ESG sigla para Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa), representa e resume a sustentabilidade no universo corporativo. O ESG nasceu em janeiro de 2004, quando Kofi Anna, ex-secretário-geral das Nações Unidas, convidou mais de 50 CEOs de grandes instituições financeiras para participar de uma iniciativa conjunta para buscar integrar o ESG no mercado de capitais. A premissa é que a integração de fatores ambientais, sociais e de governança nos mercados de capitais faça sentido para os negócios e assim, os leva a mercados mais sustentáveis e que proporcionem melhores resultados sociais. Assim sendo o ESG, difundiu-se nos meios empresariais da Europa e dos Estados Unidos, especialmente no setor financeiro, e assim ganha cada vez mais força e espaço no ambiente empresarial brasileiro, e pode-se dizer que ditará os próximos passos para empresas na implementação dessas novas ações.
O ESG representa uma mudança clara e significativa para um modo de pensar sustentável, considerado um conjunto de práticas de engajamento social, comercial e ambiental. Do ponto de vista do mercado, o cumprimento deste indicador demonstra a capacidade da empresa em interpretar efetivamente os valores na sociedade e integrá-los nas operações do negócio, sem apenas manter o foco no lucro preocupando-se com suas responsabilidades sociais e ambientais.
Este tema tornou-se pauta de discussões, conferências, eventos e reuniões, e passou a ser aplicado de forma significativa no campo do transporte de cargas e logística, com interesse em discutir as diversas formas de impacto deste setor, principalmente ao meio ambiente.
Esta discussão despertou cada vez mais o desejo de valorização das empresas para investir na consciência ambiental e na sua própria gestão. Este conjunto de normas e boas práticas tem como objetivo determinar se as operações de uma empresa são socialmente responsáveis, sustentáveis e adequadamente geridas.
Hoje, ainda, a empresa que mostra seu comprometimento com as causas do ESG tem um diferencial na hora de fechar novos negócios e parcerias, no entanto logo deixará de ser um diferencial e passara a ser um critério padrão, pois cada vez mais, investidores e grandes embarcadores buscam parceiros que estejam engajados em todas as áreas de ESG. Isso desperta uma grande responsabilidade nas empresas e demonstra o enorme papel que os agentes de transformação desempenham. Pode se dizer que o transporte principalmente é uma das áreas que mais precisa de um ambiente melhor, uma vez que segundo relatório divulgado pelo Observatório do Clima em 2018, a frota de caminhões foi responsável pela emissão da maior parte dos poluentes climáticos no Brasil em 2016.
Frente a isso, como o transporte pode efetivamente pôr em pratica ações que andem junto as premissas do ESG? Um estudo conduzido pelo Instituto FSB Pesquisa ouviu 401 empresários de diferentes segmentos e regiões do país e concluiu que 79% das empresas afirmaram que questões socioambientais fazem parte da estratégia de negócios. Já 47% participam de ações pelo desenvolvimento sustentável, sendo reciclagem a mais citada (13%), seguido de treinamentos sobre meio ambiente (10%). Entende-se que qualquer uma das ações mencionadas dependem de pessoas para executá-las, logo deixa[1]se de lado a questão mais importante que é o treinamento, desenvolvimento e capacitação do capital mais valioso de uma empresa, o capital humano. O Trabalho de conscientização dos funcionários frente a visão e valores da empresa precisa ser passado no momento em que o colaborador passa a integrar a equipe, ele precisa ter a certeza que a empresa para qual ele vai trabalhar tem esses valores como premissas básicas e que de fato são importantes para a sociedade como um todo. Além disso a empresa precisa desenvolver e passar essas novas práticas aos colaboradores que já estão inseridos na instituição, e assim garantir que os valores não se percam com o passar do tempo.
Dentro de cada um dos 3 pilares do ESG existem várias ações que podem ser aplicadas e trabalhadas dentro da instituição.
O pilar ambiental, são as ações da empresa com foco no meio ambiente e nos recursos naturais. Ou seja, tudo que se faz para assegurar o crescimento sustentável e redução dos impactos ambientais resultantes das atividades da empresa. Pode ser: gestão de resíduos sólidos, gestão de efluentes, eficiência energética, emissões atmosféricas, uso consciente dos recursos naturais, práticas de sustentabilidade. Bons exemplos na prática para o transporte é realizar o gerenciamento do ciclo de vida dos pneus que visa segurança, economia e descarte correto, controle e medição do nível de emissão de fumaça que inclusive ganha suporte incrível do programa Despoluir mantido pelo Sest Senat (Serviço Social do Transporte Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) e CNT (Confederação Nacional do Transporte) e é oferecido de forma gratuita aos transportadores.
O pilar social abrange todas as práticas que a empresa aprimora e que são voltadas para as questões sociais. É basicamente a relação da empresa com os funcionários, clientes, fornecedores e a sociedade, de modo que direciona ações com foco nas relações pessoais. Importante citar: diversidade da equipe, processos equânimes de oportunidades para todos os colaboradores, inclusão social, direitos humanos, relação com a comunidade, relação com funcionários, políticas de trabalho, proteção de dados e satisfação dos clientes.
Por fim, o pilar governance, ou governança, diz respeito a questões relacionadas à alta gestão da empresa, fatores que a empresa utiliza para realizar sua gestão, como: independência, diversidade no conselho, remuneração dos executivos, relação com órgãos públicos, transparência e ética, canal de denúncias e auditorias fiscais.
Essas e outras ações não apenas contribuem para o bom funcionamento dos serviços, mas visam também a preparação de um cenário melhorado para as gerações futuras. Priorizar e alinhar os termos de sustentabilidade, gera reconhecimento social.
Bem, se você chegou até o final deste artigo é porque está entendendo a importância da ESG e quer começar a ter boas práticas ou aprimorar as já existentes. No entanto, é indispensável que se desenvolva uma nova cultura organizacional e se estimule a mudança de pensamento e atitude entre todos os níveis da organização.
A primeira pergunta que você deve fazer é: O que a minha empresa tem feito para planejar e implementar um desenvolvimento sustentável?
“O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. – Organização das Nações Unidas (ONU).
Por: Ana Paula Pellizza – COMJOVEM Chapecó