Dos muitos assuntos que movimentam o segmento de cargas e logística, um especial tem deixado muita gente preocupada: a LGDP – Lei Geral de Proteção de Dados.
Afinal, o que as empresas devem fazer no dia a dia da operação? O que fazer com dados dos colaboradores e consumidores? Em quais situações posso compartilhar informações? Como devo guardar essas informações? Por quanto tempo? Essas são apenas algumas das perguntas que muita gente – e não é do setor de transportes – ainda tem na cabeça e cujas respostas ainda não estão claras. Ciente da necessidade de continuar tratando do assunto da maneira como ele merece, de forma relevante e o mais atual possível, o Transcares realizou no último dia 17 de maio o Curso Lei Geral de Proteção de Dados, com a instrutora Fernanda Anchieta, diretora-técnica da F2 Consultoria Organizacional.
Após oito anos de debates no Congresso, a LGPD (Lei 13.709) foi sancionada em 14 de agosto de 2018 e entrou em vigor em setembro de 2020, em plena pandemia. Ela tem como base a GDPR, regulamentação europeia aprovada em maio de 2018 e usa os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade como norte para estabelecer tratamento a respeito da coleta e armazenamento de dados pessoais e seu compartilhamento. A intenção é proporcionar proteção dos dados das pessoas físicas contando com a penalidade de multas para motivar o seu cumprimento por parte das empresas.
Fernanda foi bem direta ao falar da importância das empresas qualificarem seus colaboradores e processos internos mediante a LGPD. E seu argumento certamente serviu de alerta para a turma presente.
“As empresas têm que capacitar seu time para que todos percebam, entendam e possam agir sobre as fragilidades e os pontos de melhoria dos processos que envolvem a área de responsabilidade, mitigando, assim, eventuais riscos em caso de vazamento e/ou não tratamento dos dados, e multas”.
A Lei é extensa e já está em vigor, exigindo 100% de atenção das empresas. E para você que ainda não iniciou as adequações, ela tem uma sugestão de ouro. “O ponto fundamental para início de toda adequação é revisitar os processos internos. E essa revisão exige que lideranças estejam com a equipe diretamente ligada ao tema e, em conjunto, verificarem e pontuarem as principais fragilidades da organização e traçar um plano de ação visando a correção e a adequação à LGPD”.
Diante de uma turma “extremamente participativa e colaborativa”, nas suas próprias palavras, Fernanda chamou a atenção para um ponto relevante: quase todos os setores de uma empresa possui dados sensíveis.
Apesar disso, ela acredita que as áreas de Recursos Humanos, SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), Comercial, Financeiro e TI (Tecnologia da Informação) são as mais expostas.
“O importante agora é se adequar e pensar no tratamento dos dados quando houver alguma fragilidade ou ameaça latente nas organizações. No entanto, não é preciso reinventar os processos, somente revê-los e adequá-los”, concluiu.
O assunto é considerado de tanta relevância que tinha até mantenedor na turma. Roni Lino, da Onda Azul, prestou atenção em cada palavra de Fernanda Anchieta e saiu do curso satisfeito.
“Foi ótimo! Interativo, participativo e com vários pontos importantes e que nos deu a possibilidade de entender melhor a dinâmica da lei. Espero que possamos ter mais apresentações como a de hoje”.
Érica Samara, da Transmáquina, também voltou para a empresa com a bagagem repleta de novas informações. “Consegui identificar os pontos que devem ser melhorados com relação à proteção de dados e identifiquei correlações entre a área da Qualidade e os aspectos gerais da LGPD. Aprendi muitas ferramentas que podem ser utilizadas na implantação da lei e o curso abriu caminho para que possamos melhorar o controle de dados e nos resguardar das sanções jurídicas. Além disso, esclareci as dúvidas, pois foram apresentados casos práticos e que fazem parte da minha rotina de trabalho”.