O conceito de sustentabilidade vem se tornando uma premissa básica em todos os segmentos de mercado. É comum agora, não só nas faculdades e universidades, mas até nas conversas de bares escutarmos alguém divagando sobre a sustentabilidade e seus efeitos a longo prazo. De fato, na sua teoria, é um princípio imprescindível que precisamos aprender e aplicar no presente para que as consequências sejam positivas no futuro. Mas realmente estamos prontos para assumir essa postura no TRC?
O termo “sustentável” provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar), e o conceito de sustentabilidade começou a ser utilizado na década de 1980. Obviamente quando falamos de sustentabilidade trazemos um contexto voltado para as questões ambientais, visando a preservação e respeito dos recursos naturais, sociais e culturais. Mas ao relacionar o TRC com este conceito e observando melhor sua origem e etimologia, fica claro que precisamos antes de mais nada conquistar a sustentabilidade DO transporte RODOVIáRIO de cargas.
Sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar, cuidar, ações básicas que precisamos mais do que nunca colocar em prática no TRC. Falamos muito sobre a crise e seus efeitos mas verdadeiramente sabemos que este não é o maior empecilho para as dificuldades que enfrentamos no nosso segmento. É claro que ela chegou e existem consequências negativas, mas devemos abrir os olhos para nos tornarmos antes de mais nada sustentáveis economicamente. Só desta forma conseguiremos aplicar os conceitos de sustentabilidade na sua fundamentação básica.
Nos mais diversos eventos dos sindicatos, federações, NTC, Comjovem é fácil identificar que os assuntos e temas mais discutidos estão relacionados a custos, tabelas e precificação dos fretes. Obviamente é a parte mais sensível e importante na prestação do serviço pois é a efetivação do trabalho em forma de resultado financeiro. Porém é necessário estudar e entender melhor os motivos pelo qual o nosso setor não consegue evoluir nessas questões, sair um pouco da reflexão do preço ou valor final, da tabela de custos ou reajustes, e buscar a origem desse problema. É comum ouvirmos dos nossos pares que muitas vezes é necessário se sujeitar aos pedidos dos clientes de redução ou não reajuste dos fretes pois se não o fizer alguém o fará e ele vai perder o cliente. De fato isso ocorre, e nos perguntamos como é que alguém consegue fazer aquela operação que já não era rentável com um valor ainda menor. Deixamos de concorrer por resultados para brigar contra prejuízos. Por isso o sinal vermelho está aceso a muito tempo e devemos tornar o TRC sustentável.
O melhor caminho para isso é a nossa união! Mas com ações práticas, sem muito “mimimi”. Regulamentação urgente do setor, fiscalização, denúncia de práticas incorretas, tudo isso parece assustador ou incomoda as relações empresariais e mercadológicas, mas enquanto ficarmos cegos para tudo isso, continuaremos discutindo sobre frete, tabelas e custos, sem muita efetividade. Sustentar e defender nossos empreendimentos de forma justa e igualitária. Acredito que essa seja a missão dos nossos sindicatos e associações e por isso a importância de uma maior participação de todos, para cobrarmos e dividirmos as responsabilidades de tornar o TRC sustentável. Você realmente está pronto para a sustentabilidade?
Responsável: Luis Felipe Machado