A vida na estrada é cheia de desafios e dificuldades. Todos os dias os caminhoneiros precisam enfrentar uma série de problemas para finalizar cada entrega, mas alguns desses problemas podem ser notados só com o passar dos anos. É o caso dos efeitos do sol sobre a pele dos motoristas de caminhão.
Geralmente, os caminhoneiro trabalham com a maior parte do corpo protegido do sol, graças ao teto do veículo, mas, especialmente o lado esquerdo do corpo, que fica próximo à janela da porta do motorista, pode sofrer de dermatoheliosis unilateral, conhecida também como fotoenvelhecimento, que é o resultado do ataque dos raios solares do tipo UVA sobre a pele, causando um engrossamento e enrugamento acelerado na região afetada.
Para o motorista da imagem que abre esse texto, com 69 anos na época, esses danos ficaram muito visíveis. Ele trabalhou durante 28 anos como caminhoneiro, até 2012, quando sua condição foi estudada por cientistas da Universidade Northwestern, em Chicago.
No lado esquerdo do rosto, ele parece estar bem mais velho do que no lado direito, mostrando que o sol causa um efeito de envelhecimento muito mais rápido. As radiações UVA e UVB são produzidas sem parar pelo sol, e podem atacar a pele mesmo em dia nublados. São elas as responsáveis pela produção da vitamina D no corpo humano, além de bronzeamento e queimaduras, também podendo desencadear mudanças no DNA das células da pele, causando alguns tipos de câncer, ou, como no caso do caminhoneiro da imagem, alterar a estrutura das fibras elásticas da pele.
Para os pesquisadores que estudaram esse caso, a imagem vale mais que mil palavras, destacando a importância do uso de proteção contra o sol.
“A mensagem clara para o resto da comunidade médica e para o mundo é que o sol acelera muito o processo de envelhecimento e também é um carcinógeno completo. O comportamento de evitar o sol, o uso de equipamentos de proteção solar e protetores solares UVA e UVB são incentivados não apenas por razões estéticas, mas também para prevenção do câncer”, disse Joaquin Brieva, professor de dermatologia da Universidade Northwestern.
E é bom destacar que, em caso de qualquer alteração na pele, como manchas, áreas sem sensibilidade e outros, devem acender um sinal de alerta. Nesses casos, o melhor é procurar um médico o mais rápido possível.