RESUMO
Palavras-chave: logística; compartilhamento; frete; economia compartilhada; carga; ociosidade; compartilhamento de veículo.
O transporte no Brasil, há anos, encontra-se em desequilíbrio, o que faz o custo logístico do país ser um dos mais ineficientes e caros do mundo. Isso se deve ao foco nos investimentos em apenas um dos modais de transporte no último século, o modal RODOVIáRIO, que concentra mais de 60% do volume de cargas que circulam no país. Mesmo sendo priorizado por todo esse tempo, o setor de transporte rodoviário de cargas vem sofrendo com a ociosidade dos veículos e com o alto custo para manter rotas com poucas demandas ativas. A busca por um melhor aproveitamento dos veículos de carga e pela redução de custos operacionais vem, cada vez mais, sendo debatida, pois, no cenário volátil de hoje, mais do que acompanhar tendências, as empresas precisam se manter competitivas. Um dos maiores movimentos do mercado atual chama-se economia compartilhada, que é o compartilhamento de recursos para gerar economia de escala. Esse estudo apresenta bases conceituais no que diz respeito à relação do transporte rodoviário de cargas com essas novas tendências, traçando um paralelo entre o que há de mais estudado em gestão e estratégia empresarial com conceitos de economia compartilhada. Por meio de pesquisas qualitativas, entrevistas e benchmarking, este trabalho buscou entender se existe uma ociosidade representativa de espaços em veículos rodoviários de carga, e se há o interesse em compartilhá-los por parte das empresas. Assim, foi possível entender como as empresas de transporte rodoviário de cargas lidam com o compartilhamento de espaço ocioso em seus veículos de carga, e apresentar um modelo conceitual de uma plataforma digital que interliga negócios de compra e venda de espaços ociosos em veículos de carga.
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
Há anos, no Brasil, o sistema de transportes encontra-se desequilibrado, caro e ineficiente, se comparado à realidade de outros países desenvolvidos. Esse fato remonta ao ciclo de industrialização do país, que começa no período pós-crise (1929), e termina em meados dos anos 80, período no qual se optou pelo investimento na expansão da malha rodoviária e incentivo à indústria automobilística em detrimento da modernização e expansão das ferrovias e da navegação por cabotagem.
Esse foco em apenas um dos modais de transporte trouxe consequências, concentrando mais de 60% das cargas no modal rodoviário, o que causou uso intenso da malha rodoviária e consequente deterioração da mesma, além de tornar a economia perigosamente dependente de apenas um modal de transporte. Passado este primeiro ciclo de desenvolvimento, o país vem desde então num período de decrescente investimento em infraestrutura, mesmo havendo ainda expansão das frotas rodoviárias de cargas e passageiros. Dessa forma, hoje temos uma infraestrutura precária que bate de frente com a necessidade de serviços logísticos mais eficientes, confiáveis e sofisticados, conforme Wanke (2010).
O setor do transporte rodoviário de cargas (TRC) vem sofrendo com a ociosidade dos veículos e o custo alto para manter rotas com poucas demandas ativas. No mercado atual, uma das grandes tendências chama-se economia compartilhada, que é o compartilhamento de recursos para gerar economia de escala. No TRC essa tendência ainda é tímida, porém a busca por melhor aproveitamento dos veículos de carga e redução de custos operacionais vem, cada vez mais, sendo debatida, pois, no cenário volátil de hoje mais do que acompanhar tendências, é preciso manter-se competitivo.
Utilizando a revisão bibliográfica, trouxemos nesse estudo as bases conceituais no que diz respeito ao transporte rodoviário de cargas como um todo. Os principais pontos abordados falam sobre as relações entre processos logísticos, gestão da cadeia de suprimentos, gestão de frotas, custos, parcerias estratégicas e conceitos sobre organizações exponenciais, traçando um paralelo entre as possibilidades de interação do que há de mais atual em termos de gestão empresarial com os métodos clássicos, mas não menos importantes, da administração empresarial moderna.
Por meio de pesquisas qualitativas, entrevistas e benchmarking, este trabalho buscou entender se existe uma ociosidade representativa de espaços em veículos rodoviários de cargas e se, nesse caso, há o interesse de compartilhá-los por parte das empresas de transporte rodoviário de cargas e setores de logística de empresas de referência no mercado. Nesse sentido, o objetivo do estudo foi entender como as empresas de transporte rodoviário de cargas lidam atualmente com o compartilhamento de espaço ocioso em seus veículos de cargas, e apresentar um modelo conceitual de uma plataforma digital que interliga negócios de compra e venda de espaços ociosos em veículos de carga.
Os resultados encontrados nessas pesquisas mostram um quadro da situação atual e, mais do que isso, fornecem uma rica fonte de dados que possibilita uma análise interessante sobre como o transporte rodoviário de cargas pode ser ainda melhor utilizado, gerando menor impacto na infraestrutura viária e maior rentabilidade para as empresas.
