O presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou na semana passada, na Bolívia, a construção de um novo porto em Ilo, no sul do país, para apoiar o comércio por um futuro corredor ferroviário que una os oceanos Pacífico e Atlântico.
“Temos que fazer um novo terminal portuário, porque a carga que viria de trem não poderia ser atendida pelo atual terminal e, por isso, estamos investindo com recursos diretos do Ministério dos Transportes”, disse Vizcarra durante reunião com Evo Morales, na cidade boliviana de Cobija, extremo norte do país.
O governador peruano disse – citado pela agência de notícias ABI – que “esse terminal não seria suficiente em médio e longo prazo”.
A princípio, a Bolívia procura construir uma linha férrea de 3.700 quilômetros que ligue os portos peruanos de Ilo, no Pacífico, com o brasileiro de Santos, no Atlântico, cruzando o território boliviano.
Ilo fica a cerca de 1.000 quilômetros ao sul de Lima, e Santos a 60 km de São Paulo.
O presidente peruano disse que “temos que continuar pensando no corredor ferroviário que será um eixo que não beneficiará só o Peru e a Bolívia, mas, como afirmaram, Brasil, Paraguai e Uruguai, que estão interessados nesse grande eixo de integração”.
Seu homólogo boliviano Morales disse que “Ilo vai ser um ponto estratégico, teremos um megaporto de importação e exportação, milhões de produtos vão passar por lá (…) É o maior projeto de integração física territorial do século XXI” na região.
Morales lançou a ideia em 2016 como uma alternativa de baixo custo para um projeto ferroviário chinês de 2015, que ligaria os portos no norte do Peru e do Brasil através da Amazônia ao longo de 8.000 km.