Sem respaldo popular e com a economia patinando, o presidente Michel Temer pretende até o fim do ano inaugurar 12 obras e assinar ordem de serviço de outros três empreendimentos. Conforme apurou o Valor, o novo pacote do governo foi batizado de “Programa Chave de Ouro” e exigirá R$ 383,5 milhões até dezembro.
Caberá ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, coordenar o programa. Durante todas as discussões recentes do Orçamento, já havia a ordem de Temer de buscar obras que pudessem ser concluídas para que servissem como “registro de legado”. Na lista apresentada está, por exemplo, uma antiga promessa de inaugurar uma segunda ponte sobre o Rio Grande do Sul. Ambos gaúchos, Padilha e Marun estiveram no canteiro de obras da ponte em setembro e lá reforçaram o compromisso de entregá-la até dezembro. Pela previsão feita, seriam necessários para o empreendimento recursos de R$ 60 milhões que viriam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Da lista, duas obras exigem recursos de R$ 100 milhões para serem inauguradas até o fim do ano: o Cinturão das Águas no Ceará, com recursos oriundos do PAC. O empreendimento vai receber a água do Eixo Norte do projeto de integração do Rio São Francisco.
No Centro-Oeste, o governo planeja recursos para o Pronto-Socorro Hospital de Cuiabá (MT). Nesse, o governo ainda avalia de onde virão os R$ 100 milhões demandados. Ainda no Estado, o PAC também garantiria recursos para a pavimentação com concreto de parte da rodovia BR-163, entre Cuiabá e Jaciara (a leste da capital mato-grossense). Nesse caso, seriam necessários R$ 40 milhões.
Ao menos sete empreendimentos que estão com os recursos orçamentários já resolvidos. É o caso da Linha de Transmissão de Manaus/Boa Vista, que Temer pretende assinar a ordem de serviço ainda este ano. A previsão é que tanto as inaugurações como as assinaturas das ordens de serviço aconteçam depois do período eleitoral: entre 26 de novembro e 21 de dezembro.