1.2 PROBLEMA
As empresas de transporte operam, hoje, em muitas linhas e rotas de transporte com espaço de lotação de carga ocioso, isto é, veículos rodam parcialmente vazios em determinadas rotas, sem a completude do peso e/ou volume de suas caixas de carga. Ainda não está completamente compreendido como seria possível resolver esse problema que gera aumento de custos e perda de produtividade. Existe, portanto, uma necessidade de equacionar o problema de veículos trafegando com ociosidade de cargas e, por isso, precisamos entender se as empresas de transporte de cargas estariam aptas a compartilhar seus espaços vazios e suas cargas incompletas com veículos de outras empresas através de uma plataforma digital, a fim para diminuir custos com transporte de cargas em rotas com espaço ocioso.
1.3 JUSTIFICATIVA
Existe, na maioria das empresas de transporte, ociosidade de espaço e peso nas caixas de carga dos seus veículos em determinadas rotas. Isso acontece porque existem demandas de clientes em rotas específicas, mas a demanda não completa a lotação de um veículo de carga, e tampouco pode ser desativada por baixa demanda, pois é necessário atender o cliente. Da mesma forma, existem demandas não atendidas de clientes por estas não completarem um mínimo necessário para justificar a abertura de uma rota. Devido a isso, as empresas de transporte são obrigadas a (1) cobrar tarifas mais elevadas a fim de cobrir o alto custo da ociosidade, (2) operar com a lucratividade prejudicada pela ociosidade, (3) desativar rotas improdutivas e/ou sem lucratividade (4) deixar de atender o cliente ou indicar outro prestador de serviço.
Esse estudo visa apontar uma solução para compartilhar os espaços ociosos nas caixas de carga otimizando o uso dos veículos de cargas em rotas com baixa demanda, reduzindo custos operacionais e gerando economia de escala. Para isso, propomos criar uma plataforma de compartilhamento de veículos de carga, que tem por finalidade conectar empresas que tenham veículos com espaços de carga ociosos com empresas que tem cargas em rotas onde não possuem veículos operando.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma plataforma digital que conecte empresas dispostas a comprar e vender espaços ociosos em veículos de carga, organizando demandas e ofertas, a fim de oferecer melhoria de processos, redução de custos e otimização do uso dos equipamentos.
1.4.2 Objetivos Específicos
– Mapear a situação do transporte de cargas no Brasil; – Identificar necessidades de mercado na logística compartilhada;
– Identificar práticas de sucesso no compartilhamento de veículos de carga; – Criar um modelo de plataforma digital voltada ao compartilhamento de veículos de carga.
1.5 HIPÓTESES DE PESQUISA/RELEVÂNCIA DO PROJETO
As hipóteses desse estudo baseiam-se nas investigações por pesquisa qualitativa e entrevistas, sendo esperado um resultado positivo, indicando que a solução desenvolvida no projeto tenha aplicabilidade e relevância para as empresas participantes do estudo. Temos:
(1) Hipótese: As pesquisas qualitativas e entrevistas apontem que existe um nível de espaços/peso ociosos nos veículos de carga.
(2) Hipótese: As pesquisas qualitativas e entrevistas apontem que existe o interesse por parte das empresas em negociar espaços ociosos em veículos de cargas.
Sendo positivo o resultado dessas hipóteses, teremos um direcionamento necessário para entendermos as variáveis que compõe as operações que o projeto visa ajudar a ser mais eficientes, tornando possível traçar o modelo conceitual da plataforma.
Segundo Gonçalves (2008), “espera-se que todo projeto de pesquisa traga uma contribuição acadêmica e científica para a sua área de conhecimento”. A relevância do projeto se dá nesse momento, quando conseguimos entender as necessidades de melhorias do mercado, e apresentamos um modelo que ajuda a aumentar a eficiência reduzindo o custo através de uma plataforma digital que entregue agilidade para a negociação de espaços ociosos em veículos de carga.
Esse projeto pode, também, completar lacunas no que diz respeito às pesquisas na área de compartilhamento de ativos e economia de escala, contribuindo, além disso, com soluções operacionalizáveis por meio do projeto que será proposto. Uma vez compreendido como pode funcionar modelo, é possível a transformação em produto, por meio de site na internet, aplicativo para telefones celulares, entre outras plataformas digitais.
2 A REALIDADE ATUAL DA EMPRESA
No Brasil, o maior volume de cargas é escoado pelo modal rodoviário. Considera-se que carga é todo o produto devidamente protegido por uma embalagem com características técnicas adequadas ao meio de transporte e economicamente viável, considerando-se, ainda, métodos de manuseio e estocagem que devem ocorrer entre sua origem e seu destino final, ou seja, o local exigido pelo contratante.
A carga pode se dividir em dois grandes blocos, carga geral que é transportada solta ou unitizada, e a granel, que são as líquidas, seca e gasosa conforme Correia (2013). A carga geral solta pode ser transportada avulsa, como um item do produto, ou como várias unidades do mesmo produto, devidamente embalado em caixas, pacotes, fardos, caixas, tambores, amarrados ou outras. A carga unitizada é o agrupamento das cargas solta, podendo ser do mesmo item ou não. A carga a granel é geralmente, formada pela matéria prima extraída pela natureza, produtos do reino animal, e produtos químicos, entre outros, segundo Correia (2013).
