Debater as principais dificuldades que o setor de transporte RODOVIáRIO de cargas enfrenta em relação a composição tarifária de suas operações foi o objetivo da Conferência SETCESP: Tarifas de Frete, evento que reuniu nesta quinta-feira (22), na sede da entidade em São Paulo, mais de 100 empresários do TRC.
A primeira palestra foi ministrada pelo Engenheiro e assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia, que apresentou a Pesquisa de Mercado realizada pela NTC, em parceria com a ANTT, que foi divulgada no CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado) no início do mês em Natal/RN e apontou a defasagem média de 16,95% no valor do frete, sendo 13,95% para a carga fracionada e 20,60% para a carga lotação.
Para Lauro, o setor já começou a dar sinais de melhora no último semestre de 2017 e o ano de 2018 poderá ser ainda melhor. “Acredito que esse ano os transportadores irão conseguir repor parte do prejuízo sofrido nesses últimos anos de crise. Economistas conceituados estão projetando um PIB muito bom de até 3%, agora os empresários precisam entender a importância do cálculo dos componentes tarifários e ir para o mercado sem medo”, falou.
A segunda palestra do evento foi ministrada por Marcelo Rodrigues, Coordenador do Instituto COMJOVEM de Desenvolvimento Mercadológico, que apresentou uma “Ferramenta para Cálculo de Frete” desenvolvida pelo Instituto para auxiliar os transportadores a compor corretamente o preço do seu frete.
“O objetivo do Instituto é proporcionar ferramentas para que os empresários do Brasil inteiro possam ir para o mercado com um discurso alinhado defendendo condições justas para o preço do seu frete”, explicou Marcelo.
O presidente do SETCESP, Tayguara Helou, apresentou a última palestra do evento e explicou didaticamente quais custos e taxas devem ser considerados para a composição correta do frete e os impactos da nova POLíTICA de preços da Petrobras sobre o Diesel.
“Eu defendo que em 2018 o foco do setor tem que ser na rentabilidade e o transportador associado ao SETCESP tem que ser, daqui para frente, empresário mais rentável porque é somente através do lucro que as empresas conseguem investir em suas estruturas e em seus colaboradores. Este é o momento ideal para praticarmos tarifas justas. “, ressaltou Helou.
Finalizando o encontro, foi realizado um debate com os participantes do evento sobre os temas apresentados. Foram convidados para compor a mesa, além dos palestrantes, os empresários André Rossetti, diretor presidente da RG LOG, Elisberto Salmistraro, diretor presidente da Transportadora Floresta e João Jorge, diretor presidente da Vitlog Transportes.
Para André Rossetti conhecer a fundo a operação da empresa é fundamental para a composição do frete. “Precisamos conhecer os detalhes da nossa operação, confiar em nossos números e ter coragem de defender os nossos custos”, comentou.
“Assim como qualquer empresa as transportadoras também precisam trabalhar com as suas finanças no azul. A desvalorização do frete fecha empresas de transporte”, destaca Elisberto Salmistraro.
João Jorge acredita que também é necessário olhar para ‘dentro de casa’. “Precisamos conhecer a capacidade operacional das nossas empresas e também é fundamental que os nossos funcionários estejam bem preparados. “, finaliza.
“O SETCESP vem inovando a cada dia e esse encontro é exatamente uma dessas inovações. O conceito desse evento é trazer para os transportadores e ao mercado da nossa região tudo aquilo que foi discutido no último CONET e dar subsídio para os empresários irem ao mercado com melhores argumentos e ferramentas para buscar a lucratividade das suas empresas”, reforçou Tayguara em seu discurso de encerramento.