calados máximos consideram o chamado Zero DHN, definido como a cota zero de maré, podendo ser ampliado em 1 metro na preamar com altura de maré maior ou igual a 1 metro.
Quanto à situação de calado nos berços de atracação, praticamente toda a extensão de cais opera em condições satisfatórias para atendimento à demanda atual, destacando que o trecho entre o armazém 12A e o 23, praticamente com as obras de reforço estrutural concluídas, deve, no decorrer de 2018, obter licença ambiental para estabelecimento das novas cotas de profundidade, proporcionando, então, aumento de produtividade principalmente ao complexo açucareiro formado pelos terminais situados nessa região.
A manutenção da dragagem segue com a continuidade dos serviços em 2018 assegurada pela vigência dos contratos com as empresas Dragabrás Serviços de Dragagem Ltda. e Dratec Engenharia Ltda., que atuam, respectivamente, na dragagem do canal de navegação e de berços e acessos.
Readequação da Avenida Perimetral em Santos – trecho Canal 4/Ponta da Praia – Neste ano, foi dada continuidade ao empreendimento, compreendendo a adequação da Avenida Mário Covas Jr., conhecida como “Avenida Portuária”, e da Avenida Ismael Coelho de Souza, a chamada “Avenida Interna”. Um dos principais objetivos da obra é implementar um conjunto de dois viadutos para evitar o conflito rodoferroviário e promover mais agilidade no tráfego aos terminais localizados na região, solucionando um significativo gargalo entre o tráfego de contêineres e de granéis vegetais.
Foram iniciados os serviços para a construção dos viadutos de acesso ao Porto que eliminarão o conflito rodoferroviário naquele trecho. Um viaduto de entrada se projetará pelo terreno do terminal da Loydbratt, transpondo a Avenida Mário Covas Jr. sobre o pátio de contêineres (antigo armazém XXXVI) até atingir o trecho atualmente ocupado pelo pátio ferroviário e pela Avenida Ismael Coelho de Souza, que se tornará área adensada às instalações da Libra Terminais. O viaduto de saída seguirá contíguo ao de entrada, partindo da área interna do Porto e desembocando na pista da Avenida Mário Covas Jr., sentido Canal 4.
Com a implantação desse complexo de viadutos, o acesso ao porto ficará segregado entre veículos de contêineres e de grãos e farelos, com o tráfego dos contêineres absorvido pelos viadutos, mantendo-se na Avenida Mário Covas Jr. os veículos que demandam ao Corredor de Exportação.
O projeto contempla, ainda, a transferência das linhas férreas de acesso ao Corredor de Exportação de Granéis Sólidos de Origem Vegetal, que hoje passam no meio dos terminais, deslocando-as em direção à Avenida Mário Covas Jr., possibilitando ampliar os ramais ferroviários até a área do Corredor de Exportação e o adensamento de áreas hoje não operacionalizadas. Serão implantadas quatro linhas férreas, em aporte à demanda de utilização do modal ferroviário.
Ao longo do ano, foram realizadas as obras de infraestrutura necessárias à implantação da nova concepção ferroviária do trecho entre o Canal 4 e o Canal 6. Quanto aos pontilhões sobre o vão dos canais: no Canal 4 foram realizados serviços preliminares como fechamento da área e limpeza do terreno e iniciada a fabricação das vigas pré-moldadas, enquanto no Canal 5, foram concluídas as fundações, realizado o lançamento das vigas pré-moldadas e a concretagem das lajes. No Canal 6 também foram concluídas as fundações e fabricadas as vigas pré-moldadas.
O empreendimento também contemplará uma completa reurbanização da Avenida Mário Covas Jr., abrangendo reforma do pavimento, nova iluminação e paisagismo, enquanto a “Avenida Interna” será mantida desde as instalações da Capitania dos Portos até o armazém 33.
Recuperação e Reforço do Cais entre os Armazéns 12A e 23 – Em 2017, prosseguiram os serviços de recuperação e reforço para aprofundamento dos berços existentes entre os armazéns 12A e 23, a fim de permitir a execução da dragagem para até 15 metros e o consequente aumento de produtividade dos terminais localizados naquela região.
A obra ocorre, basicamente, em duas etapas: a primeira é a recuperação estrutural da laje existente e de aproximadamente 1580 estacas. A segunda são as intervenções de reforço da estrutura, com execução de cerca de 60 mil metros de colunas de jet-grouting, além dos serviços de instrumentação para medição e controle da movimentação das estruturas durante a execução das obras.
Os serviços envolvem a inspeção de cerca de 3.500 estacas sob a laje do cais, as quais, em alguns trechos dos 1.700 metros, apresentavam alto nível de comprometimento. Além da recuperação dessas estacas, a realização do jet-grouting garante o reforço da estrutura a partir da perfuração e injeção de colunas de nata de cimento com perfil metálico junto à borda. A conclusão da obra ocorre ainda este mês.
Geração e Distribuição de Energia Elétrica – A expansão da Usina Hidrelétrica de Itatinga é inviável tecnicamente. Para ampliar a oferta de energia com acréscimo de carga elétrica, a opção foi implantar uma nova subestação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) a fim de atender às necessidades dos usuários.
