Federação das Empresas de Transporte de Cargas da Amazônia defende que o modelo intermodal poderia minimizar os problemas
Com a proximidade do inverno amazônico, que normalmente começa nos últimos meses do ano, a Federação das Empresas de Logística, Transporte e Agenciamento de Cargas da Amazônia (Fetramaz) alerta para a importância de uma manutenção preventiva e urgente nas rodovias e estradas de todo o Pará, que ainda enfrentam muitos problemas estruturais, principalmente nas regiões mais remotas, como, por exemplo, no Sul, Sudeste e Oeste do Estado. No final do ano passado, a pesquisa CNT de Rodovias, relativa ao ano de 2021, apontava que 79,2% da malha rodoviária pavimentada avaliada do Pará apresentam algum tipo de problema, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas; e apenas 20,8% da malha são consideradas ótimas ou boas.
O levantamento, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), tem como objetivo dar publicidade ao estado das rodovias no País, a fim de subsidiar planejamentos e políticas públicas por parte do Estado e de outros entes envolvidos com a questão.
Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas da Amazônia (Fetramaz), Irani Bertolini, a manutenção das estradas e rodovias precisa ser frequente e não pontual, pois as estradas não suportam a frequência da trafegabilidade somada ao peso das cargas. “A malha viária do Pará merece uma atenção ainda maior, pois representa o maior volume de transporte e logística da região Norte”, explica.
Transportadoras precisam suportar altos custos com manutenção e combustível
Segundo ele, com a situação precária de estradas e rodovias, as transportadoras precisam suportar altos custos com manutenção e combustível, e, ainda, o aumento no tempo do transporte, o que acaba sendo percebido pelo consumidor final.
Por isso, de acordo com o empresário, a Fetramaz tem defendido a intermodalidade no Estado, como forma de baratear o transporte de cargas e reduzir os estragos e riscos nas estradas.
“Nossa melhor opção são nossas estradas de rios. O que precisamos é de melhor estrutura portuária e condições de navegabilidade principalmente para grandes comboios de balsa. E, ainda, a melhoria dos acessos rodoviários até os portos. Essas alternativas impactam positivamente no tempo e no custo do transporte”, avalia.
De acordo com Bertolini, o transporte por hidrovias é muito mais versátil e econômico, além de ambientalmente correto. “O Pará é um grande privilegiado pela quantidade de águas navegáveis que tem, o que dá um poderio econômico muito grande para o Estado do Pará, uma vez que essa logística se torna muito mais barata do que o transporte RODOVIáRIO”, argumenta.
A reportagem procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Secretaria de Estado de Transportes (Setran) para informações sobre as rodovias e estradas paraenses, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.