Tecnologia e inovação: Startup de gestão de combustíveis está impactando o setor que vem sofrendo com consecutivos aumentos no preço
O mercado de startups no Brasil segue batendo recordes e expandindo sua abrangência. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, de 2015 até 2019, o número de empresas desse modelo saltou de uma média de 4.100 para 12.700, representando um aumento de cerca de 207%. Atualmente, o número é de 14.065 e esse modelo de negócio só tende a crescer justamente por seu viés de inovação, escalabilidade, flexibilidade e principalmente por desenvolver soluções personalizadas para grandes setores e empresas.
Além disso, o perfil dos empreendedores do país está mudando: a vontade de abrir o próprio negócio está surgindo mais cedo. É o que mostra um levantamento da empresa HeroSpark, plataforma que auxilia empreendedores digitais, em que 24% dos jovens das classes A, B e C, com até 30 anos, são empreendedores e 60% querem ter um negócio próprio no futuro.
Foi por conta dessa vontade de empreender que aos 28 anos, Ricardo Lerner fundou o Gasola, uma startup que através de uma plataforma, conecta empresas que possuem frota a postos de combustível, permitindo uma relação comercial direta, oferecendo gestão e segurança na hora do abastecimento.
As startups surgem, na maioria das vezes, como uma solução para desafios no mundo empresarial. Seus principais atributos são a tecnologia e a inovação, em conjunto, ambas são o diferencial que uma empresa neste estilo carrega. De acordo com Ricardo, “é importante estar próximo das mudanças que os cenários em constante transformação exigem. É necessário acompanhar as necessidades, demandas e desenvolver soluções que agreguem de forma objetiva e tragam facilidades para as empresas.”
Apesar do crescente índice de novas Startups no mercado, a vida útil delas ainda é um desafio. Segundo um estudo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, pelo menos 25% das startups morrem em um período menor que 1 ano, e 50% morrem em um período menor do que 4 anos. Além disso, 70% delas faturam menos de R$50 mil por ano. “Empreender é um cenário bem complexo… já vi excelentes empreendedores com ótimos projetos que não deram certo. Acredito que a qualidade/diversidade do time, o potencial do mercado e momento dele são os principais fatores que impulsionam uma startup.” pontua Ricardo.
Antes de surgir a ideia de criação do Gasola, Ricardo trabalhava em uma grande empresa brasileira que tinha seu próprio sistema de logística, foi a experiência desta área que fez o CEO querer mudar de vida e empreender. “Começar um negócio do zero não é fácil. Exige muita disciplina e resiliência. No início, a cada cem pessoas que você entra em contato, apenas uma vai te dar atenção para entender o modelo que está sendo criado”, explica.
A ideia de criar uma startup que solucione o principal gasto das transportadoras, e ao mesmo tempo favoreça os postos, foi uma forma de agilizar os serviços para ambos os lados, já que, de acordo com dados do Departamento de Custos Operacionais da NTC&Logística – DECOPE, o diesel é hoje responsável por até 35% dos custos operacionais do transporte.
“Optamos por atuar nesse setor por perceber que o maior custo das transportadoras é o combustível, sendo um problema que todos viviam e como também tínhamos muita consciência do mercado, decidimos agilizar o desenvolvimento dessa solução. Atualmente, nossa plataforma gera às transportadoras, um desconto médio de R$ 0,22 por litro.” comenta, Lerner.
Desde sua criação, em janeiro de 2020, o Gasola já teve um crescimento de 500%. A empresa fechou dezembro de 2021 transacionando R$275 milhões e tem como objetivo fechar 2022 com mais de 1 bilhão de reais transacionados ao longo do ano. Dentro da gestão de combustíveis, a startup foi ocupando o lugar da concorrência e ganhando espaço entre as principais formas de pagamento entre as transportadoras e os postos.
“Sempre levamos muito a sério o desenvolvimento conjunto com os nossos parceiros. Hoje, atuamos em 700 postos espalhados pela Brasil, 175 transportadoras e transacionamos cerca de R$30 milhões mensais em combustível, em todos os tipos de veículo” finaliza, Ricardo.