Ainda segundo Correia (2013), o transporte rodoviário de cargas (TRC) conta com uma forte presença de motoristas autônomos nos grandes centros. A categoria consegue oferecer um serviço razoável com custo menor do que o comum. O custo fixo de um veículo Truck (caminhão que tem o eixo duplo na carroceria, ou seja, dois eixos juntos) que carrega 12 t de carga é 17% menor, e o variável é em torno de 21%, se comparado ao de uma empresa de transportes.
Essa diferença é relacionada, principalmente, à menor incidência de impostos, fazendo com que o custo do frete por trecho operado seja mais baixo. O principal foco é conseguir efetuar o transporte com a carga de retorno já garantida; quando isso ocorre o frete fica mais barato, do contrário o motorista perde muito tempo procurando a carga de retorno, ou terá de viajar por determinado trecho até conseguir seu objetivo.
O TRC sofre com as más condições das estradas, como pode-se ver nas tabelas 1 e 2. A CNT (Confederação Nacional do Transportes), em seu boletim estatístico mensal, fez um levantamento das malhas viárias, da frota de veículos e da classificação dessas malhas viárias. Analisando os dados vê-se que 78,6% da malha viária ainda não é pavimentada e só 38,2% destas rodovias são consideradas boas ou ótimas. Isso aumenta a manutenção e depreciação dos veículos usados no TRC.
Tabela 1: Boletim estatístico de rodovias de abril de 2018
Fonte: CNT (2018).
Tabela 2: Estado geral das rodovias
Fonte: CNT (2018)
Observando e entendendo essas informações, é possível concluir que um sistema que utilize as metodologias corretas na operação das frotas, e tenha cuidado com o desempenho operacional e econômico, conectado a um sistema efetivo de controle, tem a tendência a proporcionar bons resultados nos negócios.
3 ANÁLISE DO SETOR
Segundo Barat (2007), o transporte rodoviário de cargas surge como esboço de uma nova alternativa no setor de transportes nos anos 30. No entanto, acaba recebendo investimentos e começando a se tornar viável a partir do pós-guerra (1945), com a forte expansão rodoviária nos Estados Unidos, suplantando tecnologicamente as ferrovias em vários tipos de cargas, principalmente a carga geral fracionada de produtos industriais. Os reflexos dessa mudança atingem o Brasil principalmente em suas regiões exportadoras, no momento em que já começava a degradação e desarticulação dos sistemas ferroviários e portuários, cujos ativos pertenciam às sociedades acionárias inglesas e europeias.
Com a consolidação do mercado interno se fez necessário o escoamento de bens industriais produzidos no país e, consequentemente, a expansão da fronteira agrícola visando fornecer o suprimento de alimentos e matérias primas para os centros urbanos-industriais em franco crescimento. Dessa forma, o surto de construção de malhas rodoviárias que aconteceu no Brasil foi devido a um conjunto complexo de fatores internacionais e nacionais, e acabou forçando uma substituição do transporte ferroviário e de cabotagem de maneira desordenada, muito mais rapidamente que nos Estados Unidos e outros países industrializados (BARAT, 2007).
A verdadeira ascensão do transporte rodoviário de cargas no Brasil se dá no período de 1945 a 1980, com a consolidação da indústria. No início desse período, já se esboçaram as tendências que, para Barat (2007), foram as três grandes mudanças estruturais do sistema de transportes brasileiro:
- a) substituição do transporte ferroviário e aquaviário pelo transporte rodoviário, contando este como mais moderno, ágil e flexível;
- b) substituição da lenha e carvão pelos derivados de petróleo;
- c) interligação das economias regionais pelo transporte rodoviário, unificando o mercado e ampliando uma economia de consumo de massa.
Portanto, no ciclo da industrialização do país o transporte rodoviário passou a ser o principal meio de suprimento de matérias primas e alimentos para atender a acelerada expansão urbana e industrial. Além disso, através da rodovia torna-se possível a distribuição de manufaturas produzidas nos polos a pontos mais remotos do território nacional. Foi nesse período que foram criadas as principais instituições e empresas nacionais que utilizam em grande volume o transporte rodoviário de cargas, como CSN, USIMINAS, Petrobras, Eletrobrás. Também foi criado o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, o BNDES, que na história recente foi importante influência no crescimento do TRC através de linhas de crédito a juros baixos para renovação e ampliação da frota de veículos de carga rodoviários. Segundo Barat (2007), no período mencionado, dois dos grandes estímulos ao desenvolvimento do setor foram a expansão da indústria automobilística, produzindo veículos modernos e com maior capacidade de carga, além do suprimento de derivados do petróleo com custos extremamente baixos, mais uma série de mecanismos de financiamento criados pelos governos que incentivavam as relações de consumo de combustíveis versus propriedade de veículos versus uso da infraestrutura viária. Conforme o gráfico 1 a seguir, é possível entender o crescimento do transporte rodoviário em face às ferrovias, transporte mais utilizado até então.
Gráfico 1: Evolução Rodovias x Ferrovias.
Fonte: BARAT (2007).
