Devido a sua riqueza natural, a matriz energética brasileira é reconhecida por sua ampla fonte de energia renovável e limpa. As fontes de energia renovável são as que se regeneram naturalmente com o tempo e não se esgotam, como exemplo temos: energia hidráulica, eólica, solar, biomassa, entre outras.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia (AIE) o transporte de cargas é responsável por cerca de 10% de todas as emissões globais de carbono. No Brasil com a indiscutível presença que o transporte de cargas exerce sobre a economia, as empresas do TRC estão se reinventando para amenizar os impactos ambientais causados pelo setor. Ao redor do mundo, temos exemplos de países que estão investindo em tecnologias que se adaptem a este novo cenário mundial, no Brasil, não é diferente.
No segmento do TRC temos exemplos de empresas instalando painéis solares sobre seus armazéns gerando energia limpa para sustentar suas operações. Além de placas solares em armazéns, temos outro ótimo exemplo de inovação: placas solares instaladas em caminhões gerando energia limpa para carregar as baterias, garantindo o funcionamento do veículo sem necessidade de ligar o motor em marcha lenta ou aliviando a carga dele (resultando assim em redução de CO2). Temos também empresas que por meio de projetos de geração distribuída utilizam a energia eólica para a descarbonização das demais operações, como a gestão dos armazéns, incluindo iluminação, ventilação e empilhadeiras.
Sabemos que além de projetos em armazéns e veículos o fator chave da poluição ao meio ambiente no TRC é devido a emissão de carbono pela utilização do óleo diesel dos caminhões. Ainda com base no motor a combustão, existem dois outros combustíveis parecidos com o diesel, que reduzem as emissões de CO2 entre 85% e 90%: um deles é o HVO (90% de redução), mas o mais comum para nós, brasileiros, é o biodiesel e sua redução de CO2 chega a 85%. Porém a grande promessa para o futuro do transporte brasileiro são os caminhões movidos a gás e elétricos. Os caminhões movidos a GNV (Gás Natural Veicular) podem apresentar uma redução de até 15%, mas quando o caminhão é abastecido com biometano, essa redução chega à casa dos 90%. Até o momento, temos uma a única montadora a comercializar modelos desse tipo no Brasil. Já os veículos elétricos também estão ganhando cada vez mais espaço, com promessas de diversas montadoras iniciarem a comercialização em breve no país.
Mesmo com empresas buscando a inovação e preservação do meio ambiente sabemos da enorme dificuldade que o setor privado encontra em nosso país. Os desafios são diversos. As montadoras atribuem a dificuldade de fabricar e comercializar caminhões no Brasil à falta
de investimento em infraestrutura por parte do Governo Federal. A falta de infraestrutura em nossas estradas para comportar as estações de recarregamento das baterias e o tempo que se leva, fazem com que as empresas se intimidem a iniciar o processo de mudança.
Entretanto, mesmo com todas essas dificuldades não podemos negar que estamos passando por uma transição energética necessária que envolve desenvolvimento de produtos e reestruturação de toda uma cadeia. Estamos vendo cada vez mais empresas buscando frotas menos poluentes e outras opções em seus armazéns para atingir suas metas de redução de emissões de carbono. Precisamos buscar a união do setor privado e público visando o interesse comum de preservação do meio ambiente. Nós do TRC somos elo fundamental nessa evolução e temos a força necessária para discutir e buscar soluções em busca de um país melhor e mais limpo.
Por: Jéssica Caballero Lopes – COMJOVEM São José do Rio Preto