PMI industrial do Brasil subiu a 56,4 em junho, ante de 53,7 em maio
O crescimento do setor industrial do Brasil acelerou em junho e chegou ao maior nível em quatro meses, com aumento das vendas e da produção e fortalecimento da confiança, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
A IHS Markit divulgou nesta quinta-feira que seu PMI da indústria brasileira avançou a 56,4 em junho, de 53,7 em maio, nível mais elevado desde fevereiro e bem acima da marca de 50, o que indica crescimento.
“Os resultados do PMI de junho apresentaram outro conjunto de desfechos positivos no setor industrial brasileiro. Apesar da batalha contínua contra outra onda de casos da Covid-19, as empresas viram seus pedidos aumentarem substancialmente em relação ao mês passado”, afirmou em nota a diretora associada da IHS Markit, Pollyanna De Lima.
O setor apontou fortalecimento da demanda em junho, com a entrada de novos negócios em alta pelo segundo mês seguido.
Esse resultado teve como base o aumento dos pedidos de exportação pelo quinto mês consecutivo e no ritmo mais rápido desse período. Os participantes da pesquisa citaram a retomada da atividade normal dos clientes no exterior e a oferta de itens escassos em outros lugares como razão para a expansão.
Diante do aumento de novos pedidos, os fabricantes brasileiros elevaram a produção, superando a média de longo prazo da pesquisa.
A força da demanda também ajudou na criação de novas vagas de trabalho no setor industrial, com a taxa de aumento sendo a mais alta em sete meses.
“A resiliência do setor industrial alimentou o mercado de trabalho, já que as empresas estavam confiantes na retomada e contrataram mais trabalhadores”, disse De Lima.
O mês ainda registrou a expansão mais intensa da compra de insumos desde fevereiro, com os fabricantes buscando se proteger contra a escassez de insumos.
Mas os preços de insumos registraram nova alta, com muitas empresas citando a falta de matéria-prima, com destaque para metais, embalagens, plásticos e semicondutores.
Com as margens sob crescente pressão, os aumentos dos custos foram repassados aos clientes, com a taxa de inflação de venda sendo uma das mais intensas desde o início da coleta de dados no começo de 2006.
“Além da COVID-19, a escassez de matéria-prima continua sendo um risco-chave de queda para a recuperação do setor… Como os custos adicionais continuam sendo transferidos para os preços de venda, a força da demanda será testada nos próximos meses”, alertou De Lima.
Ao longo do próximo ano, os fabricantes registraram previsões de crescimento da produção, com o nível de sentimento positivo no patamar mais elevado em seis meses.
O otimismo se deve às expectativas de maior disponibilidade de vacinas e de que a pandemia recue, e as empresas pretendem aumentar o marketing e preveem crescimento dos investimentos.