Com o desbloqueio da passagem entre o Chile e Argentina neste domingo, a previsão de normalização do fluxo de motoristas caminhoneiros na região é de 10 dias.
A estimativa é da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, que calcula em 2 mil o número de caminhoneiros brasileiros retidos por mais de duas semanas, desde que a fiscalização deixou de aceitar testes de covid-19 realizados fora do território chileno.
O diretor da organização dos trabalhadores brasileiros em transporte de cargas, Carlos Alberto Litti Dahmer, ressalta que o prazo de 10 dias se deve ao fluxo de cargas com destino ao Chile, 30% procedente do Brasil.
Segundo o Ministério da Integração, a estimativa de representantes do governo federal na Câmara Setorial de Transportes da Associação Latino-Americana de Integração é de que a fila esteja regularizada em dois dias.
Isso porque, segundo o ministério, as medidas adotadas pelas autoridades chilenas e argentinas contribuíram para reduzir o total de veículos retidos na fronteira de forma considerável: de mais de 5 mil caminhões de diversas nacionalidades parados ao longo da semana passada, o número caiu para menos de 3 mil nesta segunda-feira. Os dados são da Associação Brasileira de Transporte Internacional.
Vale lembrar que, diante da dificuldade de atender a demanda de testagem, o governo chileno decidiu, no último sábado, realizar testes aleatórios em condutores de caminhões e passou a aceitar testes PCRs negativos feitos com 72 horas de antecedência. E o número de postos de testagem passou de sete para 14.
No entanto, a partir de quarta-feira, dia 2 de fevereiro, os condutores terão que apresentar teste negativo realizados em no máximo 48 horas antes do ingresso no Chile.
Carlos Alberto Litti Dahmer, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, ressalta que a retenção dos caminhoneiros, muitos deles levando cargas perecíveis, gerou problemas econômicos.
Em nota, o Ministério da Infraestrutura ressalta que o governo brasileiro tenta uma solução mais efetiva para o problema e está em contato com autoridades de saúde e transportes do Chile e Argentina para que seja realizada nova reunião ainda esta semana. Na pauta estão dois itens: a possibilidade de aceite dos testes realizados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – nos pontos de controle; e a fiscalização do seguro saúde que vem sendo exigido dos caminhoneiros.
Também em nota, o Itamaraty informou que continua monitorando atentamente a situação, “em interlocução com os atores relevantes, inclusive associações brasileiras do setor de transporte internacional”.