Caso cresça 7,1% neste ano, desempenho da economia paulista será bem melhor do que o esperado para toda a economia brasileira
Com os resultados aferidos até abril e os estimados até maio, a Fundação Seade projeta expansão de 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo neste ano. Se confirmado, o desempenho da economia paulista será bem melhor do que o esperado para toda a economia brasileira, que deve crescer cerca de 5%.
Entre março e abril, o PIB paulista cresceu 0,5%, com o que o resultado dos quatro primeiros meses do ano é 9,2% maior do que o de igual período de 2020. Já o PIB acumulado de 12 meses até abril cresceu 3,9%, mantendo os ganhos de velocidade que se observam desde novembro do ano passado.
O resultado de maio, apurado com base em estatísticas preliminares, mostra queda de 0,1% em relação a abril, mas o acumulado de 12 meses voltou a crescer, alcançando 6,0%.
Nas projeções para todo o ano, a Fundação Seade observa que o comportamento da indústria tem sido comparável ao do setor de serviços, com expansão anualizada (até abril) de mais de 4%. Entre os fatores que impulsionam a produção industrial é citada a recomposição de estoques.
Na avaliação dos economistas da Fundação Seade, os aspectos favoráveis ao crescimento continuam a se impor às tensões e incertezas, o que justifica projeções mais otimistas para a economia do Estado de São Paulo neste ano.
Entre os fatores positivos é citada a rápida recuperação da economia mundial, o que estimula as exportações. Até abril, as vendas externas do Estado haviam crescido 19,3% em relação às de igual período de 2020. O crescimento da indústria, que ganha corpo com a recuperação de segmentos importantes, que impulsionam uma cadeia extensa, é outro fator positivo. Igualmente os juros, que ainda são baixos em termos reais, ajudam os investimentos e o consumo.
Mas há fatores que preocupam ou podem vir a preocupar, se persistirem nos próximos meses. Um deles é a inflação. Além da corrosão do poder de compra no momento, “uma preocupação reside na inércia que começa a ser gerada para o futuro, tornando o processo menos transitório do que inicialmente esperado”, adverte o estudo.
A evolução do mercado de trabalho é outro motivo de cautela. O número de pessoas ocupadas no Estado diminuiu em 1,8 milhão entre o primeiro trimestre do ano passado e o deste.