O Blog do Caminhoneiro conversou com Roberto Mira Junior, Diretor Geral do Grupo Mira, especializado em transporte de cargas fracionadas e encomendas, coletadas no Sul e Sudeste e entregues no Centro-Oeste e Norte do país. De acordo com o executivo, apesar dos desafios impostos pela pandemia no decorrer dos últimos anos, a empresa conseguiu manter o ritmo de crescimento e os investimentos.
“Nosso perfil de cargas é um perfil de alto valor agregado, no qual hoje 30% é medicamento. Com o surgimento da pandemia, acabamos transportando mais medicamentos, e crescemos de acordo com o previsto, não parando um minuto”, disse Roberto.
Nos últimos anos, a empresa vem investindo em ampliação das operações. Historicamente, a principal rota da empresa eram cargas destinadas à região Centro-Oeste. Há cerca de quatro anos, foi criada a primeira filial na região Norte, em Belém do Pará.
A principal motivação para ampliar a operação própria para a região é que anteriormente as entregas eram realizadas por parceiros, que acabavam não entregando a qualidade esperada pelos clientes do Grupo Mira. Atualmente, a empresa está operando em um novo prédio, de 4 mil m², e segue para ampliação também para Manaus.
Na capital do Amazonas, a empresa decidiu pela abertura no ano passado, e a operação deve ser iniciada nos próximos dias. Também, com a demanda dos clientes, foram criadas filiais em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Vitória, no Espírito Santo.
Além do investimento em filiais e ampliação dos serviços, o Grupo Mira também investe em frota. Mas vê dificuldades com os prazos de entrega e preços. Para o executivo, a demanda e valores dos veículos novos devem ser reduzidos no próximo ano, após a eleição presidencial.
“Eu falei com uma montadora, eles deram quatro meses, cinco meses para entregar um caminhão. Isso fica inviável. Comprar um caminhão 6×4 para engatar em um bitrem você paga 1 milhão de Reais. A gente acha que até o ano que vem isso se estabiliza”, destacou o diretor.
Contratação e treinamento
Para acompanhar esse grande crescimento de demanda, a empresa também investe em treinamento e na contratação de novos colaboradores, especialmente motoristas para a frota que segue em crescimento, mas já nota um movimento de redução da oferta de profissionais qualificados no setor.
Roberto Mira Junior destaca que a empresa vê que os próprios motoristas gostam da profissão, mas incentivam os filhos a procurarem outros caminhos.
“Eu tenho motoristas antigos aqui, e eles falam que trabalham como motorista porque gostam, mas não querem os filhos na mesma profissão. Eles querem que os filhos estudem. A mão de obra para esse setor está ficando escassa”, pontuou.
A empresa ainda não possui uma programa de treinamento para motoristas jovens, que ainda não tenham experiência na profissão, mas isso já é planejado.
“Estamos estudando um programa para desenvolver jovens motoristas. Temos isso no papel, mas ainda não colocamos na prática”.
O executivo disse que a empresa realiza treinamentos com a Fabet, com os motoristas que já trabalham na empresa, e que contrata com maior facilidade os motoristas treinados por essa e outras escolas de motoristas.
“Saindo da Fabet, fica muito mais fácil a contratação. Estamos contratando motoristas próprios e agregados, sempre precisando de mais pessoas para as nossas operações”, finalizou o executivo.
43 anos de história
Fundada em 1978 pelo empreendedor Roberto Mira, a Mira Transportes percorreu seu caminho com a oferta de serviços de transporte de cargas e encomendas. Hoje, a companhia atende clientes dos mais diversos segmentos e é líder nas operações de transporte de cargas fracionadas e integração entre as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte.