A edição 2020 do projeto Almoço Executivo, do Transcares, foi aberta nesta quarta-feira, 11 de março. E nas palavras do presidente Marcos Furtunato, “abrimos com chave de ouro”. Sua saudação estava diretamente ligada ao primeiro convidado especial para ministrar a palestra que acompanha o já tradicional encontro dos transportadores capixabas: o governador do Estado, Renato Casagrande, que num bate-papo de cerca de meia hora falou sobre economia, infraestrutura, responsabilidade fiscal, políticas públicas e competitividade. Ou seja, levou consigo uma pauta positiva, mas não deixou de citar desafios que ainda precisam ser vencidos pelos capixabas.
Para este primeiro almoço do ano, o presidente recebeu no Salão de Eventos, o vice-presidente do Transcares, José Geraldo Valadão, e os diretores Luiz Alberto Teixeira, LiemarPretti, Marcos Zon, Lauro Machado, Sidnei Bof e Fernando Favalessa De Marchi, o subsecretário de Estado de Fazenda, Sérgio Ricardo, o presidente da Fetransportes, Jerson Picoli, e da Fecomércio, José Lino Sepulcri, oo superintendente do Sincades, Cézar Pinto, além de João Bosco, da ArcelorMittal, Ivan Tavares, da Roadcard, Luciano Vale, da Think Solutions, e Mário Santos, da Autotrac – todas essas quatro mantenedores do Transcares –, dentre outros convidados.
Conquista importante
O almoço desta quarta foi realizado dentro da pontualidade inglesa. E todo o cuidado tinha um motivo: às 14 horas, Casagrande sancionaria a lei que reformula as regras tributárias de cobrança de multas de empresas por descumprimento das chamadas obrigações acessórias. A nova legislação estabelece que multas aplicadas pelo Fisco Estadual por atrasos em declarações sejam reduzidas ou extintas. Essas obrigações acessórias são documentos, como declarações mensais, trimestrais e anuais, em que constam informações sobre a empresa.
Ao chamar o governador para a palestra, Furtunato fez questão de agradecer publicamente pela sanção da lei, uma reivindicação do segmento bastante debatida no GTFaz, Grupo de Trabalho coordenado pela Fecomércio.
“Multa acessória é resultante de um erro burocrático, não tem a ver com sonegação. Que agradecer ao govenador, por ter entendido essa dor do segmento, que desde de 2015 vem operando em águas turbulentas, acolhido o nosso pleito e sancionado a lei”, disse.
Ao justificar a novidade, Casagrande citou a desburocratização. “Nosso objetivo é desburocratizar os processos através da modernização da legislação e, assim, contribuir para a melhoraria do ambiente de negócios no Espírito Santo”.
Momento de cautela
Ao falar sobre o momento econômico atual, Renato Casagrande disse estar “adotando a cautela”. Comparando o início de 2019 com o início de 2020, ele defendeu que havia uma expectativa mais positiva no primeiro trimestre do ano passado. E justificou seu posicionamento.
“Tínhamos um governo federal recém-empossado, que naturalmente proporcionavauma nova perspectiva, achávamos naquele momento que as reformas andariam mais rápidas e não estávamos vivendo sob a sombra do coronavírus”, enumerou.
Mas o ano de 2020 chegou comprovando obaixo crescimento em 2019, a demora na apresentação das reformas, a crise do petróleo, o coronavírus e as fortes chuvas que devastaram muitas regiões do País. “É um cenário desafiador”, destacou.
Estado organizado
Renato Casagrande não deixou de destacar a característica que diferencia o Espírito Santo no cenário nacional: o fato de ser um Estado organizado. “Temos uma história de gestão fiscal responsável, conseguimos responder as demandas emergenciais e possuímos também uma relação institucional equilibrada”.
Ele citou ainda o Fundo Soberano, que recebe recursos provenientes da exploração da produção de petróleo e gás natural, e que serão investidos em empreendimentos estratégicos, visando o futuro do Espírito Santo.
Infraestrutura e competitividade
No entanto, ele citou o “vácuo” de investimentos em infraestrutura que marcou os últimos quatro anos do Estado. Ele defende que apesar da crise, era preciso um olhar atento para o assunto. “Somos um Estado pequeno, de quatro milhões de habitantes, e sempre seremos assim. Nunca seremos um centro consumidor. Então, precisamos ser um dos estados mais eficientes do Brasil, precisamos nos comunicar com o País e com o mundo. A nosso favor, temos um ambiente propício para as empresas se instalaram e distribuírem seus produtos”.
Casagrande destacou, ainda, a necessidade de cada estado fazer a sua parte no que diz respeito a melhorar sua infraestrutura, e não jogar as suas expectativas no governo federal. “Infraestrutura é sinônimo de estado competitivo e atende o coração do setor de transportes”.
No entanto, sinalizou, não adianta falar em desenvolvimento, competitividade e infraestrutura sem falar em educação, que forma a mão de obra qualificada. O governador elencou educação, inovação e formação profissional com pilares de sustentação e falou sobre a necessidade de “trabalhar um Estado justo”, que ofereça segurança, saúde, assistência social e políticas públicas.
“Estamos aqui para trabalhar, dialogar e fazer parcerias com o setor privado, e a mensagem final que deixo é a seguinte: podemos manter nossa excelência na gestão pública, mas precisamos nos inserir nos mercados nacional e internacional. Portugal conseguiu isso, Singapura e Holanda também conseguiram se tornar competitivos adotando políticas públicas corretas. Lidamos com problemas que não estão em nossas mãos. A atividade petroleira reduziu muito no Estado, a Vale ainda sofre os impactos das tragédias de Mariana e Brumadinho, o mercado do aço não está estável. Diante disso, além de cautela para lidar com o dinheiro público, precisamos de audácia para pensar diferente”.
Prato da Boa Lembrança
Nesta primeiro edição do Almoço Executivo 2020,, além de Renato Casagrande, também ganharam o Prato da Boa Lembrança o subsecretário de Estado de Fazenda, Sérgio Ricardo, João Bosco, da ArcelorMittal, e José Lino Sepulcri, da Fecomércio.