Seis times venceram a competição do Sesi-RS e vão para a disputa nacional
Um caminhão feito com pecinhas de Lego pode ser mais do que um brinquedo. Se programado, vira um robô cuja tecnologia aponta para soluções no transporte de cargas, desafio que cerca de 200 estudantes de 13 municípios gaúchos encararam no Torneio de Robótica First Lego League Challenge, promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), cuja etapa final ocorreu nesta quinta-feira (24), em Porto Alegre.
A competição começou na quarta-feira e finalizou nesta quinta (24), quando seis equipes saíram vencedoras, totalizando 38 alunos. Além de levarem medalhas para casa, eles passam para a próxima fase, que acontece a nível nacional. Quem conseguir, vai para a etapa internacional.
Desde 2014 o torneio instiga alunos entre nove e 16 anos a usarem peças de Lego para aprenderem robótica, ramo da ciência que estuda o desenvolvimento de robôs. A intenção é estimular os jovens a compreenderem conceitos intrincados, tanto das engenharias quanto da computação.
A cada ano, a competição traz um tema. Dessa vez, a ideia era pensar como tirar o melhor proveito de estradas, rios e até do céu para desafogar o transporte de cargas, além de encontrar saídas para outros problemas da área.
— Nós usamos as rodovias, mas existe a poluição do meio ambiente, enquanto os rios são pouco utilizados para transporte de cargas. Os alunos, então, vão criando projetos para encontrar soluções, mas não é só construir robôs. Eles também debatem possíveis soluções sustentáveis — diz a gerente da área de educação do Sesi, Sônia Elizabeth Bier, uma das organizadoras do torneio.
Aos 13 anos, Emanuel Augusto Schneider Bach jamais havia pensado sobre o transporte de cargas. Matriculado no contraturno do Sesi, em Farroupilha, envolveu-se no projeto de construir um pallet feito de aço e plástico polietileno para carregar caixas. Sua equipe não foi selecionada para a fase a nível nacional, mas, além de se divertir com os colegas, ele tirou lições da competição.
— Aprendi que, difícil ou não, sempre existe uma solução para tudo — reflete o jovem.
Lavinia Gehrke da Silva, 16 anos, da Escola Sesi Heitor José Müller, de Montenegro, foi a única garota, das quatro equipes do colégio inscritas na competição, que ficou responsável pela parte de programar os robôs, uma área tradicionalmente dominada por homens.
A estudante se debruçou sobre a elaboração de uma tecnologia para identificar pregos, parafusos e outras amostras na fase do recebimento de cargas. Sua equipe fez a melhor pontuação do colégio e, agora, o grupo está classificado para a fase a nível nacional.
— Eu quis desistir do torneio, por causa da pressão, mas minha família e minha técnica me incentivaram muito — diz a jovem.
Depois de suar a camiseta e queimar os neurônios programando Legos no Torneio de Robótica, Lavinia quer participar de eventos sobre ciência feita por mulheres.
Veja as equipes classificadas para a etapa nacional do Torneio de Robótica:
- Tecnoway – Rede de Ensino Caminhos do Saber – Caxias do Sul
- Big Family – Equipe de garagem – Campo Bom
- Untitled – Escola Sesi de Ensino Médio – Gravataí
- Kronos – Escola Sesi de Ensino Médio – Gravataí
- MonTß – Escola Sesi de Ensino Médio Heitor José Müller – Montenegro
- The Ducks – Escola Sesi de Ensino Médio de Sapucaia do Sul