Com a presença do presidente da República do Paraguai Horacio Cartes, foi reinaugurado ontem (20) o porto de Concepción, cidade paraguaia localizada a 220 km de Ponta Porã (MS). A estrutura já recebeu investimento de 7,5 milhões de dólares e a meta é chegar a US$ 12 milhões nos próximos três anos.
A reativação da estrutura portuária, concretizada por iniciativa de um consórcio de empresas paraguaias em parceria com o governo daquele país, faz parte do projeto de tornar a hidrovia Paraguai-Paraná um novo corredor para a soja produzida em Mato Grosso do Sul.
Representantes políticos e empresariais sul-mato-grossenses participaram da inauguração, entre eles o secretário estadual de Infraestrutura Marcelo Migliori e o presidente do Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte RODOVIáRIO de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul) Cláudio Cavol.
“É um dia histórico, graças a essas empresas que foram premiadas com este porto e que fazem de Concepción um centro de logística na América do Sul. Para nós, este é um grande desafio porque antes estava em ruínas”, disse o prefeito de Concepción Alejandro Urbieta, durante a inauguração, hoje de manhã.
Falta estrutura – Apesar do entusiasmo com a reativação do porto, que abre um novo caminho para o escoamento da soja produzida em Mato Grosso do Sul, especialmente para compradores da Argentina, o sucesso do corredor Paraguai-Paraná depende de medidas urgentes, principalmente do lado brasileiro.
A falta de estrutura da Receita Federal em Ponta Porã é um dos principais entraves. Mesmo antes da abertura do novo corredor, a aduana enfrenta superlotação de caminhões aguardando liberação. Quando as cargas de soja começarem a chegar à cidade com destino ao porto paraguaio, a situação vai se agravar.
Ao Campo Grande News, Cláudio Cavol disse que a presença de Horácio Cartes no ato de ontem demonstra a importância do porto para o Paraguai, principalmente para a região norte do país, vizinha de Mato Grosso do Sul.
Segundo ele, o desenvolvimento econômico do Paraguai interessa diretamente a Mato Grosso do Sul. “Quanto melhor estiver o Paraguai, melhor será para nosso Estado, que poderá vender seus produtos e comprar deste país irmão. O empresário e a população como um todo precisam olhar com mais carinho para este país”.
Cavol apontou a falta de estrutura como o principal problema para a concretização do projeto e vê mais interesse do governo paraguaio em buscar soluções. “De todas as dificuldades que ainda existem devido à burocracia a principal delas é a situação das aduanas do Paraguai e do Brasil. Por parte do Paraguai, eles estão mais ágeis em resolver esse problema. Esperamos que a Receita Federal do Brasil olhe com mais carinho para as dificuldades que a aduana de Ponta Porã enfrenta”.
Congestionamento – Segundo ele, atualmente existe engarrafamento de caminhões em frente ao posto da Receita Federal em Ponta Porã, o que tem atrasado em vários dias a liberação das cargas tanto de importação quanto de exportação.
“O ideal é que as aduanas das duas cidades fossem interligadas no mesmo espaço físico e assim as cargas e turistas teriam uma liberação muito mais rápida”, afirmou.
Outro entrave que precisa ser resolvido é a liberação da circulação de caminhões bitrens no trecho da Ruta 5 de Pedro Juan Caballero até Concepción. O governo paraguaio chegou a liberar o tráfego desses caminhões, mas há duas semanas os caminhoneiros paraguaios fizeram uma greve geral que afetou o abastecimento de alimentos e combustíveis do país.
Pressionado, o governo Cartes recuou e suspendeu a medida. Atualmente apenas caminhões comuns, tanto brasi