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Solar e eólica disparam e combustíveis fósseis perdem espaço na matriz elétrica

por | jun 26, 2024 | Notícias, Outros

Fonte: Valor Econômico (25/06/2024)
Pixabay
Chapéu: Combustíveis

Produção de energia elétrica no Brasil vem se mantendo na última década com forte característica de uma matriz limpa e renovável

A geração de energia elétrica a partir das fontes eólica e solar apresentou um salto expressivo na última década na exportação de eletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN), enquanto o carvão mineral e derivados de petróleo seguiram no caminho oposto e tiveram suas contribuições significativamente reduzidas, segundo dados do Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2024, elaborado pela Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE).

A energia solar foi a que mais cresceu no período, passando de 16 gigawatt-hora (GWh) produzidos em 2014 para 50.633 GWh em 2023. Já a fonte eólica passou de 12.240 GWh em 2014 para 95.801 GWh de energia injetada no sistema em 2023.

O documento revela que a produção de energia a partir do carvão apresentou uma redução expressiva na última década, saindo de uma produção anual de 18.385 GWh em 2014 para o atual patamar abaixo de 8.770 GWh em 2023.

Um ponto a destacar é que, apesar de uma redução de 3,7% na capacidade instalada do carvão em 2023, a produção de energia para o SIN aumentou 9,8% em relação ao ano anterior, atingindo 8.770 GWh. Já a geração de energia a partir de derivados de petróleo encolheu mais de 81% nos últimos dez anos.

Os dados mostram que a produção de energia elétrica no Brasil vem se mantendo com forte característica de uma matriz limpa e renovável e com redução de fontes que utilizam combustíveis fósseis. Até mesmo o gás natural, considerado o combustível da transição energética, por ter uma pegada de carbono menor. A única exceção foi em 2021, ano da crise hídrica, quando o país precisou acionar todas as suas térmicas para evitar um racionamento de energia.

Ao Valor, o diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e coordenador do estudo, Thiago Ivanoski, explica que, considerando o forte aumento das suas capacidades instaladas em 2023, a geração de energia elétrica proveniente das fontes solar e eólica foram as que mais aumentaram entre 2023 e 2022.

Contudo, no caso do carvão mineral, o executivo frisa que “o seu consumo é proporcional às necessidades do SIN, com base nos despachos solicitados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ainda que tenha ocorrido um aumento de 2022 para 2023, os números estão bem inferiores a 2021, assim como o gás natural e os derivados de petróleo”, esclarece.