Apesar de acharmos um absurdo o preço do pedágio no Brasil, ainda temos o valor do nosso pedágio abaixo da nossa média mundial, pagamos uma média de R$ 8,77 a cada 100 km rodados enquanto a média mundial é de R$ 9,35, isso deve-se ao fato de que temos uma moeda desvalorizada, ou seja, ganhamos menos, recebemos menos pelos nossos fretes também. Outro motivo que faz com que o valor do nosso pedágio seja mais baixo que a média mundial é o fato de que no Brasil as concessionárias recebem a rodovia pronta, enquanto no exterior o vencedor da licitação tem que fazer investimentos pesados na construção da via.
Apesar de termos um pedágio com o valor abaixo da média mundial, para nós brasileiros ainda é um valor alto comparado com a nossa renda, mas por que isso acontece? Segundo o ranking das dez estradas com pedágios mais caros do Brasil, nove foram concedidas a iniciativa privada há mais de dez anos, sendo as mais caras as rodovias em que foram concedidas nos anos 90, numa época em que o país vivia outra realidade econômica com taxa básica de juros e risco país bem mais alto, os investidores tinham que cobrar um prêmio maior para assumir o risco, os modelos de contratos eram “mal feitos” as concessionárias tinham que pagar pro governo pra assumir a concessão da rodovia, aonde todo esse custo é cobrado até hoje no valor do pedágio, sem contar que os índices de reajustes estabelecidos em contratos eram índices muito mais altos que o principal indicador de inflação ao consumidor fazendo com que ao longo dos anos o pedágio se tornasse caros.
Hoje temos atualmente o pedágio mais caro do Brasil nas rodovias Imigrantes e Anchieta, cobrando em média de R$ 33,11 a cada 100 KM, parte do alto custo se deve ao contrato em que obrigou a concessionária a fazer pesados investimentos como sua duplicação nos anos 2000, investimentos esses bem pesados devido a topografia da região, mas que por outro lado entregou uma maravilha da engenharia.
Agora nos resta saber se nessas rodovias com contratos mais antigos que tem os pedágios mais caros do Brasil quando vencerem seus contratos, as novas concessionárias manterão seus valores nas alturas ou aplicarão preços mais acessíveis como vemos atualmente nas rodovias privatizadas nos últimos 10 anos?
Responsável: Paulo Afonso Espíndola Junior