Após cem anos de crescimento contínuo (1880-1980) a economia brasileira sofreu uma prolongada estagnação de mais de duas décadas, apontando o esgotamento de um ciclo, porém sem terem sido criadas sólidas alternativas econômicas, institucionais e políticas. A partir dos anos 90, houve um abrupto processo de abertura do mercado interno, gerando consequências para a indústria e para a competitividade das exportações. As atividades de logística e transporte, após a grande expansão anterior, seguiram o quadro de estagnação, acompanhando as baixas taxas de crescimento do PIB. Assim, no período que compreende de 1980 a 2004, além da estagnação econômica sentia-se os primeiros impactos da globalização, podemos visualizar na figura 1.
Figura 1: Resumo da evolução da infraestrutura viária brasileira.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Atualmente, o mercado do transporte rodoviário de cargas vive uma crise após um período de alto investimento, onde a frota brasileira aumentou 23,33 milhões de unidades e forçou ainda mais a infraestrutura logística do país. Já nos últimos anos, enquanto o PIB do Brasil registrou queda de 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016, o PIB do transporte caiu 6,6% e 7,1% (CNT, 2017). Para melhor entender, veja o gráfico 2.
Gráfico 2: Variação acumulada PIB brasileiro X PIB transporte
Fonte: CNT (2017).
Na verdade, a crise econômica é a mais severa e prolongada da história do Brasil, atingindo a qualidade de vida da população e os níveis de atividade de produção, impactados principalmente pela taxa de inflação dos últimos anos, pelo desemprego e pela taxa de juros. Além disso, a redução dos investimentos em infraestrutura que remontam as últimas décadas versus o esgotamento da utilização dessa infraestrutura atinge o volume de serviços prestado, o comércio exterior, num cenário no qual a renda do trabalhador e o faturamento do empregador vem caindo.
Num cenário tão desfavorável, torna-se imprescindível a criatividade e o uso de novas técnicas para ganhar eficiência e competitividade. As empresas buscam hoje diversas alternativas para mitigar custos e melhorar a performance, e uma delas são as “soluções conectadas”. Nesse momento, estamos passando por grandes rupturas no modo de fazer o transporte, e desse modo é preciso estimular o desenvolvimento de novas ideias, que conectem o transporte rodoviário de cargas a novas realidades de mercado. Dessa forma, todos os dias surgem várias ideias de melhoria para fazer o transporte mais moderno, sofisticado e com alternativas tecnológicas que o tornem mais eficiente (GONÇALVES, 2018).
Neste trabalho, através de pesquisa quantitativa realizada com empresas do Sudeste do Brasil, colhemos dados interessantes de serem analisados no que diz respeito a situação atual do setor e entender a questão levantada sobre a ociosidade de espaços em veículos rodoviários de cargas. Ao analisar os dados da pesquisa sobre o volume de faturamento anual das empresas, é possível observar que o valor de faturamento médio ultrapassa os R$ 2 MI em quase 70% delas, conforme gráfico 3.
Gráfico 3: Faturamento das empresas participantes pesquisa
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
A partir desse dado, outra informação representada no quadro abaixo demonstra o índice de utilização de veículos próprios e frotas terceirizadas dentro das organizações, conforme gráfico 4.
Gráfico 4: Proporção da frota própria x terceirizada
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Podemos observar que em cerca de 75% das empresas a estratégia está ligada à utilização de veículos terceirizados para o complemento das suas frotas. Existem casos em que esse índice é de 100%, mais precisamente em 5% das empresas entrevistadas.
A circulação desses veículos próprios e terceiros na malha rodoviária é de grande importância para o desenvolvimento nacional. A capacidade de utilização dos espaços nos veículos está ligada ao índice de faturamento e consumo das empresas. No gráfico 5 a seguir é possível identificar essas informações.
Gráfico 5: Viagem com veículo ocioso
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
É possível observar que 77% das empresas transitam com espaço ocioso. Pelo que se pode observar, não é habitual as empresas formarem parcerias para reduzir esse índice como mostra o próximo quadro, onde cerca de 70% não compartilha o espaço ocioso, conforme gráfico 6.
Gráfico 6: Compartilhamento espaço ocioso em veículos em rota
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
A pesquisa mostra que em média 31% das empresas são adeptas ao compartilhamento de espaço ocioso. Ainda assim, o próximo quadro mostra como as empresas utilizam essa estratégia, conforme gráfico 7.
Gráfico 7: Compartilhamento x Volume total embarcado
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Cerca de apenas 35% das empresas compartilham seus espaços ociosos em até 80% das suas capacidades. A frequência do compartilhamento também foi abordada na pesquisa, e em cerca de 47% das empresas o índice é superior a 10 vezes mensais, conforme apresentado no gráfico 8.
Gráfico 8: Frequência mensal de compartilhamento
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Outro tópico que é abordado na pesquisa é quais as estratégias as empresas adotam para administrar as viagens ociosas, expressadas no gráfico 9.
Gráfico 9: Estratégia para administrar viagens com espaço ocioso
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Cerca de 46% das empresas operam estrategicamente com o intuito de se adequar a situação, ou montar parceria para evitar o trânsito de veículos ociosos, 11% repassam o custo aos clientes, enquanto 40% não possuem nenhuma estratégia lidar com esse tipo de situação.
Questionou-se também aos participantes avaliar melhorias na estruturação do mercado de logística compartilhada, pois estas poderiam fomentar o aumento na utilização da estratégia, resultado apresentado no gráfico 10.
