O setor de transportes acumula queda de 4,3% nos três meses entre agosto e outubro, mostram os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, o setor de transportes caiu 2%, após recuos de 2,1% em agosto e 0,2% em setembro.
De acordo com o analista Luiz Carlos de Almeida Junior, o comportamento reflete principalmente o transporte de cargas, por causa do fim da safra agrícola, mais concentrada no primeiro semestre do ano, e a indústria mais fraca, o que afeta a movimentação de insumos e mercadorias prontas.
“Essa queda foi muito influenciada pelo transporte de cargas, como o transporte RODOVIáRIO, a gestão de cargas e terminais, a navegação. Isso se deve tanto ao fim de uma safra recorde deste ano, com o período de escoamento de safra terminando, e uma expectativa menor para a safra do ano que vem, que afeta o transporte de insumos e sementes na preparação da safra. Além disso, há um menor dinamismo do setor industrial”, explica ele.
Com peso de pouco mais de um terço nos serviços (36,4%), o setor de transportes era um dos que vinha puxando o crescimento dos serviços como um todo. Na pandemia, o avanço do comércio eletrônico ajudou o setor de transportes, armazenagem e correios, que também inclui a parte de logística.
“O que vinha ditando o dinamismo do setor de serviços, que era especialmente o transporte de cargas e a parte de tecnologia da informação, não estão mais em trajetória tão dinâmica, mostram arrefecimento”, diz.
Apesar de a pesquisa do IBGE ter ajuste sazonal na comparação entre um mês e os anteriores, para reduzir a influência de questões típicas de determinada época do ano, quando há movimentos mais intensos, no entanto, o efeito se sobressai, como seria também no caso de uma safra recorde, por exemplo.