Falta de infraestrutura é a principal dificuldade do transporte RODOVIáRIO de carga no Brasil. Apesar de o setor logístico ser um dos principais na economia brasileira, o investimento destinado a esse setor não é suficiente. Por isso, surgem os gargalos logísticos, que afetam o transporte rodoviário de carga de muitas maneiras diferentes. Esse setor é um dos mais prejudicados por esses gargalos.
Nesse artigo, trazemos os principais fatores que atrapalham o transporte rodoviário de carga, aumentando custos e prejudicando as empresas. Confira quais são eles e o que fazer para melhorar a logística de carga:
1 – O que são gargalos logísticos?
Dentro da logística, os gargalos são todos os obstáculos que influenciam o processo e acabam prejudicando os resultados de uma empresa. A maioria deles acaba atingindo diretamente o transporte rodoviário de carga e é sobre eles que falaremos aqui. Os gargalos logísticos geram consequências como aumento de custos, redução da produtividade e qualidade. Assim, os clientes ficam insatisfeitos, o que diminui sua fidelização e, consequentemente, o lucro da empresa, bem como deixa a marca com uma má reputação.
2 – Gargalos logísticos e seus efeitos para a economia:
Diante das dificuldades encontradas, muitas empresas deixam de produzir ou optam por atuar em outro lugar. As más condições das rodovias acabam afetando diretamente os custos relacionados ao transporte rodoviário de carga no Brasil, gerando custo de manutenção, conserto e troca. Isso é um grande desincentivo para empresas, bem como o alto valor de impostos e pedágios, leis inflexíveis e a falta de concorrência. Esse cenário acaba diminuindo a geração de riqueza, o número de empregos e a arrecadação de impostos. Por isso, a economia acaba sofrendo efeitos negativos.
3 – Gargalos logísticos no transporte rodoviário de carga:
Muitas áreas são afetadas pelos gargalos logísticos. Mas como o transporte rodoviário de carga é um dos principais modais utilizados no país, listamos aqueles que afetam esse meio de transporte. Sabendo quais são, é possível projetar melhorias, gerando uma logística mais fluida e vantajosa para a empresa e seus clientes.
a) Rodovias precárias prejudicam o transporte rodoviário de carga
A falta de estrutura nas rodovias é o principal gargalo logístico para o transporte rodoviário de carga. A má notícia é que mudar esse cenário não depende das empresas, mas sim dos investimentos federais na infraestrutura do país. Investimentos que poderiam, inclusive, incentivar o transporte ferroviário com a manutenção e criação de ferrovias. Esse é o principal modal em diversos países, pois representa baixo custo, entre outros benefícios.
Em seu portal, a Associação Brasileira de Logística (Abralog) divulgou uma matéria sobre a falta de investimentos na infraestrutura do Brasil. Um dos pontos fala ainda sobre a falta de manutenção, que torna o quadro ainda pior. Pois, além de o investimento em novas rodovias ser muito menor que o necessário, uma vez que o que foi investido se perde devido à falta de manutenção.
Já a falta de expansão das rodovias resulta em uma incompatibilidade entre o aumento da frota circulando nas estradas, que cada vez aumenta mais, e o número de rodovia disponíveis.
“Essas rodovias recebem menos recursos que o mínimo previsto para fazer a manutenção. Por isso, não conseguem ter melhora na sua qualidade” – diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, para a Abralog.
b) Valor do pedágio
O valor do pedágio é um fator que encarece e muito o processo de transporte. E, com o aumento do pedágio, esse custo só tende a ficar maior para empresas. Esse pode ser um gargalo logístico decisivo, uma vez que pode comprometer os lucros da empresa. Uma transportadora que circula no Estado de São Paulo paga em média R$ 1,00/km em pedágio, o valor do pedágio tomou tamanha vultuosidade que é o mesmo custo que uma transportadora tem com combustível.
Por isso, é importante traçar um planejamento logístico eficiente, alinhando o transporte e carga à armazenagem e à produção. É necessário diminuir ao máximo os custos de transporte, mas sem afetar a entrega para os clientes, pois isso pode fazer com que eles busquem a concorrência.
c) Distância a ser percorrida
Mais um gargalo logístico referente às características do Brasil: a longa distância que os caminhões precisam percorrer devido às dimensões do país. Isso significa mais tempo de viagem, mais gastos com combustível e maior dano aos veículos. Nesse ponto, é importante evitar o transporte ocioso — quando o transporte volta descarregado após entregar a mercadoria. Isso significa prejuízo para empresa, já que estão sendo gastos recursos sem obter retorno. A maneira de contornar essa situação é com uma logística carga bem planejada e o transporte de carga terceirizado.
d) Restrição de circulação
As longas distâncias que precisam ser percorridas se tornam ainda maiores com a restrição de circulação de caminhões e carretas em grandes centros urbanos. Ou mesmo pode ser necessário um tempo maior de viagem, ou um remanejamento de horários para que o veículo respeite o horário da restrição, caso haja.
e) Idade do transporte rodoviário de carga
Muitas empresas, acabam deixando sua frota própria envelhecer. Pensando em não investir um valor alto na compra de novos caminhões, as empresas acabam gerando mais custos devido ao número maior de manutenção, reparos, problemas mecânicos e combustível, conforme mais velho o veículo fica. No entanto, de um modo geral, a frota de transporte rodoviário de carga que circula pelo Brasil tem uma idade média de 20 anos. Por isso, quando buscar por uma empresa de transportes para realizar o serviço, certifique sobre a idade da frota.
f) Falta de segurança para o transporte rodoviário de carga
Além da infraestrutura deixar a desejar, há também o problema da falta de segurança nas estradas. O motorista, a carga e o veículo correm perigo durante as viagens. A maneira de se prevenir contra prejuízos e garantir a segurança do motorista é investindo na tecnologia de rastreio. Mas, claro, garantir a segurança de caminhões e carretas vai além de rastrear o veículo. Não é apenas a ação de criminosos que põe a viagem em risco. Motoristas sem treinamento, falta de manutenção e falha no planejamento de rotas são alguns dos aspectos que também põe em risco a viagem da carga.
g) O excesso de normas, leis e regras que permeiam o universo do transporte de cargas, faz com que transportadoras sérias e honradas nos seus cumprimentos com a lei despendam muito tempo e dinheiro para atender, em contrapartida o Governo e Agências criadoras desse emaranhado de regras não disponibilizam fiscalização ostensiva para o devido cumprimento, gerando transportadoras a margem da lei que prejudicam o País e ainda ganham a concorrência.
Responsável: José Carlos Ornellas Priante