Como a falta de contêineres no mundo afeta o Porto de Itajaí – Foto: Arquivo/Bruno Golembiewski/ND
Fenômeno é causado por uma “redistribuição” destes materiais para portos com alta demanda de exportação
Mesmo com aumento na movimentação geral de contêineres, o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes tem sofrido dificuldades no transporte de cargas, devido a falta mundial de contêineres.
“A falta de contêineres é mundial, não é só no Brasil nem só na nossa região”, afirma o diretor-geral de Operações Logísticas do Porto de Itajaí, Heder Cassiano Moritz. O fenômeno é causado pela alta demanda do material em portos exportadores, como dos Estados Unidos e da Ásia. “Foi um efeito mundial de redistribuição”, explica.
A falta de contêineres, segundo Moritz, afeta o valor dos fretes, principalmente os internacionais. Itajaí é um dos principais portos de transportes de cargas conteinerizadas do Brasil, e apesar de ter registrado uma alta na movimentação, sentiu o atraso nas movimentações.cont
Mas quem mais sente os impactos são os importadores e exportadores, que têm mais dificuldades na disponibilização destes equipamentos. Isso pode atrasar e encarecer fretes.
Cargas refrigeradas
A falta de contêineres também afetou o transporte de cargas refrigeradas, como frango e suínos. Segundo Moritz, este ano, depois de muito tempo, houve uma movimentação deste tipo de cargas em navios “reefer”, ou seja, a carga solta, em caixas, “utilizando a movimentação normal em um navio de carga frigorificada”.
Aumento de movimentação
Mesmo com a crise, o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes encerrou agosto com um crescimento de 9% na movimentação de TEUs (unidade de medida de um contêiner de 20 pés). Foram movimentados 129.546 TEUs, 10 mil a mais do que em agosto de 2020.
A movimentação também foi positiva no indicativo de toneladas, com um crescimento de 14%. As exportações no Porto de Itajaí representaram 56% no mês de agosto, e 44% nas importações.
As principais exportações durante o mês de agosto foram de frango congelado (12,3%), madeiras e derivados (43,0%), carnes (10,6%), mecânicos e eletrônicos (19,9%) e alimentos em geral (25,6). As importações mais significativas ainda no mês de agosto foram os mecânicos e eletrônicos (61,0%), produtos químicos (85,7%), têxteis diversos (69,6%), plásticos e borrachas (80,7%) e alimentos em geral (25,4%).
O Complexo teve participação de 57,4% na corrente de comércio catarinense e 3,8% na corrente de comércio brasileira.