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Em 2021 o Brasil exportou 376 mil 383 veículos, volume 16% superior ao registrado nos 365 dias anteriores, segundo dados da Anfavea apresentados em coletiva de imprensa na sexta-feira, 7. A maior parte destes veículos teve como destino países da América Latina. Apesar do avanço, porém, quando se compara a anos anteriores o montante está aquém ao de outros anos: com relação a 2019, com 433 mil unidades, a queda é de 13% e, frente a 2018, com 629 mil unidades, o tombo é de 40%.
Além do problema global com o fornecimento de semicondutores ao longo do ano passado o principal cliente brasileiro, a Argentina, reduziu suas compras em 21%. Sua participação, que já chegou a 70%, encolheu de 50% para 34%. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, justificou que a “Argentina tem se recuperado, mas de forma mais tímida, até pela situação econômica do país e por problemas de divisas”.
O México, outro importante parceiro comercial, importou 2% menos do País. Sua fatia foi de 20% a 17% do total. Colômbia, 53%, Chile, 196%, Uruguai, 52%, e Peru, 106%, tiveram participação importante em 2021, ponderou o executivo, ao complementar que, no entanto, ainda se tratam de mercados menores.
Moraes apontou que o reflexo da pandemia, que também atinge outros países, explica o cenário em partes, mas que problemas estruturais internos também pesam contra: “Sofremos impacto da questão dos [acesso aos] créditos tributários, o que dificulta as exportações, de resíduos tributários pelos quais estamos brigando, como o Reintegra, para ter mais competitividade frente a outros mercados e com as nossas matrizes inclusive.”
Moraes criticou ainda que, embora a balança comercial brasileira tenha apresentado superávit em 2021, o resultado é puxado por itens básicos e não por produtos manufaturados, como os do setor automotivo e de outras áreas da indústria, que geram mais emprego e renda. “Precisamos de mais financiamento para exportação e da redução do custo Brasil. É preciso seguir perseguindo problemas estruturais do País para melhorar de vez a situação.”
Quanto aos valores obtidos com os embarques de veículos no ano passado, de US$ 7,6 bilhões, houve crescimento de 37,8% ante 2020. Com relação a anos anteriores, novamente nota-se queda. Em 2019 foram US$ 6,9 bilhões e, em 2018, US$ 11,1 bilhões.