Estudo do Ministério das Relações Exteriores aponta que a implantação do corredor diminuiria ainda em 23% o tempo de viagem entre o Brasil e o país asiático
Durante a abertura do Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável (FILMS), em Foz do Iguaçu, na última quarta-feira (11), João Carlos Parkinson de Castro, ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, defendeu a implantação do corredor ligando os oceanos Atlântico e Pacífico para reduzir distâncias e o custo do transporte para o acesso a mercados.
Estudos da pasta apontam que a rota poderia reduzir 30% os custos de transporte de cargas entre Brasil e China, além de reduzir em 23% o tempo de viagem. Para o diplomata, um corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio, ligando portos do Chile ao de Paranaguá, conectando Argentina e Paraguai, garantiria melhor acesso aos mercados asiáticos, favorecendo o desenvolvimento da indústria de transformação no Paraguai e a exportação de produtos com mais valor agregado.
“Produtos brasileiros, paraguaios, argentinos e chilenos serão exportados para Ásia, Costa Oeste das Américas, Peru, Colômbia e Equador com maior eficiência e menor custo e tempo”, disse ele, destacando que a iniciativa poderia fomentar um polo industrial e agrícola no entorno de Foz do Iguaçu.
Castro lembrou a escalada do custo do frete marítimo na atual conjuntura internacional, além da dificuldade de encontrar contêineres. Para ele, corredores logísticos como o proposto responderiam a essas questões.
Coordenador do evento logístico, Danilo Vendruscolo afirmou que os países têm boas condições para levar seus produtos aos grandes mercados mundiais e a criação do Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio, poderia reduzir em “30% os custos para o transporte de cargas e atrair investimentos”. Entretanto, Vendruscolo salientou que é preciso evoluir em novas soluções logísticas.
Ao que indica, os países têm interesse no projeto. Segundo o embaixador do Paraguai no Brasil, Juan Ángel Delgadillo, o governo de seu país está à disposição para contribuir com soluções logísticas na região, já que o país vizinho não tem saída para o mar e a rota ajudaria a escoar seus produtos.
“Nós, dos governos, temos o papel de ser a voz para levar as demandas à prática, trabalhando sempre juntos, setor público e privado”, declarou.
O cônsul da Argentina em Foz do Iguaçu, Alejandro Massucco, mencionou que o corredor bioceânico será um indutor para o comércio e os transportes. “O futuro está na integração de nossos povos. Nessa época difícil, com o mundo precisando de alimentos, Brasil, Paraguai e Argentina são produtores por excelência. Com uma integração inteligente, não vamos parar”.