Gráfico 10: Mercado estruturado proporciona uma maior utilização na estratégia
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
O resultado mostra que essa possível estruturação é encarada como fator positivo pelas empresas, 54% afirmam que seriam adeptas à estratégia, enquanto 33% demonstram interesse em aderir.
Outro questionamento está relacionado às oportunidades de negócios que não são efetivadas pelo fato de não haver atendimento em uma região específica, conforme gráfico 11.
Gráfico 11: Oferta de volume de cargas em rotas não atendidas
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
O quadro mostra que 77% das empresas recebem oferta de cargas de forma frequente ou esporadicamente. Essa informação é relevante, pois demonstra o quanto as empresas deveriam encontrar formas para absorver essas ofertas e transformar em negócio para gerar receita e lucro.
Não atender uma determinada região é também uma das estratégias das empresas. Muitas vezes uma região é atendida por intermédio de parcerias, para utilizar veículos e estruturas.
Gráfico 12: Compartilhamento de armazéns
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
No gráfico 12 acima é possível identificar que 66% das empresas não compartilham seus armazéns. Mostrando assim, que essa forma de parceria deve ser melhor desenvolvida e disseminada entre as empresas. Isso para melhor compreender se o que está sendo feito tem resultado positivo ou negativo, ou até mesmo se há como alavancar a receita com essa forma de negócio.
Buscando entender junto aos entrevistados de forma sucinta a possibilidade de compartilhar seus ativos, o resultado é apresentado no próximo gráfico 13
Gráfico 13: Compartilhamento de ativos
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Demonstrou-se que 76% das empresas apontaram ser viável o compartilhamento de ativos, isso mostra que uma mudança ou a apresentação de uma solução terá grande chance de ser aderida pelos transportadores.
As empresas que responderam não ser viável esse tipo de parceria identificaram os seguintes pontos como relevantes para rejeição, conforme gráfico 14.
Gráfico 14: Pontos relevantes para rejeição
Fonte: Questionário aplicado pelo autor, 2018.
Para 38% das organizações a confiabilidade é o principal fator que impedirá o compartilhamento. A burocracia foi o segundo ponto mais citado com 23%, e com 15% a estratégia e concorrência conflitante são apontadas como fatores impeditivos.
Sendo assim, podemos afirmar que existe uma ociosidade relevante de espaços em veículos de carga, e que as empresas têm interesse em otimizar esses espaços por meio de estratégias de compartilhamento. No entanto, é notório que não há um modelo bem definido ainda, ou uma solução que tenha se apresentado eficaz para o problema. Em outras palavras, não existe uma plataforma, nem um modelo de serviço que atenda essa demanda no momento atual. Esse fato examinado na pesquisa reforça a hipótese da existência da lacuna de ociosidade em veículos rodoviários de carga, e a relevância de apresentar uma alternativa de solução para o problema desse estudo.
4 MODELO CONCEITUAL
As empresas sofrem com perdas geradas pela ociosidade de sua frota em trânsito, ociosidade esta decorrente da capacidade normal não utilizada, ou seja, da capacidade nominal que representa um potencial produtivo instalado, mas não utilizado. Identificamos, por meio das entrevistas, que, não havendo uma intervenção com adoção de novos processos e tecnologias, a tendência é a acumulação de prejuízos ou perda de valor do negócio, sendo o desperdício de capacidade algo irrecuperável.
O estudo ajuda na identificação do modelo ideal para operacionalizar-se no setor rodoviário de cargas, ou seja, conseguir que as empresas explorem a capacidade máxima de seus equipamentos e recursos, gerando rentabilidade e administrando seus custos e despesas de forma eficiente. É preciso viajar com ociosidade zero nos percursos ou computar essa improdutividade no preço do frete, algo que fica cada vez mais improvável fazer, devido a busca pela economia de escala e da grande concorrência no setor.
O resultado de uma empresa é gerado por sua operação e administração de gastos. Por isso, mensurar sua eficiência é de extrema importância para que a estratégia do setor comercial e de custos estejam sempre voltadas para o pleno resultado, no entanto é possível observar que esta ociosidade existe em um grande número de empresas e que em sua maioria não há um planejamento estratégico adequado para trabalhar este problema. O quadro 3 faz um comparativo entre as organizações selecionadas para fazer o estudo de benchmarking e as que participaram da pesquisa.
Na pesquisa realizada com 54 empresas do setor, dentre ela pequenas, médias e grandes, foi identificado que 76% veem o compartilhamento de espaço como uma solução plausível para aplicação, desde que esteja melhor organizado e que seja com parceiros confiáveis. Os relatos de empresários do setor demostram que a ociosidade nas rotas trabalhadas é um dos grandes gargalos operacionais, ocorrendo este problema em 77% das empresas pesquisadas.
Quadro 1: Visão geral das empresas estudadas.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Práticas de economia colaborativa, como compartilhamento de espaço ocioso em veículos em viagem, já é uma resposta às dificuldades que as empresas enfrentam com este problema. O dinamismo dos negócios faz com que, em algum período, a frota empregada para operacionalizar a demanda dos clientes nem sempre consigam atingir sua total capacidade de produção. Dessa forma, é necessária a busca por parceiros que precisam de espaço para, assim, dividir esses custos e atingir o resultado de ponto de equilíbrio, ou resultados superiores a ele, o que seria um modelo ideal.