A concessionária já instalou cabos de transmissão de energia elétrica para o novo sistema em toda região da margem direita do Porto, desde a subestação Vila Nova, na área do Mercado Municipal, até a subestação do Estuário, na Ponta da Praia. Quanto à construção da nova subestação de 88 mil volts, a Codesp aguarda a CPFL apresentar a melhor alternativa técnica, incluindo cronograma de etapas de readequação para análise técnica conjunta e aprovação da docas, considerando todas as providências e necessidades de ambas as partes para implantação dessa nova configuração.
O investimento para implantação da subestação será realizado pela concessionária de energia elétrica. A expectativa é que a instalação, em uma primeira etapa, disponibilize acréscimo de até 20 megawatts aos 8,6 megawatts atualmente fornecidos em paralelo à margem direita.
Revitalização da Malha Ferroviária – Diversas intervenções na malha ferroviária interna do Porto de Santos foram realizadas ao longo deste ano, a fim de ampliar a capacidade de recebimento de cargas, tais como a revitalização da via permanente, que entre outras ações, promoveu a substituição dos perfis de trilhos antigos por um novo modelo com maior capacidade de suporte. Isso permitiu a chegada de vagões carregados com maior quantidade de mercadorias, além do aumento da velocidade de tráfego e da segurança operacional, através da redução do potencial de acidentes por descarrilamento.
A seguir, destacam-se importantes realizações em curso pela PortoferTransporte Ferroviário Ltda., operadora ferroviária arrendatária dos equipamentos e instalações ferroviárias da Codesp, que tem por objetivo a ampliação da participação do modal ferroviário no total de cargas movimentadas em Santos.
Remodelação do sistema ferroviário da região entre o Canal 4 e a Ponta da Praia – a ação prevê a implantação de um novo conjunto de quatro vias ferroviárias de comprimento mínimo de 2.200 metros, ligando a região de Outeirinhos e Macuco à Ponta da Praia, em substituição ao pátio atual, que conta com linhas curtas e que por isso demanda uma grande quantidade de manobras para a acomodação dos trens que chegam ao Porto com destino aos terminais atendidos na área de influência do pátio. O projeto está em consonância com o empreendimento de readequação da Avenida Perimetral em Santos, no trecho entre o Canal 4 e a Ponta da Praia, que prevê uma série de outras intervenções viárias. Com o novo arranjo será eliminada a necessidade de desmembramento das composições no pátio do Macuco e também os conflitos rodoferroviários atuais, o que se traduzirá em maior capacidade de processamento de trans e caminhões e maior fluidez de tráfego na região. A obra tem conclusão prevista para o primeiro semestre de 2020.
Modernização do Pátio e dos Acessos ao Corredor de Exportação – os serviços abrangem a substituição de toda a infraestrutura ferroviária, a implantação das novas linhas com dormentes de concreto e trilhos com novo perfil, além da aplicação de pavimento asfáltico em toda a extensão delas.
A ação promoverá o aumento da capacidade de movimentação ferroviária dos atuais 5,5 milhões TU/ano para até 20 milhões TU/ano, além da completa segregação dos modais que propiciará significativo aumento de segurança operacional para os terminais da região. Além das obras executadas pela Portofer, também os arrendatários dos terminais portuários situados no Corredor de Exportação construirão novos sistemas de recebimento, com novas ou repotencializadas moegas, esteiras de recebimento e armazéns. A obra teve início em outubro e a expectativa de conclusão é no primeiro semestre de 2020.
Extensão de Linha para Estacionamento de Vagões Vazios do Terminal T-Grão – Trata-se de obra concluída em setembro, envolvendo a extensão do desvio de atendimento em, aproximadamente, 350 metros, na linha de bitola mista, instalação de sinalização ferroviária ativa e passiva, sonora e visual, além do calçamento das entrevias em paralelepípedos. A ação trouxe o aumento da capacidade estática de atendimento ao terminal T-Grão, além de propiciar mais segurança aos veículos e pedestres na transposição da passagem em nível em frente às instalações da Marinha.
Remodelação da sinalização rodoferroviária nas Passagens em Nível da região do Valongo, na Rua Senador Cristiano Otoni e Largo São Bento/ Armazém 1 e 1A, com sincronia entre o semáforo e os dispositivos de detecção de aproximação de trens. – A ação abrange a implantação da infraestrutura de sinalização (cabeamento, alimentação de energia e instalação de placas de controle) e superestrutura (postes e semáforos), além do comissionamento do equipamento e treinamento dos técnicos que farão a gestão do equipamento. A obra foi iniciada em outubro e tem previsão de término para janeiro de 2018.
Isolamento da faixa de domínio da Portofer – trata-se de um conjunto de intervenções para buscar a segregação da faixa de domínio da operação ferroviária das demais atividades do Porto e que tem por objetivo aumentar a segurança operacional através da redução do potencial de acidentes por atropelamentos e abalroamentos. Entre as intervenções estão previstas a continuidade da obra de construção de muros de vedação e de passarelas em locais de grande fluxo de pedestres na travessia da faixa ferroviária, tais como nas regiões do prédio da Alfândega, no Centro; no Canal do Mercado; na Praça da Santa e, em Guarujá, no início do pátio ferroviário de Conceiçãozinha.
A iniciativa de construção das passarelas aguarda a aprovação do projeto executivo pelas autoridades competentes e a contratação das obras. A expectativa para o início da construção da prime.