Em dezembro, as regiões de Jundiaí e Campinas passaram a contar com uma nova solução para exportações, importações e logística doméstica via ferrovia até o porto de Santos. Operado pela Contrail Logística, em uma área de 75 mil metros quadrados, o Terminal Intermodal de Jundiaí foi construído junto à linha férrea da MRS e terá capacidade para movimentar 70 mil TEU por ano.
O terminal está localizado em uma das regiões mais industrializadas do país: a 30 quilômetros de Campinas e a 50 quilômetros de São Paulo. Além da possibilidade de receber e enviar cargas pelas rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera, o terminal se conecta diretamente a uma das ferrovias mais produtivas do mundo, com uma malha de 150 quilômetros até o porto de Santos e 480 quilômetros até os portos do Rio de Janeiro. A ferrovia oferece baixo custo, previsibilidade, acesso sem filas ao porto, segurança operacional e da carga, o que reduz os custos com seguros. Além disso, o transporte ferroviário tem baixo impacto ambiental, já que uma composição ferroviária com 21 vagões transporta o equivalente a 42 caminhões.
O terminal também reduz custos dos clientes com armazenagem de cargas, uma vez que os contêineres podem ficar na área da Contrail, liberando espaço nos estoques das indústrias. O empreendimento pode beneficiar especialmente empresas do segmento de tecnologia e eletrônicos, que têm fábricas na Zona Franca de Manaus e utilizam o serviço de cabotagem para distribuir seus produtos na região de maior consumo, a Grande São Paulo. Outras indústrias que podem ter ganhos logísticos são as que utilizam insumos importados, aproveitando o fluxo de retorno dos trens.
Qualquer tipo de carga pode ser transportada pelos trens: desde commodities agrícolas até produtos com médio e alto valores agregados. Dentro do contêiner, a carga pode passar pela rodovia, ferrovia e marítimo de uma forma bem prática. A Contrail vai operar toda a gestão do transporte feito por meio do terminal, desde o porto até a porta do cliente. E ao longo de 2018, o terminal também deve operar com cargas com origem ou destino no Rio de Janeiro, por meio da malha ferroviária da MRS. “Acreditamos que o transporte multimodal é a solução logística mais eficiente e sustentável e a melhor escolha nas operações envolvendo o porto de Santos”, diz Rodrigo Paixão, CEO da Contrail.
No modelo de atendimento da Contrail, a companhia faz a gestão entre todos os stakeholders: terminais portuários, concessionária ferroviária, operação do terminal intermodal de Jundiaí e o transporte RODOVIáRIO do terminal até a porta do cliente.
“Nosso serviço é de ‘porto a porta’ e o cliente não precisa contratar nenhum outro fornecedor para efetuar o transporte entre sua planta e o porto de Santos. Nós fazemos todo esse atendimento”, completa Paixão.
A movimentação de cargas por ferrovia no porto de Santos tem crescido significativamente: de um total de 15,1 milhões de toneladas em 2008 para 113 milhões de toneladas em 2016 (entre importação e exportação). Atualmente, a participação do modal ferroviário neste porto é 27% do volume total movimentado e deve chegar a 40% nos próximos dez anos. No primeiro semestre de 2017, o volume das ferro do porto de Santos no sentido do interior vias no porto santista cresceu 14%, no comparativo com mesmo período do ano passado. E a movimentação de contêineres é a que mais vem aumentando. Na MRS, esta modalidade deu um salto de 64% nos últimos três anos, totalizando 79 mil TEU em 2016. Neste ano, a movimentação total deve chegar a 85 mil TEU.
Este resultado é fruto dos investimentos contínuos em duplicações, melhorias na via férrea, novos terminais e desenvolvimento de material rodante. A MRS investiu R$ 450 milhões, nos últimos cinco anos, em projetos como a Segregação Leste, aquisição de locomotivas especiais para a transposição da Serra do Mar, a duplicação do trecho do Perequê a Santos, a ampliação do pátio de Santos, entre outros projetos estruturantes para a Baixada Santista.
O terminal conta com uma área total de 75 mil metros quadrados de pátio, totalmente cercado com muro e concertina. O espaço conta com um desvio ferroviário de 450 metros, que comporta a operação com trens de até 21 vagões, que transportam até 84 TEU. Também foi construída uma pista de desaceleração, que além de aumentar a segurança do trânsito na via publica reduz o impacto ao trânsito local. A área ainda conta com sistema de combate a incêndios, controle de acesso, segurança e monitoramento por circuito fechado de TV.
A primeira operação do terminal multimodal será com a LG Electronics em que a Contrail irá operar com o fluxo do porto de Santos até a unidade da GE, em Cajamar, interior de São Paulo.
“Esse é mais um investimento da empresa que beneficia o Mato Grosso do Sul e fortalece o corredor logístico do Centro-Oeste, fundamental para o crescimento das empresas que atuam na região”, afirma o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
O terminal intermodal possui 7,8 mil metros quadrados de área construída e compreende escritório, armazém com capacidade para estocar 16,7 mil toneladas de celulose, oficina de empilhadeiras e plataformas de embarque da celulose. Para operar o terminal, foram criados 235 postos de trabalho, entre diretos e indiretos, considerando todo ciclo da operação do terminal. Para o escoamento da celulose da Fibria foram adquiridas 21locomotivas do modelo AC44i fabricadas pela General Electric (GE), consideradas as mais modernas do mercado e que garantem eficiência operacional, preservação ambiental e produtividade.
O pátio do terminal de Aparecida do Taboado também apresenta outro diferencial. Concebido de forma estratégica, esse espaço se destaca por sua excelência operacional, visto que opera no sistema contínuo de carregamento em pêra, ou seja, as composições entram no terminal e executam todas as operações sem a necessidade de desmembrar ou manobrar o trem. Com o início das operações da sua segunda linha de produção de celulose em Três Lagoas, em agosto, a Fibria planeja produzir neste ano 377 mil toneladas de celulose destinadas ao mercado externo. Para 2018, a previsão é de que o volume de produção atinja 1,75 milhão de toneladas de celulose por ano, passando para 1,85 milhões em 2019.