Cases de sucessos de grandes empresas como a Ambev, estudado aqui neste trabalho, agregam valor para esta prática. A empresa relatou que os veículos que antes operavam vazios, hoje retornam com carga de parceiros para que assim remunerem adequadamente seus ativos, esta prática recuperou 50% das perdas que existiam com a improdutividade de sua frota, gerando benefícios para as duas empresas.
Para implantação da prática de compartilhamento, visando a economia colaborativa, é necessária uma grande mudança de cultura por parte dos empresários, que ainda olham para o mercado e enxergam apenas concorrentes e não possíveis parceiros, e que podem contribuir mutuamente para reduzir, em conjunto, custos operacionais comuns.
As empresas deverão se voltar para busca da inteligência no processo, otimizando recursos e fazendo mais com menos. Custos fixos, hoje elevadíssimos, com aquisição de infraestrutura para garantir diferencial competitivo de atendimento precisarão ser melhores analisados como estratégia, pois é necessário foco no objetivo central, que é trabalhar com eficiência, não sendo, necessariamente, preciso investir todo seu recurso em uma grande frota, ou em um armazém robusto, que, muitas vezes, não são totalmente utilizados.
O investimento em ferramentas tecnológicas e capital humano melhor preparado, será um dos fatores chaves para se trabalhar com a expertise do negócio, sendo muitas vezes desnecessário o investimento em imobilizado, como veículos, caminhões e armazéns. As empresas precisarão trabalhar com custos menores aproveitando sua total capacidade, para isso precisarão trabalhar estratégias e táticas para reduzirem custos e perdas nas operações. A figura 2 demonstra os pilares estratégicos do modelo conceitual.
Figura 2: Ilustração dos pilares estratégicos do modelo conceitual.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5 PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A proposta de solução para o problema de pesquisa é a criação de uma plataforma digital de compartilhamento para espaço ocioso nos veículos transportadores. Esta solução se tornará uma opção estratégica para administrar a improdutividade de veículos em rota, os quais as empresas não podem deixar de manter, pois têm a necessidade de garantir o nível de serviço adequado para seus clientes.
A plataforma funcionará como um banco de dados de empresas parceiras, onde conectará demanda e oferta das empresas cadastradas no sistema de compartilhamento. Os transportadores fariam um cadastro e, somente, após uma triagem de documentos estariam validados para participarem da plataforma. Esse processo garantirá credibilidade e uma maior confiança no momento de contratação.
A ferramenta está sendo desenhada também para atender as necessidades dos empresários que identificamos nos questionários, são elas: garantir a eficiência e eficácia no processo, acesso ao monitoramento dos veículos, informações em tempo real de status das entregas e concessão de avaliação de performance entre contratante e contratado, permanecendo, apenas, no cadastro, as empresas que respeitarem as regras. A figura 3 apresenta o resumo de conexões geradas pela plataforma digital.
Figura 3: Resumo das conexões geradas pela plataforma digital
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
A ideia é fortalecer uma rede de colaboração entre as empresas do setor, para trabalhar com a abundância de veículos circulando sem aproveitamento de sua capacidade total, auxiliando, assim, na redução de custos para as empresas e diminuindo o número de veículos nas estradas.
Em suma, a plataforma digital de compartilhamento de espaço ocioso nos veículos de carga tem a intenção de aproximar empresas que estejam dispostas a trabalharem, conjuntamente, o problema da ociosidade, unindo-se para fortalecerem seus negócios. Ela se tornará uma ferramenta de gestão para operação, sendo uma solução dinâmica para momentos de necessidade e possibilitando a remuneração adequada do capital.
5.1 FUNCIONALIDADES BÁSICAS DA PLATAFORMA DIGITAL
- a) Cadastro de empresas que participarão do sistema (somente CNPJ);
- b) Cadastro dos veículos;
- c) Cadastro dos espaços disponíveis;
- d) Cadastro de natureza dos produtos transportáveis e suas incompatibilidades. Exemplo: alimentos e produtos de limpeza não podem ser transportados juntos.
Figura 4: Fluxo de operação das funcionalidades.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.1.1 Detalhamento dos processos
- a) O sistema identificará os produtos da carga pelo xml das NFes transportadas;
- b) A organização da carga será, no primeiro momento, manual, evoluindo, posteriormente, para a automação deste processo;
- c) O processo se iniciará quando o transportador registrar a oferta de espaço na plataforma, informando dados como:
- Largura, altura e comprimento do espaço;
- Data e hora e local de saída;
- Data e hora e local de chegada;
- Precificação do espaço a ser vendido, sempre por metros cúbicos;
- d) O usuário interessado identificará a oportunidade de espaço na plataforma e, com isso, informará os seguintes dados:
- Características da sua carga;
- Data, hora e local de saída;
- Tipo de produto.
- e) Combinadas as variáveis, espaço e carga, o próximo passo será contratar o espaço ofertado.
