Existem questões sobre diversos temas que nos rodeiam constantemente no dia a dia. Poderia aqui citar vários imbróglios que a famosa frase de Hamlet, em peça escrita pelo grandioso William Shakespeare, caberia para nos gerar uma reflexão filosófica. Porém tirando o desejo poético deste início, há um importante desafio que devemos “pôr em xeque” se devemos ser ou não.
Vou fazer um paralelo que pode “doer” os olhos de alguns nobres leitores gerando inclusive umas caretas e reações afins, porém, antes de mais nada, se desprenda de julgamentos e observe somente os fatos. É comum escutarmos a palavra dízimo e relacionarmos logo de imediato às religiões, padres, pastores e a bíblia, pois sem dúvidas é por lá onde essa prática é recorrente. Duas coisas me chamam bastante atenção nesse compromisso que muitas pessoas assumem na sua vida. A primeira, que sem ela não existiria a segunda, ou melhor, não existiria nada na verdade, é acreditar (lembre-se do desapego de julgamentos e vamos comigo). Não há como conceber uma pessoa que dá o dízimo se ela não acreditar de fato naquilo que está vivendo, frequentando ou participando. É mais que natural compreender então que o comportamento do dizimista é crer para poder dar. A segunda coisa que me chama atenção vai um pouco além do crer, mas como citei anteriormente, o crer é imprescindível, sem ele não há próximo passo e muito menos o dízimo. Esse segundo ponto é o amadurecimento do crer. É difícil alguém dar o dízimo sem crer, mas conheço inúmeras pessoas que creem e não dão o dízimo. Ou seja, significa que talvez não basta somente crer, é preciso compreender o ato de ser dizimista. Sem querer neste texto converter ninguém (mas já fazendo meu papel de Cristão Católico) as instituições religiosas, igrejas, templos, todos eles têm despesas, precisam de investimentos para poder crescer e se manter, para poder atender a nossa demanda espiritual e infelizmente dinheiro ainda não brota do chão. Quando passamos a entender que o dízimo é simplesmente a necessidade de compartilhar uma pequena fração para manter o local em que você vai para rezar, se desenvolver, adquirir conhecimento, fazer amizades, renovar as energias, olhar para o futuro, e tantas outras coisas boas, é que conseguimos amadurecer a nossa crença e dar um grande passo.
Dito tudo isso, e sem análises da fé de cada um, acredito que podemos fazer um paralelo com as nossas instituições representativas. O primeiro passo que precisamos dar é crer. Mas não é crer de forma empírica ou espiritual, neste caso é acreditar que a nossa união é o fortalecimento que precisamos para dar corpo ao nosso setor. É saber cobrar e participar, é estar ativamente indo à “missa do transporte RODOVIáRIO de cargas e logística” (reuniões, seminários, assembleias, tantos outros eventos), presenciando e colaborando com as mudanças necessárias e que tanto vislumbramos. Neste caso é literalmente ver para crer. O segundo passo, e assim como na fé religiosa não acontece sem o primeiro, é o amadurecimento, é saber compartilhar. Assim como relatei no parágrafo anterior, as instituições, todas elas, precisam pagar despesas, investir, crescer e se desenvolver. Imagino que elas também não conseguem fazer aparecer dinheiro com mágica e por isso a nossa contribuição é essencial. E vamos ao mesmo raciocínio do dízimo? Acreditando e contribuindo quem ganha no final das contas? Somos nós irmãos! Nas instituições bem administradas com peso e força para nos representar receberemos tudo o que investimos de volta, conhecimento, melhores negociações salariais, cursos, assessorias, luta POLíTICA e social, amizades, e tantos outros bons resultados possíveis. E para tudo isso basta amadurecer, acreditar e compartilhar.
Não fique esperando o “julgamento final” é possível uma “conversão de pensamento” indo participar, dê o primeiro passo. Muitas vezes o que murmuramos pelos cantos empresariais e nas rodas de amigos tem solução, precisamos é percorrer o caminho juntos, com união, sem vaidades, com compromisso, responsabilidade e transparência. Talvez para cobrar e prestar contas a Deus seja necessário partir para um local desconhecido e que poucos querem ir, mas nos nossos sindicatos e associações exigir, cobrar e prestar contas é mais que um direito, é uma obrigação. Por isso, faça sua parte, compartilhe e cobre, seja peça fundamental na transformação do nosso setor e automaticamente da sua empresa e dos seus negócios. Sem dúvidas precisamos ser, eis a resposta.
Responsável: Luís Felipe Machado