Avanço da vacinação tem gerado otimismo no mercado e impulsionado contratações
O avanço da vacinação e o vislumbre do fim da crise sanitária têm sido os combustíveis principais para o otimismo do mercado em relação à retomada econômica. Mesmo sendo o último componente a se recuperar após uma crise, já é possível observar maiores contratações, que devem se intensificar até o fim do ano.
É o que aposta Vladyson Viana, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Ele baseia a previsão a partir do saldo positivo de vagas no Ceará mesmo durante a segunda onda da pandemia este ano.
“A medida que tem o aumento da cobertura da vacina e a flexibilização dos decretos, há o surgimento de novos postos. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) vem confirmando essa curva positiva”, afirma.
Somente em junho, dado mais recente do Caged, o Ceará registrou a criação de 9,7 mil novos postos formais de trabalho, totalizando 33,2 mil no primeiro semestre. Este ano, somente em março o Estado teve mais demissões que contratações, mês que coincide com o endurecimento do isolamento social.
Entre os segmentos que têm puxado a geração de vagas, Viana aponta o comércio e serviços por serem setores que respondem mais rápido durante a retomada.
“Acreditamos que nesse segundo semestre também sejam os setores que irão puxar a criação de novos postos. Historicamente, esse período do ano já é marcado por uma maior oferta de vagas do mercado pela sazonalidade, o que deve contribuir para essa recuperação”, ressalta.
Dentro do setor de serviços, o presidente do IDT detalha que a atividade administrativa tem se destacado, com contratações para telefonista, recepcionista, auxiliar administrativo e toda a cadeia. No comércio, o carro-chefe é o posto de vendedor.
Ele acrescenta que vagas na indústria, por exemplo, devem demorar um pouco mais a deslanchar, tendo em vista que só há contratações com a expansão ou abertura de novas plantas industriais, que requerem alto investimento.
“Além disso, comércio e serviços é a natureza da economia cearense”, argumenta.
LOGÍSTICA EM ALTA
Saindo da camada que baseia a economia local, o setor de logística tem ganhado força durante a pandemia e promete ser uma boa aposta para quem busca recolocação, conforme a coordenadora de recrutamento e seleção da RH Nossa, Eliane Catalano.
Com mais compras online e a necessidade de um volume maior de entregas, a atividade tem gerado oportunidades para os mais diversos níveis, desde posições estratégicas a encarregado, almoxarife e operador de empilhadeira.
Em breve, a Amazon deve inaugurar um Centro de Distribuição no Ceará, em Itaitinga, o que mostra a força crescente do setor.
Também relacionada ao e-commerce, a área de vendas é outro destaque, inclusive com vagas sendo geradas por Microempreendedores Individuais (MEIs).
A coordenadora da RH Nossa também pontua que já está começando uma movimentação para contratações no turismo. Após um longo período de baixa por conta da pandemia, ela acredita que as pessoas estão ansiosas por viajar, o que gera a necessidade de mão de obra.
“Eu fiquei impressionada no mês passado com a quantidade de vagas para agente de viagem no Nordeste. As agências estão buscando esses profissionais da área”, afirma.
Catalano também ressalta a oferta de vagas temporárias, que deve incrementar significativamente as contratações nos próximos meses. Apesar de ser um contrato com prazo definido para acabar, é uma oportunidade dos empregados mostrarem um bom trabalho e serem efetivados.
“No momento, nós temos 1,5 mil vagas abertas com a RH Nossa. Até o fim do ano, isso deve dobrar, especialmente com essa oferta de temporários”, revela.
COMO SE PREPARAR
A coordenadora de seleção e recrutamento aconselha os candidatos a se autoconhecerem e saberem no que eles são bons, aliando perfil técnico e comportamental com disponibilidade de horário e capacitação constante.
Ela também alerta para que a documentação dos participantes esteja sempre em dia, para não correr o risco de falta não conseguir resolver a tempo e algo na nessa etapa da contratação.
“A gente tem sentido dificuldade na hora do processo admissional. Às vezes a pessoa não está regularizado com o título de eleitos, carteira de reservista, CNH atrasada, comprovante de histórico escolar. Então, é aconselhável que haja uma atualização constante”, orienta.