- f) Monitoramento:
- A plataforma disponibilizará informação do status da viagem aos clientes em tempo real.
- g) Financeiro:
- O sistema fará a conciliação entre contratantes e contratados, mostrando relatórios de distribuição de pagamentos.
- h) Fechamento:
- O contratante e o contratado avaliarão o serviço e só poderão realizar novas contratações cumprindo esta etapa.
Neste formato, a plataforma digital de compartilhamento de espaço ocioso estará trabalhando o problema levantado neste estudo e garantindo a performance que as empresas necessitam, inserindo a cultura de compartilhamento no setor. A plataforma atenderá, também, as preocupações que foram colocados pelos transportadores, que é a de garantir a organização, gerar confiança e manter o poder de administração da informação dos status de sua mercadoria sob seu controle.
5.1.2 Precificação do serviço da plataforma
Nesta primeira etapa o cadastro das empresas, contratantes e contratadas, serão de forma gratuita, para que assim, consigamos estruturar um banco de dados robusto, possibilitando uma maior conexão de negócios e criando valor a marca. Atingido um número de usuários consideráveis, estar-se-á cobrando uma pequena taxa percentual sobre cada operação, afim de remunerar os serviços que a plataforma irá promover.
5.2 MAPEAMENTO DOS STAKEHOLDERS
Conforme Manesco (2015), os stakeholders são grupos de interesse de uma organização, por isso mapeá-los para manter uma gestão adequada sobre eles, garantindo que todos as partes interessadas estejam envolvidas em todas as ações, é de extrema importância.
Os stakeholders podem ser internos, funcionários, sócios, investidores e externos, clientes, consumidores, concorrentes, fornecedores, órgãos reguladores, governo, sociedade, etc…
O mapeamento levantará quais serão as pessoas e entidades que impactarão o projeto e depois classificará em grau de dependência, de participação e de interferência.
Abaixo no gráfico 15, o mapa demonstrará o grau de influência e importância dos stakeholders para o projeto.
Gráfico 15: Mapa de influência e importância dos stakeholders
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.3 CRONOGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DA PLATAFORMA DIGITAL
O cronograma esboçará o mapa de tempo para o desenvolvimento da plataforma, conforme quadro 4.
Quadro 2: Cronograma do projeto
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.4 PLANO DE RISCOS DO PROJETO
Segundo Schroeder 2018, o processo de desenvolvimento de um plano de riscos é importante para o desenvolvimento de opções e ações que contribuam para mitigação das possíveis ameaças aos objetivos do projeto. Conforme quadro 5 abaixo, foram identificadas as possíveis situações que poderão atrasar a entrega da plataforma ao mercado, identificando as possíveis ações e os responsáveis no gerenciamento de cada risco.
Quadro 3: Planos de riscos do projeto.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.5 PLANEJAMENTO DO PROJETO – FERRAMENTA DE APOIO 5W2H
Conforme Periard 2009, o 5W2H, representada na figura 5, é uma ferramenta administrativa que é utilizada para elaboração de planos de ação, apoiando na elaboração do projeto e servindo como um check-list que fornecerá suporte e clareza das atividades a serem desenvolvidas para o sucesso do projeto.
Figura 5: Organograma circular da ferramenta 5W2H
Fonte: Gilles B. de Paula, 2015.
5.5.1. Plano de ação para desenvolvimento da plataforma digital
No quadro 6 é apresentado nosso plano de ação para criação do produto proposto neste trabalho, com auxílio da ferramenta 5W2H.
Quadro 4: Plano de ação utilizando o 5W2H
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Concluímos, com auxílio das entrevistas e pesquisa realizada com as empresas do setor, que a ociosidade de espaço nos veículos existe em grande parte das empresas pesquisadas, e que há o interesse e disponibilidade para o compartilhamento dos espaços ociosos em veículos de carga. Percebe-se que 77% das empresas de transporte rodoviário de cargas possuem veículos rodando com espaços ociosos em viagens, sendo que apenas 31% busca algum tipo de parceria. O estudo aponta que 75% destas empresas não apresentam nenhuma estratégia através de compartilhamento para sanar este problema. No entanto, alegam achar conveniente o compartilhamento de espaço, desde que seja entre empresas idôneas, de uma forma organizada e de fácil administração.
A ferramenta proposta como plataforma digital de compartilhamento de espaços ociosos em veículos de carga poderá evoluir para administrar outros compartilhamentos de ativos ociosos, como armazéns, equipamentos de carga e descarga, espaço para manobras e pernoite de veículos e motoristas de viagens, por exemplo. No entanto, é necessário que as empresas do setor rodoviário de cargas desenvolvam essa cultura, estejam abertas a inovação e dispostas a testar novas práticas, acompanhando, assim, as tendências do mercado, para manterem-se competitivas e saudáveis.
Sendo assim, este trabalho verificou suas hipóteses, apontando que existe uma ociosidade significativa de espaços nos veículos de carga e que há disponibilidade por parte das empresas em compartilhar ativos. O trabalho de desenvolvimento do modelo da plataforma digital apresenta um dos caminhos para sanar o problema estudado, podendo ser implantado como solução e ajustado ao longo de sua utilização.
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ANEXOS
Anexo 1 – Questionário de Entrevista – Alexandre, da Ambev
Pergunta: Sua empresa trabalha com frota compartilhada?
Resposta: ( X ) Sim ( ) Não
P: Em caso afirmativo da questão anterior, qual o volume mensal compartilhado?
R: 2 mil viagens
P: Qual o percentual aproximado compartilhado em relação ao volume total de embarques de sua empresa?
R: 40%
P: Você consegue medir o quanto sua empresa tem de volume ocioso em seus veículos e que poderiam ser compartilhados?
R: (X) Sim ( ) Não Qual volume X total transportado? R: 500 viagens
P: Você utilizaria uma plataforma de compartilhamento virtual para transportar suas mercadorias ou alocar seus veículos ociosos?
R: (X) Sim ( ) Não
P: O que você acha que tem que mudar no mercado para que a logística compartilhada tenha crescimento em nosso país?
R: Confiabilidade de entrega e horários agendados.
P: Descreva brevemente se a sua empresa tem experiência ou caso de sucesso de frota compartilhada, como isso funciona, quais os benefícios e problemas que você encontra na prática.
R: Sim, muitos benefícios como saving no frete de ida e retorno, fidelização de transportador com volume. Problemas como viradas de xadrez e falta de volume deixam veículos ociosos e prejudicam a operação que põe em risco as negociações com reduções de custo de frete, visto que isso deve ser contemplado com produtividade.
Anexo 2 – Questionário de Entrevista – Diego, da Danone
Pergunta: Sua empresa trabalha com frota compartilhada?
Resposta: ( X ) Sim ( ) Não
P: Em caso afirmativo da questão anterior, qual o volume mensal compartilhado?
R: Em torno de 1.000 tons por mês.
P: Qual o percentual aproximado compartilhado em relação ao volume total de embarques de sua empresa?
R: 5%
P: Você consegue medir o quanto sua empresa tem de volume ocioso em seus veículos e que poderiam ser compartilhados?
R: (X) Sim( ) Não Qual volume X total transportado? R: Em torno de 25%de espaço ocioso.
P: Você utilizaria uma plataforma de compartilhamento virtual para transportar suas mercadorias ou alocar seus veículos ociosos?
R: ( ) Sim ( X ) Não
P: O que você acha que tem que mudar no mercado para que a logística compartilhada tenha crescimento em nosso país?
R: Transparência das empresas.
P: Descreva brevemente se a sua empresa tem experiência ou caso de sucesso de frota compartilhada, como isso funciona, quais os benefícios e problemas que você encontra na prática.
R: Nós nos transformamos em um transportador e hoje vendemos serviços de transporte para outras empresas. Com isso conseguimos colocar outros volumes na nossa malha usando espaço ocioso.
Anexo 3 – Pesquisa para Projeto Final (Análise do mercado)
Pergunta: Qual o seu endereço de e-mail?
Resposta: ___________________________
P: Qual o faturamento anual de sua empresa?
R1: De R$ 100.000,00 a R$ 360.000,00.
R2: De R$ 360.000,00 a R$ 2.400.000,00.
R3: De R$ 2.400.000,00 a R$ 16.000.000,00.
R4: De R$ 16.000,00 a R$ 90.000.000,00.
R5: Acima de R$ 90.000.000,00.
P: Em relação a estratégia de frota, qual a proporção de terceirização que você utiliza? R1:100% frota própria.
R2:De 1 a 20% terceirizada.
R3:De 21 a 50% terceirizada.
R4:De 51 a 70% terceirizada.
R5:De 71 a 90% terceirizada.
R6: 100% terceirizada.
P: Seus veículos transitam com espaço ocioso ou retornam vazios em alguma rota?
R: ( ) Sim ( ) Não
P: Sua empresa trabalha com compartilhamento de espaço ocioso em veículos em rota?
R: ( ) Sim ( ) Não
P: Se a resposta da pergunta anterior for sim qual a frequência mensal que isso ocorre?
R1: Zero vezes.
R2: De 01 a 5 vezes mensais.
R3: De 6 a 10 vezes.
R4:Mais de 10 vezes mensais.
P: Qual a estratégia que sua empresa utiliza para administrar as viagens ociosas?
R: ___________________________________________________
P: Qual o percentual de espaço compartilhado em relação ao volume total de embarques de sua empresa?
R1: Zero.
R2: de 01 a 20%.
R3: de 21 a 40%.
R4: de 41 a 60%.
R5: de 61 a 80%.
R6: Mais de 80%.
P: Se o mercado estivesse melhor estruturado na logística compartilhada vossa empresa utilizaria mais esta estratégia?
R: ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez
P: Você tem oferta de volume de cargas em rotas que você não atende?
R1: Frequentemente.
R2: Esporadicamente.
R3: Raramente.
R4: Nunca.
P: Você compartilha armazéns?
R: ( ) Sim ( ) Não
P: Sinceramente, você considera viável compartilhar ativos (veículos, armazéns, etc…) com empresas do mesmo ramo de atuação?
R: ( ) Sim ( ) Não
P: Se a resposta da pergunta anterior foi não comente brevemente o motivo.
R:__________________________________________
Responsável: Thais Bandeira Cardoso